Tradutores de romances-folhetins nos jornais cariocas do século XIX
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/236856 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre os tradutores de romances-folhetins publicados nos jornais do Rio de Janeiro no século XIX, bem como evidenciar alguns aspectos de sua prática tradutória, além de abordar a invisibilidade dos tradutores do gênero folhetinesco. Surgido no início do século XIX, o feuilleton, nome dado ao rodapé dos jornais, era um espaço no qual se inseria textos de diversos gêneros, dentre eles a prosa ficcional em fatias, que teve seu início na França, em 1836. Essa forma de publicação alcançou os jornais cariocas, que rapidamente importaram romances dos escritores franceses para serem traduzidos e publicados em seus rodapés. Assim sendo, obras de romancistas como Eugène Sue, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Victor Hugo, Xavier de Montépin e Ponson du Terrail, eram traduzidas para o português, geralmente, pelos colaboradores dos jornais. Entre eles, estão Francisco de Paula Brito, Julio Cezar Muzzi e Justiniano José da Rocha, que trabalharam como tradutores para o Jornal do Commercio, nos primeiros anos de publicação de romances-folhetins. Somam-se a esses, por exemplo, nomes pouco conhecidos, tais como Braulio Jaime Moniz Cordeiro, Ananias Ibirapitanga de Araújo e Raimundo Antônio da Câmara Bittencourt, que traduziram narrativas para A Marmota. Há tradutores que, devido ao sucesso de seu trabalho, saíram do anonimato, como nos casos de João Aristides Soares Serpa e Guilhermina Santos. No jornal Cidade do Rio, Emílio Rouède, Coelho Netto, Olavo Bilac e Guimarães Passos teriam se envolvido num caso de tradução “parasitária”; contudo, foram creditados como tradutores apenas Guimarães Passos, Baptista Coelho e Pinheiro Chagas. Alguns romances-folhetins de sucesso, publicados no Jornal do Commercio, foram traduzidos por Justiniano José da Rocha e Antonio José Fernandes dos Reis. Augusto Emilio Zaluar, Jacinto Augusto de Sant’Anna e Vasconcellos, João Cardoso de Menezes e Souza e Manuel Antonio de Almeida traduziram romances-folhetins para o Correio Mercantil. Há também outros tradutores, tais como Machado de Assis, José Alves Visconti Coaracy e José Joaquim Vieira Souto, que não deixam de ser importantes. Justiniano José da Rocha e Caetano Lopes de Moura, em razão de sua relevância na prática de tradução literária, e da existência de uma produção biográfica sobre esses dois tradutores, foram escolhidos para uma análise comparativa de suas trajetórias, na qual se empregou os conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu. As fontes primárias desta pesquisa consistem, principalmente, em jornais cariocas do século XIX, além de manuscritos, livros e outros impressos da época, que evidenciam informações biográficas e bibliográficas a respeito dos tradutores. As fontes secundárias, por sua vez, constituem-se, sobretudo, de trabalhos sobre a tradução no Oitocentos brasileiro, especialmente aqueles que abordam o romance-folhetim traduzido, e de trabalhos sobre a História Literária, a História do Livro e da Edição e a História da Imprensa. Observamos que os tradutores de romances-folhetins publicados nos jornais cariocas tinham a tradução, em geral, como uma atividade profissional secundária; além disso, estavam marcados pela invisibilidade decorrente do anonimato, visto que, na maioria dos folhetins, não se creditava o nome do tradutor, possivelmente em razão do desprestígio do gênero folhetinesco e das críticas a respeito das traduções. |
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Tradutores de romances-folhetins nos jornais cariocas do século XIXTranslators of serial novels in the newspapers of Rio de Janeiro in the 19th centuryTraducteurs des romans-feuilletons dans les journaux de Rio de Janeiro au XIXe siècleTradução - História e críticaLiteratura - História e críticaFontes de informação primáriasFolhetinsRomance-folhetimTradutoresTradutor literárioTranslation - History and criticismLiterature - History and criticismPrimary sourcesSerial novelLiterary translatorHistoire de la traductionHistoire littéraireSources primairesRoman-feuilletonTraducteur littéraireEste trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre os tradutores de romances-folhetins publicados nos jornais do Rio de Janeiro no século XIX, bem como evidenciar alguns aspectos de sua prática tradutória, além de abordar a invisibilidade dos tradutores do gênero folhetinesco. Surgido no início do século XIX, o feuilleton, nome dado ao rodapé dos jornais, era um espaço no qual se inseria textos de diversos gêneros, dentre eles a