Produtividade e qualidade fitoquímica de Calendula officinalis L. sob diferentes doses de composto orgânico

• Autor(a) principal: Santos, Valeria Tebinka dos
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/202210
• topic: Calêndula; Flavonoides; Compostagem; Pseudocaule de bananeira; Marigold; Flavonoids; Composting; Banana pseudostem

Calendula officinalis L., conhecida popularmente como calêndula, está presente numa lista de 71 plantas (nativas e exóticas) de interesse do Sistema Único de Saúde brasileiro. Grande parte das espécies listadas ainda necessitam de mais estudos fitotécnicos, principalmente para cultivo em sistema orgânico/agroecológico que é o recomendado para o cultivo de plantas medicinais. A busca por diferentes fontes de adubação para esse sistema de cultivo, que busca manter o equilíbrio e a saúde do solo e do sistema como um todo, indicam que o aproveitamento de resíduos da agricultura através de compostagem é uma ótima alternativa para produzir um adubo natural, estável, de pronto uso e de qualidade elevada. Portanto, esse trabalho visa contribuir com resultados científicos sobre o aproveitamento de resíduos da fruticultura (bananicultura) e da pecuária (esterco bovino) através do processo de compostagem para a avaliação da influência de diferentes doses deste composto orgânico sobre a produção vegetal (biomassa e número de flores) e sobre o rendimento e qualidade de fenóis e flavonoides de C. officinalis L. Além disso, avaliar a absorção e distribuição de macronutrientes da cultura e também, os reflexos das diferentes doses de composto orgânico sobre os atributos químicos do solo após o cultivo de C. officinalis L. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados com 5 tratamentos (0, 30, 60, 90 e 120 toneladas de composto orgânico ha-1). O experimento foi realizado entre abril e setembro 2019. Observou-se que as diferentes de doses de composto orgânico influenciaram significativamente sobre o número de flores, massa fresca e seca de capítulos florais, massa fresca e seca da parte vegetativa. Para a produtividade floral em número, a melhor dose de composto orgânico foi a de 98 t ha-1, já para massa fresca e seca a dose de 91 t ha-1 foi a que melhor apresentou resultados. O crescimento vegetativo das plantas apresentou melhores resultados conforme elevação crescente das doses de composto orgânico. Pela análise química dos capítulos florais e da parte vegetativa, detectou-se que todos os macronutrientes avaliados (N, P, K, Ca, Mg e S) apresentaram diferença significativa no acúmulo de nutrientes pela cultura em função das doses de composto orgânico, sendo que o nutriente mais acumulado pelas plantas foi o K, seguido pelo N, ambos presentes em maiores concentrações na parte vegetativa das plantas. A ordem de acúmulo de nutrientes pela cultura foi K>N>Ca>Mg>P≥S. O rendimento de compostos fenólicos totais e flavonoides totais também apresentaram diferença significativa em função da dose de composto. A dose de 60 t ha-1 apresentou destaque na concentração de polifenóis por unidade de amostra. Sendo muito semelhantes os rendimentos por área de fenóis e flavonoides entre as doses de 60 t ha-1 e 90 t ha-1. A análise de polifenóis detectou os seguintes constituintes químicos: Catequina, Quercetina, Luteolina, Rutina, Ácido Cafeico, Ácido Clorogênico, Ácido Sinapico e Ácido Salicílico. Com relação aos atributos químicos do solo após o cultivo de C. officinalis L., observaram-se diferenças significativas nas concentrações de P e K em função das doses de composto orgânico adicionado ao solo. Portanto, analisando-se conjuntamente os resultados obtidos e agregando as realidades do campo (mão de obra e questões financeiras), a dose de 60 t ha-1 de composto orgânico obtido a partir de pseudocaule de bananeira e esterco bovino é a mais adequada para o cultivo de Calendula officinalis L. em condições semelhantes às deste experimento.