"Havia Eru, o Único": O Silmarillion, de J. R. R. Tolkien, e a Simbologia do Sagrado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, William Fernando de Souza [UNESP]
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/255737
Resumo: A presente pesquisa visou analisar como são utilizados, no “Ainulindalë”, cena cosmogônica – ou seja, mito de criação do mundo, nesse caso ficcional – do autor J. R. R. Tolkien, quatro símbolos, e como estes atuam para que a narrativa participe do conjunto de textos considerados sagrados. Essa análise tenciona responder à pergunta de como o autor sucede nesse intento, e se dará através de uma reflexão arquetípica dos seguintes elementos: o vazio – enquanto estrutura pré-cósmica de caos primal, trevas abismais etc. –, o fogo – enquanto energia criadora e destruidora –, e, conjuntamente, a água e a música – enquanto ferramentas criacionais e hierofânicas. Como cena cosmogônica, o “Ainulindalë” é, em essência, uma narrativa simbólica, e, como tal, nos apoiamos em obras de Mircea Eliade (principalmente O Sagrado e o Profano e Mito e Realidade) e de Ernst Cassirer (Linguagem e Mito); por seu peso arquetípico, são utilizadas as clássicas obras O Homem e seus Símbolos e Arquétipos e o Inconsciente Coletivo, ambas de Carl G. Jung, e Os Arquétipos Literários, de Eleazar M. Meletínski. Seguindo na linha arquetípica, mas relacionando-se mais direta e especificamente com os elementos, utilizaremos as obras de Gaston Bachelard (A Psicanálise do Fogo e A Água e os Sonhos, para falar, respectivamente, como se pode imaginar, dos elementos do fogo e da água) e o Timeu de Platão. Por fim, como fontes de narrativas mitológicas que podem ser comparadas ao “Ainulindalë”, utilizaremos as traduções, para o inglês, das Eddas – de Carolyne Larrington para a Edda Poética e de Jesse Byock para a Edda em prosa – e do Enuma Elish (feita por Wilfred G. Lambert e S. B. Parker); a Bíblia de Jerusalém para a leitura do Bereshit judaicocristão; o livro O Universo, os Deuses, os Homens, de Jean-Pierre Vernant, como fonte de mitologia grega; por fim a tradução para o inglês do Livro dos Mortos egípcio, feita por Raymond O. Faulkner.
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