prosa ficcional em fatias, que teve seu início na França, em 1836. Essa forma de publicação alcançou os jornais cariocas, que rapidamente importaram romances dos escritores franceses para serem traduzidos e publicados em seus rodapés. Assim sendo, obras de romancistas como Eugène Sue, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Victor Hugo, Xavier de Montépin e Ponson du Terrail, eram traduzidas para o português, geralmente, pelos colaboradores dos jornais. Entre eles, estão Francisco de Paula Brito, Julio Cezar Muzzi e Justiniano José da Rocha, que trabalharam como tradutores para o Jornal do Commercio, nos primeiros anos de publicação de romances-folhetins. Somam-se a esses, por exemplo, nomes pouco conhecidos, tais como Braulio Jaime Moniz Cordeiro, Ananias Ibirapitanga de Araújo e Raimundo Antônio da Câmara Bittencourt, que traduziram narrativas para A Marmota. Há tradutores que, devido ao sucesso de seu trabalho, saíram do anonimato, como nos casos de João Aristides Soares Serpa e Guilhermina Santos. No jornal Cidade do Rio, Emílio Rouède, Coelho Netto, Olavo Bilac e Guimarães Passos teriam se envolvido num caso de tradução “parasitária”; contudo, foram creditados como tradutores apenas Guimarães Passos, Baptista Coelho e Pinheiro Chagas. Alguns romances-folhetins de sucesso, publicados no Jornal do Commercio, foram traduzidos por Justiniano José da Rocha e Antonio José Fernandes dos Reis. Augusto Emilio Zaluar, Jacinto Augusto de Sant’Anna e Vasconcellos, João Cardoso de Menezes e Souza e Manuel Antonio de Almeida traduziram romances-folhetins para o Correio Mercantil. Há também outros tradutores, tais como Machado de Assis, José Alves Visconti Coaracy e José Joaquim Vieira Souto, que não deixam de ser importantes. Justiniano José da Rocha e Caetano Lopes de Moura, em razão de sua relevância na prática de tradução literária, e da existência de uma produção biográfica sobre esses dois tradutores, foram escolhidos para uma análise comparativa de suas trajetórias, na qual se empregou os conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu. As fontes primárias desta pesquisa consistem, principalmente, em jornais cariocas do século XIX, além de manuscritos, livros e outros impressos da época, que evidenciam informações biográficas e bibliográficas a respeito dos tradutores. As fontes secundárias, por sua vez, constituem-se, sobretudo, de trabalhos sobre a tradução no Oitocentos brasileiro, especialmente aqueles que abordam o romance-folhetim traduzido, e de trabalhos sobre a História Literária, a História do Livro e da Edição e a História da Imprensa. Observamos que os tradutores de romances-folhetins publicados nos jornais cariocas tinham a tradução, em geral, como uma atividade profissional secundária; além disso, estavam marcados pela invisibilidade decorrente do anonimato, visto que, na maioria dos folhetins, não se creditava o nome do tradutor, possivelmente em razão do desprestígio do gênero folhetinesco e das críticas a respeito das traduções.This work aims to present a study about the translators of serial novels published in the newspapers of Rio de Janeiro in the 19th century, as well as to highlight some aspects of their translation practice, in addition to approaching the invisibility of the translators of the feuilleton genre. Emerged in the early 19th century, the feuilleton, the name given to the footer of newspapers, was a space in which texts of different genres were inserted, including serial novels, which began in France in 1836. This form of publication reached the carioca newspapers, which quickly imported novels by French writers to be translated and published in their footer. Therefore, works by novelists such as Eugène Sue, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Victor Hugo, Xavier de Montépin and Ponson du Terrail were translated into Portuguese, usually by newspaper contributors. Among them are Francisco de Paula Brito, Julio Cezar Muzzi and Justiniano José da Rocha, who worked as translators for Jornal do Commercio in the early years of publication of serial novels. Added to these, for example, are little-known names, such as Braulio Jaime Moniz Cordeiro, Ananias Ibirapitanga de Araújo and Raimundo Antônio da Câmara Bittencourt, who translated narratives for A Marmota. There are translators who, due to the success of their work, left their anonymity, as in the cases of João Aristides Soares Serpa and Guilhermina Santos. In the newspaper Cidade do Rio, Emílio Rouède, Coelho Netto, Olavo Bilac and Guimarães Passos would have been involved in a case of “parasitic” translation; however, only Guimarães Passos, Baptista Coelho and Pinheiro Chagas