As máscaras sociais em Incidente em Antares (1971), de Érico Veríssimo e O vendedor de passados (2004), de José Eduardo Agualusa
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/191979 |
Resumo: | A presente pesquisa reflete sobre dois romances que se encontram em países e tempos distintos, Incidente em Antares (1971), do brasileiro Érico Veríssimo e O Vendedor de Passados (2004), do angolano José Eduardo Agualusa. Essas obras foram escolhidas com o intuito de que possamos fazer uma leitura aproximativa entre elas, principalmente no que concerne ao modo de trabalharem realidade e ficção em suas narrativas. Compreendemos que há uma distância temporal entre os textos, além de dialogarem com os problemas sociais de seus países, Brasil e Angola, para construírem uma abordagem crítica da sociedade. Diante disso, fez-se necessário trazer uma síntese da história desses países para compreendermos em que meio esses romances foram construídos, pensando também, nos pontos de contato que ao longo dos anos foi se estabelecendo entre a literatura brasileira e a literatura angolana, que passaram, por exemplo, por processos semelhantes de colonização. Um dos pontos encontrados está na utilização de recursos do gênero fantástico, empregados de maneira distinta para refletirem sobre a falta de liberdade e o mascarar das pessoas frente a momentos difíceis, como a tortura, ou a procura de uma nova identidade por meio de um passado falso. Incidente em Antares traz em seu enredo, que se passa em uma cidade interiorana do Rio Grande do Sul, elementos que fazem alusão ao período da Ditadura Militar brasileira. O Vendedor de Passados, por outro lado, apresenta como enredo a fabricação de passados para a emergente sociedade de Luanda, pós-colonial. Através dessas narrativas, percebemos como as personagens diante de situações distintas precisam vestir ou tirar as máscaras para a convivência em sociedade, seja para esconder um passado ou para desmascarar os vivos. A partir da leitura que propomos, foi possível notar a liberdade almejada pelas personagens, assim como a opção dos escritores em levantar reflexões sobre os comportamentos dos cidadãos frente à sociedade em que vivem. |
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As máscaras sociais em Incidente em Antares (1971), de Érico Veríssimo e O vendedor de passados (2004), de José Eduardo AgualusaThe social masks in Incidente em Antares (1971), by Érico Veríssimo and O Vendedor de Passados (2004), by José Eduardo AgualusaLiteratura comparadaLiteratura brasileiraLiteratura angolanaRealismo fantástico (Literatura)Comparative literatureBrazilian literatureMagic realism (Literature)A presente pesquisa reflete sobre dois romances que se encontram em países e tempos distintos, Incidente em Antares (1971), do brasileiro Érico Veríssimo e O Vendedor de Passados (2004), do angolano José Eduardo Agualusa. Essas obras foram escolhidas com o intuito de que possamos fazer uma leitura aproximativa entre elas, principalmente no que concerne ao modo de trabalharem realidade e ficção em suas narrativas. Compreendemos que há uma distância temporal entre os textos, além de dialogarem com os problemas sociais de seus países, Brasil e Angola, para construírem uma abordagem crítica da sociedade. Diante disso, fez-se necessário trazer uma síntese da história desses países para compreendermos em que meio esses romances foram construídos, pensando também, nos pontos de contato que ao longo dos anos foi se estabelecendo entre a literatura brasileira e a literatura angolana, que passaram, por exemplo, por processos semelhantes de colonização. Um dos pontos encontrados está na utilização de recursos do gênero fantástico, empregados de maneira distinta para refletirem sobre a falta de liberdade e o mascarar das pessoas frente a momentos difíceis, como a tortura, ou a procura de uma nova identidade por meio de um passado falso. Incidente em Antares traz em seu enredo, que se passa em uma cidade interiorana do Rio Grande do Sul, elementos que fazem alusão ao período da Ditadura Militar brasileira. O Vendedor de Passados, por outro lado, apresenta como enredo a fabricação de passados para a emergente sociedade de Luanda, pós-colonial. Através dessas narrativas, percebemos como as personagens diante de situações distintas precisam vestir ou tirar as máscaras para a convivência em sociedade, seja para esconder um passado ou para desmascarar os vivos. A partir da leitura que propomos, foi possível notar a liberdade almejada pelas personagens, assim como a opção dos escritores em levantar reflexões sobre os comportamentos dos cidadãos frente à sociedade em que vivem.The present research reflects about two novels that are situated in diferent countries and times, Incidente em Antares (1971), written by the Brazilian Érico Veríssimo, and O Vendedor de Passados (2004), by the Angolan writer José Eduardo Agualusa. These works were chosen to intent to do a reading that approaches them, mainly the way they work reality and fiction in their narratives. We understand that there is a time distance between the texts, as well as to dialog with the social problems of Brazil and Angola, to build a critical approach of the society. Considering this It was necessary to summarize the history of these countries to understand the context the novels were written, thinking about the points of contact establishing over the years between Brazilian Literature and Angolan Literature, who have experienced, for example, similar processes of colonization. One of the points found is the use of the fantastic genre resources, used in a different way to reflect about the lack of liberty and masking of the people face of difficult moments, such as torture, or the search for new identity through a false past. Incidente em Antares brings in its plot, which takes place in a country town of Rio Grande do Sul, elements that allude to the Brazilian military dictatorship period. O Vendendor de Passados, on the other hand, presents as a plot the creation of new pasts for the emerging post-colonial society of Luanda. Through these narratives we can perceive how the characters face of different situations needs to wear or to unmask the living people. With the approximate reading we propose, it was possible to notice the freedom desired by the characters, as well as the choice of the writers that reflects about the behavior of the citizens face of the society in which they live.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Santos, Rubens Pereira dos [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lima, Daniela de Oliveira2020-03-24T16:19:46Z2020-03-24T16:19:46Z2020-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19197900092982833004048019P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T13:23:50Zoai:repositorio.unesp.br:11449/191979Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T21:11:20.837429Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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