Ecologia da polinização e troca de polinizadores de Caryocar brasiliense subsp. intermedium (Caryocaraceae), em área meridional do Cerrado

• Autor(a) principal: Dias, Alan Bronzeri [UNESP]
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/150857
• topic: Efetividade; Morfometria; Pequi; Polinização mista; Troca de polinizador; Effectiveness; Morphometry; Mixed pollination; Pollinator shift

Caryocar brasiliense (pequi) é uma árvore com flor de morfologia do tipo pincel que possibilita o livre acesso aos recursos florais, mas a polinização é realizada apenas por morcegos. Na distribuição meridional do Cerrado no estado de São Paulo, ocorre o Caryocar brasiliense subsp. intermedium (pequi-anão), cujo porte tanto vegetativo quanto das estruturas reprodutivas é menor que àqueles observados em C. brasiliense subsp. brasiliense na região central do Cerrado. Em tal contexto, foi testada a hipótese que a redução da morfologia floral em C. brasiliense subsp. intermedium possibilita a troca dos polinizadores noturnos para diurnos. Para isso, foi testada a efetividades dos grupos funcionais de polinizadores em relação ao periodo de visitação, por meio de experimentos de exclusão seletiva de polinizadores. Além disso, para melhor descrever o sistema reprodutivo da subespécie, foram feitos experimentos de polinização controlada e foi avaliada a biologia floral, ecologia da polinização e fenologia. Os polinizadores efetivos de C. brasiliense foram abelhas grandes, beija-flores, morcegos e um marsupial. Em C. brasiliense subsp. intermedium ocorreu maior efetividade dos visitantes diurnos, sendo quatro vezes mais frequentes e contribuíram com quatro vezes mais formação de frutos maduros que os visitantes noturnos. O pequi-anão tem antese noturna, mas com longevidade floral predominantemente diurna, cujas flores se abrem por volta de meia noite e sua senescência ocorre por volta das 18:00h. A subespécie é autocompatível e apresenta moderada limitação polínica. Esse estudo sugere que a formação do C. brasiliense subsp. intermedium com morfologia floral reduzida pode ter selecionado os grupos funcionais de polinizadores diurnos, o que possibilitou a mudança de um sistema de polinização especializado para um sistema de polinização mais generalista.