were credited as translators. Some successful serial novels, published in Jornal do Commercio, were translated by Justiniano José da Rocha and Antonio José Fernandes dos Reis. Augusto Emilio Zaluar, Jacinto Augusto de Sant’Anna e Vasconcellos, João Cardoso de Menezes e Souza and Manuel Antonio de Almeida translated serial novels for Correio Mercantil. There are also other translators, such as Machado de Assis, José Alves Visconti Coaracy and José Joaquim Vieira Souto, who are still important. Justiniano José da Rocha and Caetano Lopes de Moura, due to their relevance in the practice of literary translation, and the existence of a biographical production on these two translators, were chosen for a comparative analysis of their trajectories, in which the concepts of Pierre Bourdieu's sociology. The primary sources of this research consist mainly of Rio de Janeiro journals from the 19th century, in addition to manuscripts, books and other printed matter of the time, which show biographical and bibliographic information about the translators. The secondary sources, in turn, consist, above all, of works on translation in the Brazilian 19th century, especially those that approach the translated novel-feuilleton, and works on Literary History, the History of Books and Editions and the History of the Press. We observed that the translators of serial novels published in the newspapers of Rio de Janeiro had translation, in general, as a secondary professional activity; in addition, they were marked by invisibility due to anonymity, since in most serials, the name of the translator was not credited, possibly due to the lack of prestige of the serial genre and the criticism about the translations.Ce travail vise à présenter une étude sur les traducteurs des romans-feuilletons publiés dans les journaux de Rio de Janeiro au XIXe siècle, ainsi qu’à mettre en évidence certains aspects de leur pratique de la traduction, en plus d’aborder l’invisibilité des traducteurs du genre feuilleton. Apparu au début du XIXe siècle, le feuilleton, nom donné au contenu de bas de page des journaux, était un espace dans lequel s’inséraient des textes de genres différents, dont la prose romanesque en tranches, qui débuta en France en 1836. Cette forme de publication a atteint les journaux de Rio de Janeiro, qui ont rapidement importé des romans d’écrivains français à traduire et à publier dans leurs bas de page. Par conséquent, des œuvres de romanciers tels qu’Eugène Sue, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Victor Hugo, Xavier de Montépin et Ponson du Terrail ont été traduites en portugais, généralement par des collaborateurs de journaux. Parmi eux se trouvent Francisco de Paula Brito, Julio Cezar Muzzi et Justiniano José da Rocha, qui ont travaillé comme traducteurs pour Jornal do Commercio dans les premières années de la publication des romans-feuilletons. À ceux-ci s’ajoutent, par exemple, des noms peu connus, tels que Braulio Jaime Moniz Cordeiro, Ananias Ibirapitanga de Araújo et Raimundo Antônio da Câmara Bittencourt, qui ont traduit des récits pour A Marmota. Il y a des traducteurs qui, en raison du succès de leur travail, ont quitté leur anonymat, comme dans les cas de João Aristides Soares Serpa et Guilhermina Santos. Dans le journal Cidade do Rio, Emílio Rouède, Coelho Netto, Olavo Bilac et Guimarães Passos auraient été impliqués dans une affaire de traduction « parasitaire » ; cependant, seuls Guimarães Passos, Baptista Coelho et Pinheiro Chagas ont été crédités comme traducteurs. Certaines romans-feuilletons à succès, publiées dans le Jornal do Commercio, ont été traduites par Justiniano José da Rocha et Antonio José Fernandes dos Reis. Augusto Emilio Zaluar, Jacinto Augusto de Sant’Anna e Vasconcellos, João Cardoso de Menezes e Souza et Manuel Antonio de Almeida ont traduit des romans-feuilletons pour Correio Mercantil. Il y a aussi d'autres traducteurs, comme Machado de Assis, José Alves Visconti Coaracy et José Joaquim Vieira Souto, qui sont toujours importants. Justiniano José da Rocha et Caetano Lopes de Moura, en raison de leur pertinence dans la pratique de la traduction littéraire, et de l’existence d’une production biographique sur ces deux traducteurs, ont été choisis pour une analyse comparative de leurs trajectoires, à partir des concepts de la sociologie de Pierre Bourdieu. Les sources primaires de cette recherche consistent principalement en des journaux de Rio de Janeiro du XIXe siècle, en plus de manuscrits, livres et autres imprimés de l’époque, qui contiennent des informations biographiques et bibliographiques sur les traducteurs. Les sources secondaires, à leur tour, consistent surtout en des travaux sur la traduction au XIXe siècle brésilien, en particulier ceux qui se rapprochent du roman-feuilleton traduit, et des travaux sur l’histoire littéraire, l’histoire des livres et des éditions et l’histoire de la presse. Nous avons observé que les traducteurs de romans-feuilletons publiés dans les journaux de Rio de Janeiro avaient la traduction, en général, comme activité professionnelle secondaire ; de plus, ils étaient marqués par l’invisibilité due à l’anonymat, puisque dans la plupart des feuilletons, le nom du traducteur n’était pas crédité, peut-être en raison du manque de prestige du genre feuilleton et des critiques sur les traductions.