Efeito de fragmentação de habitat sobre a associação entre ectoparasitos e morcegos na Mata Atlântica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/183643 |
Resumo: | A perda de habitat é vista como um dos principais efeitos decorrentes das perturbações da paisagem causada pelo homem aos ambientes naturais. Essa gera maior isolamento dos fragmentos e diminui as áreas de contato entre habitat e matriz, com efeitos negativos sobre a biodiversidade. Os efeitos da perda de habitat nos padrões de biodiversidade são geralmente analisados usando dados de distribuição de espécies e / ou abundância relativa. No entanto, eles não podem ser identificados em populações em que esses efeitos ainda não foram refletidos na abundância e incidência de espécies, e não nos informam sobre os mecanismos causais subjacentes às respostas diferenciais de espécies ou populações a essas perturbações. Uma opção para preencher esta lacuna é concentrar-se em quantificar a miríade de processos fisiológicos em que diferentes espécies lidam com ambientes em mudança. Os morcegos apresentam uma grande diversidade morfológica, fisiológica e comportamental, estando presentes em uma diversa variedade de nichos ecológicos, estabelecendo diversas relações críticas para a manutenção dos ecossistemas onde ocorrem. Os morcegos frugívoros estão entre os mais importantes dispersores de sementes do Neotrópico. Juntamente com os morcegos, investigações com seus ectoparasitas específicos são de grande relevância, visto que, os ectoparasitas exercem pressões seletivas importantes sobre a evolução dos seus hospedeiros. Assim, perda de habitat pode trazer importantes mudanças para as populações de morcegos e em algumas interações bióticas como o parasitismo. Neste contexto, utilizamos algumas analises fisiológicas para (1) avaliar os impactos da perda de habitat sobre a condição fisiológica e nível de estresse de morcegos neotropicais frugívoros, (2) entender como o ectoparasitismo especifico dos morcegos varia de acordo com a perda de habitat, e como esse afeta na condição e saúde de morcegos frugívoros (Família Phyllostomidae). Usamos Modelos Lineares Generalizados (MLG) para testar a variação nas variáveis de respostas. Para cada variável de resposta, foi realizada uma seleção de variáveis através dos critérios de informação corrigidos de Akaike (AICc), buscando os modelos mais plausíveis como aqueles com menores valores de AICc. Em nossos resultados não encontramos nenhuma evidência que comprove que a perda de habitat esta afetando a condição fisiológica, nível de estresse, intensidade ectoparasitária e condição de saúde dos morcegos frugivoros. Com a pesquisa concluímos que a perda de habitat aparentemente não prejudica a condição fisiológica (condição corporal e estado de saúde) dos morcegos frugívoros e que o nível de estresse e intensidade ectoparasitária aparentemente não são altos o suficiente para ter qualquer efeito deletério. |
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Efeito de fragmentação de habitat sobre a associação entre ectoparasitos e morcegos na Mata AtlânticaEffect of habitat fragmentation on the association between ectoparasites and bats in the Atlantic ForestPerda de habitatMorcegos frugívorosFisiologiaEctoparasitasHabitat lossFrugivorous BatsPhysiologyEctoparasitesA perda de habitat é vista como um dos principais efeitos decorrentes das perturbações da paisagem causada pelo homem aos ambientes naturais. Essa gera maior isolamento dos fragmentos e diminui as áreas de contato entre habitat e matriz, com efeitos negativos sobre a biodiversidade. Os efeitos da perda de habitat nos padrões de biodiversidade são geralmente analisados usando dados de distribuição de espécies e / ou abundância relativa. No entanto, eles não podem ser identificados em populações em que esses efeitos ainda não foram refletidos na abundância e incidência de espécies, e não nos informam sobre os mecanismos causais subjacentes às respostas diferenciais de espécies ou populações a essas perturbações. Uma opção para preencher esta lacuna é concentrar-se em quantificar a miríade de processos fisiológicos em que diferentes espécies lidam com ambientes em mudança. Os morcegos apresentam uma grande diversidade morfológica, fisiológica e comportamental, estando presentes em uma diversa variedade de nichos ecológicos, estabelecendo diversas relações críticas para a manutenção dos ecossistemas onde ocorrem. Os morcegos frugívoros estão entre os mais importantes dispersores de sementes do Neotrópico. Juntamente com os morcegos, investigações com seus ectoparasitas específicos são de grande relevância, visto que, os ectoparasitas exercem pressões seletivas importantes sobre a evolução dos seus hospedeiros. Assim, perda de habitat pode trazer importantes mudanças para as populações de morcegos e em algumas interações bióticas como o parasitismo. Neste contexto, utilizamos algumas analises fisiológicas para (1) avaliar os impactos da perda de habitat sobre a condição fisiológica e nível de estresse de morcegos neotropicais frugívoros, (2) entender como o ectoparasitismo especifico dos morcegos varia de acordo com a perda de habitat, e como esse afeta na condição e saúde de morcegos frugívoros (Família Phyllostomidae). Usamos Modelos Lineares Generalizados (MLG) para testar a variação nas variáveis de respostas. Para cada variável de resposta, foi realizada uma seleção de variáveis através dos critérios de informação corrigidos de Akaike (AICc), buscando os modelos mais plausíveis como aqueles com menores valores de AICc. Em nossos resultados não encontramos nenhuma evidência que comprove que a perda de habitat esta afetando a condição fisiológica, nível de estresse, intensidade ectoparasitária e condição de saúde dos morcegos frugivoros. Com a pesquisa concluímos que a perda de habitat aparentemente não prejudica a condição fisiológica (condição corporal e estado de saúde) dos morcegos frugívoros e que o nível de estresse e intensidade ectoparasitária