A representação da mulher vítima de estupro coletivo em notícias do jornalismo digital: o jornalismo e a construção da notícia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bufelli, Caroline de Camargo
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/202186
Resumo: Os números oficiais de estupro coletivo no Brasil aumentaram nos últimos anos e alguns casos ganharam atenção nacional, inseridos em um contexto de grande violência contra a mulher brasileira. Paralelamente, o acesso à internet no Brasil tem crescido e, atualmente, o jornalismo brasileiro é altamente veiculado nesse meio. Alguns veículos de comunicação atuam exclusivamente em plataforma digital, como portais de notícias de grande audiência no Brasil. Assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa qualitativa e estudar a representação da mulher vítima de estupro coletivo nas notícias veiculadas no G1, UOL e R7 no ano de 2019. Foram utilizados como métodos de análise a Hermenêutica de Profundidade, de Hans Gadamer, e a Netnografia, de Robert V. Kozinets. Já o conceito de representação usado nessa pesquisa se construiu com base em Platão, Aristóteles e Stuart Hall. Foram analisadas quatro notícias de cada portal, totalizando 12 textos em que o tema principal era o estupro coletivo. Como resultado, estão o baixo número de notícias veiculadas sobre estupro coletivo, o que causou certo padrão de noticiabilidade com o crime de estupro coletivo sendo noticiado em grande parte como um crime que ocorre quase que em sua totalidade em festas e associado ao uso de álcool e drogas; recorrente sexualização do estupro por meio de termos como “fazer sexo”; invisibilidade da vítima ou uma clara exposição de sua identidade; certa ligação entre o crime e fatores como taxa de criminalidade do local onde ocorreu e a palavra da vítima sendo colocada em dúvida. Com relação ao ambiente digital do jornalismo, foi possível observar uma grande instabilidade no sistema de busca por conteúdos dos portais, que além de noticiarem minimamente o crime de estupro coletivo, também não deixam disponíveis os conteúdos para leitura após certo período de tempo.
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spelling A representação da mulher vítima de estupro coletivo em notícias do jornalismo digital: o jornalismo e a construção da notíciaThe representation of woman victim of collective rape in digital journalism news: the journalism and the construction of newsJornalismoG1UOLR7ViolênciaMulherViolência contra a mulherEstupro coletivoFeminismoFeminicidioJournalismViolenceWomenViolence against womenCollective rapeFeminismFeminicideOs números oficiais de estupro coletivo no Brasil aumentaram nos últimos anos e alguns casos ganharam atenção nacional, inseridos em um contexto de grande violência contra a mulher brasileira. Paralelamente, o acesso à internet no Brasil tem crescido e, atualmente, o jornalismo brasileiro é altamente veiculado nesse meio. Alguns veículos de comunicação atuam exclusivamente em plataforma digital, como portais de notícias de grande audiência no Brasil. Assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa qualitativa e estudar a representação da mulher vítima de estupro coletivo nas notícias veiculadas no G1, UOL e R7 no ano de 2019. Foram utilizados como métodos de análise a Hermenêutica de Profundidade, de Hans Gadamer, e a Netnografia, de Robert V. Kozinets. Já o conceito de representação usado nessa pesquisa se construiu com base em Platão, Aristóteles e Stuart Hall. Foram analisadas quatro notícias de cada portal, totalizando 12 textos em que o tema principal era o estupro coletivo. Como resultado, estão o baixo número de notícias veiculadas sobre estupro coletivo, o que causou certo padrão de noticiabilidade com o crime de estupro coletivo sendo noticiado em grande parte como um crime que ocorre quase que em sua totalidade em festas e associado ao uso de álcool e drogas; recorrente sexualização do estupro por meio de termos como “fazer sexo”; invisibilidade da vítima ou uma clara exposição de sua identidade; certa ligação entre o crime e fatores como taxa de criminalidade do local onde ocorreu e a palavra da vítima sendo colocada em dúvida. Com relação ao ambiente digital do jornalismo, foi possível observar uma grande instabilidade no sistema de busca por conteúdos dos portais, que além de noticiarem minimamente o crime de estupro coletivo, também não deixam disponíveis os conteúdos para leitura após certo período de tempo.The official numbers of collective rape in Brazil have increased in recent years and some cases have received national attention, inserted in a context of great violence against Brazilian women. At the same time, Internet access in Brazil has grown and, currently, Brazilian journalism is highly disseminated in this medium. Some medias operate exclusively on a digital platform, such as news portals with large audience in Brazil. The present work aimed to carry out a qualitative research and study the representation of women victims of collective rape in the news published in G1, UOL and R7 in 2019. Hans Gadamer's Depth Hermeneutics and Netnography, by Robert V. Kozinets, were used as methods of analysis. The concept of representation used in this research was built on the basis of Plato, Aristotle and Stuart Hall. Four texts from each portal were analyzed, totaling 12 texts in which the main theme was collective rape. As a result, there is a low number of news reporting collective rape, which caused a certain standard of news reporting largely the crime of collective rape as a crime that occurs almost entirely at parties and associated with the use of alcohol and drugs; recurrent sexualization of rape through terms such as “having sex”; invisibility of the victim or a clear exposure of her identity; certain connection between the crime and factors such as the crime rate of the place where it occurred and the victim's testimony being questioned. Regarding the digital environment of journalism, it was possible to observe a great instability in the search system for content from the portals, which, in addition to minimally reporting the crime of collective rape, also do not make the contents available for reading after a certain period of time.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Morais, Osvando José de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Bufelli, Caroline de Camargo2020-12-21T18:44:22Z2020-12-21T18:44:22Z2020-11-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20218633004056081P441970647749040420000-0002-9882-0159porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-04-22T13:26:00Zoai:repositorio.unesp.br:11449/202186Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-04-22T13:26Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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