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)88887.186062/2018-00Universidade Estadual Paulista (Unesp)Granja, Lúcia [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Marques, Lucas de Castro2022-10-06T15:29:04Z2022-10-06T15:29:04Z2022-08-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23685633004153015P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-28T06:18:14Zoai:repositorio.unesp.br:11449/236856Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T21:31:07.534568Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre os tradutores de romances-folhetins publicados nos jornais do Rio de Janeiro no século XIX, bem como evidenciar alguns aspectos de sua prática tradutória, além de abordar a invisibilidade dos tradutores do gênero folhetinesco. Surgido no início do século XIX, o feuilleton, nome dado ao rodapé dos jornais, era um espaço no qual se inseria textos de diversos gêneros, dentre eles a prosa ficcional em fatias, que teve seu início na França, em 1836. Essa forma de publicação alcançou os jornais cariocas, que rapidamente importaram romances dos escritores franceses para serem traduzidos e publicados em seus rodapés. Assim sendo, obras de romancistas como Eugène Sue, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Victor Hugo, Xavier de Montépin e Ponson du Terrail, eram traduzidas para o português, geralmente, pelos colaboradores dos jornais. Entre eles, estão Francisco de Paula Brito, Julio Cezar Muzzi e Justiniano José da Rocha, que trabalharam como tradutores para o Jornal do Commercio, nos primeiros anos de publicação de romances-folhetins. Somam-se a esses, por exemplo, nomes pouco conhecidos, tais como Braulio Jaime Moniz Cordeiro, Ananias Ibirapitanga de Araújo e Raimundo Antônio da Câmara Bittencourt, que traduziram narrativas para A Marmota. Há tradutores que, devido ao sucesso de seu trabalho, saíram do anonimato, como nos casos de João Aristides Soares Serpa e Guilhermina Santos. No jornal Cidade do Rio, Emílio Rouède, Coelho Netto, Olavo Bilac e Guimarães Passos teriam se envolvido num caso de tradução “parasitária”; contudo, foram creditados como tradutores apenas Guimarães Passos, Baptista Coelho e Pinheiro Chagas. Alguns romances-folhetins de sucesso, publicados no Jornal do Commercio, foram traduzidos por Justiniano José da Rocha e Antonio José Fernandes dos Reis. Augusto Emilio Zaluar, Jacinto Augusto de Sant’Anna e Vasconcellos, João Cardoso de Menezes e Souza e Manuel Antonio de Almeida traduziram romances-folhetins para o Correio Mercantil. Há também outros tradutores, tais como Machado de Assis, José Alves Visconti Coaracy e José Joaquim Vieira Souto, que não deixam de ser importantes. Justiniano José da Rocha e Caetano Lopes de Moura, em razão de sua relevância na prática de tradução literária, e da existência de uma produção biográfica sobre esses dois tradutores, foram escolhidos para uma análise comparativa de suas trajetórias, na qual se empregou os conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu. As fontes primárias desta pesquisa consistem, principalmente, em jornais cariocas do século XIX, além de manuscritos, livros e outros impressos da época, que evidenciam informações biográficas e bibliográficas a respeito dos tradutores. As fontes secundárias, por sua vez, constituem-se, sobretudo, de trabalhos sobre a tradução no Oitocentos brasileiro, especialmente aqueles que abordam o romance-folhetim traduzido, e de trabalhos sobre a História Literária, a História do Livro e da Edição e a História da Imprensa. Observamos que os tradutores de romances-folhetins publicados nos jornais cariocas tinham a tradução, em geral, como uma atividade profissional secundária; além disso, estavam marcados pela invisibilidade decorrente do anonimato, visto que, na maioria dos folhetins, não se creditava o nome do tradutor, possivelmente em razão do desprestígio do gênero folhetinesco e das críticas a respeito das traduções. |
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