aparentemente não são altos o suficiente para ter qualquer efeito deletério.Habitat loss is seen as one of the main effects of man-made landscape disturbances on natural environments. This generates greater isolation of the fragments and reduces the contact areas between habitat and matrix, with negative effects on biodiversity. The effects of habitat loss on biodiversity patterns are generally analyzed using species distribution and / or relative abundance data. However, they cannot be identified in populations where these effects have not yet been reflected in species abundance and incidence, and do not inform us of the causal mechanisms underlying the differential responses of species or populations to these disturbances. One option to bridge this gap is to focus on quantifying the myriad physiological processes in which different species deal with changing environments. Bats have a great morphological, physiological and behavioral diversity, being present in a diverse variety of ecological niches, establishing several critical relationships for the maintenance of the ecosystems where they occur. Fruit bats are among the most important seed dispersers of the Neotropic. Together with bats, investigations with their specific ectoparasites are of great relevance, as ectoparasites exert important selective pressures on their host evolution. Thus, habitat loss can bring about major changes to bat populations and in some biotic interactions such as parasitism. In this context, we use some physiological analysis to (1) evaluate the impacts of habitat loss on the physiological condition and stress level of frugivorous neotropical bats, (2) understand how bat-specific ectoparasitism varies with habitat loss, and how it affects the condition and health of fruit bats (Family Phyllostomidae). We use Generalized Linear Models (GLM) to test for variation in response variables. For each response variable, a selection of variables was performed using the Akaike Corrected Information Criteria (AICc), searching for the most plausible models such as those with lower AICc values. In our results we found no evidence that habitat loss is affecting the physiological condition, stress level, ectoparasitic intensity and health condition of frugivorous bats. With the research we conclude that habitat loss apparently does not affect the physiological condition (body condition and health status) of frugivorous bats and that the stress level and ectoparasitic intensity apparently are not high enough to have any deleterious effect.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2014/16320-7.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Cruz Neto, Ariovaldo Pereira da [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Miguel, Pedro Henrique [UNESP]2019-09-27T19:31:10Z2019-09-27T19:31:10Z2019-06-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18364300092548033004137003P3porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-15T06:19:46Zoai:repositorio.unesp.br:11449/183643Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:25:45.556003Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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A perda de habitat é vista como um dos principais efeitos decorrentes das perturbações da paisagem causada pelo homem aos ambientes naturais. Essa gera maior isolamento dos fragmentos e diminui as áreas de contato entre habitat e matriz, com efeitos negativos sobre a biodiversidade. Os efeitos da perda de habitat nos padrões de biodiversidade são geralmente analisados usando dados de distribuição de espécies e / ou abundância relativa. No entanto, eles não podem ser identificados em populações em que esses efeitos ainda não foram refletidos na abundância e incidência de espécies, e não nos informam sobre os mecanismos causais subjacentes às respostas diferenciais de espécies ou populações a essas perturbações. Uma opção para preencher esta lacuna é concentrar-se em quantificar a miríade de processos fisiológicos em que diferentes espécies lidam com ambientes em mudança. Os morcegos apresentam uma grande diversidade morfológica, fisiológica e comportamental, estando presentes em uma diversa variedade de nichos ecológicos, estabelecendo diversas relações críticas para a manutenção dos ecossistemas onde ocorrem. Os morcegos frugívoros estão entre os mais importantes dispersores de sementes do Neotrópico. Juntamente com os morcegos, investigações com seus ectoparasitas específicos são de grande relevância, visto que, os ectoparasitas exercem pressões seletivas importantes sobre a evolução dos seus hospedeiros. Assim, perda de habitat pode trazer importantes mudanças para as populações de morcegos e em algumas interações bióticas como o parasitismo. Neste contexto, utilizamos algumas analises fisiológicas para (1) avaliar os impactos da perda de habitat sobre a condição fisiológica e nível de estresse de morcegos neotropicais frugívoros, (2) entender como o ectoparasitismo especifico dos morcegos varia de acordo com a perda de habitat, e como esse afeta na condição e saúde de morcegos frugívoros (Família Phyllostomidae). Usamos Modelos Lineares Generalizados (MLG) para testar a variação nas variáveis de respostas. Para cada variável de resposta, foi realizada uma seleção de variáveis através dos critérios de informação corrigidos de Akaike (AICc), buscando os modelos mais plausíveis como aqueles com menores valores de AICc. Em nossos resultados não encontramos nenhuma evidência que comprove que a perda de habitat esta afetando a condição fisiológica, nível de estresse, intensidade ectoparasitária e condição de saúde dos morcegos frugivoros. Com a pesquisa concluímos que a perda de habitat aparentemente não prejudica a condição fisiológica (condição corporal e estado de saúde) dos morcegos frugívoros e que o nível de estresse e intensidade ectoparasitária aparentemente não são altos o suficiente para ter qualquer efeito deletério. |
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