Hierarquização da assistência ao parto e recém-nascido no município de Botucatu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maestá, Izildinha [UNESP]
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Boteon, Eneida Maria [UNESP], Satto, Telma Mitie Uejima [UNESP], Lambertini, J. R. [UNESP], Sverzut, Eduarda Muanes [UNESP], Barreto, E. Q. S. [UNESP], Calderon, Iracema de Mattos Paranhos [UNESP], Rudge, Marilza Vieira da Cunha [UNESP]
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://proex.reitoria.unesp.br/congressos/Congressos/2__Congresso/Sa_de/Saude123.htm
http://hdl.handle.net/11449/148247
Resumo: Introdução: a análise das condições de saúde no município de Botucatu, evidenciou índices elevados de mortalidade materna e perinatal. Outro fato importante foi o esgotamento da capacidade do serviço terciário no atendimento às gestantes procedentes dos serviços de baixo risco perinatal da região. Isto motivou, a partir de 1995, a implantação de um programa de hierarquização da assistência ao parto e recém-nascido no município. A avaliação do programa mostrou resultados favoráveis na mortalidade materna e perinatal. Objetivos: comparar os resultados maternos e perinatais, durante o ano de 2001, de dois serviços de assistência: um de baixo e outro de alto risco, criados a partir da hierarquização da assistência ao parto e recém-nascido no município de Botucatu. Pacientes e métodos: trata-se de trabalho descritivo e prospectivo, com interesse relacionado à extensão, ensino e assistência ao parto e recém-nascido, diferenciada em baixo (Hospital Regional – Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana/ HR-ABHS) e alto risco (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HC-FMB). O período de observação foi de um ano (2001) e foram incluídas todas as pacientes com assistência ao parto nestes Serviços. O registro dos dados foi diário, utilizando protocolo clínico padronizado, com as seguintes informações: nº de partos, indicações de cesárea, patologia materna, morte materna, peso do recém-nascido, nº natimortos, nº de nativivos e nº de neomortos precoces (até 7 dias de vida). Resultados: O número total de partos assistidos foi de 2054, com média mensal equiparável nos dois Serviços (HR–ABHS=82,7; HC–FMB=88,4 partos/mês). A avaliação da via de parto revelou índice de cesárea de 30,8% no baixo risco e de 45,2% no alto risco. A principal indicação de cesárea foi patologia materna no alto risco (n= 131; 27,3%) e distocias no baixo risco (n= 172; 56,2%). Os resultados perinatais mostraram maior proporção de recém-nascidos de baixo peso no alto risco (n=265; 24,6%), enquanto que a macrossomia foi maior no baixo risco (n= 42; 4,2%). A mortalidade perinatal decorreu, principalmente, de complicações obstétricas no baixo risco (n=6; 66,7%) e de complicações neonatais no alto risco (n=24; 57,2%). A taxa de mortalidade perinatal I foi de 9,0‰ no baixo risco e de 26,9‰, excluídas as malformações, no de alto risco. Observou-se cinco casos de morte materna no alto risco, três deles (60,0%) de causa indireta, correspondendo a uma RMM de 247,4/100.000 nascidos vivos. No baixo risco, não se observou morte materna. Conclusões: a hierarquização da assistência ao parto e recém-nascido diferenciou os resultados do alto e baixo risco, destacando os melhores índices no serviço de menor complexidade. De forma indireta, reforça a validade deste tipo de atendimento para a qualidade da assistência e treinamento em Obstetrícia.
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