Reforma Psiquiátrica: avanços e desafios das práticas dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/144447 |
Resumo: | Esta pesquisa visou identificar os avanços e os retrocessos da Reforma Psiquiátrica, assim como os desafios contemporâneos que envolvem os progressos e/ou a reprodução da lógica manicomial nas práticas profissionais dos trabalhadores de um CAPS. Entendemos a reforma psiquiátrica como um processo histórico que tem como objetivos questionar e propor novas estratégias para a transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria. O estudo foi realizado em um CAPS I de um município do interior de São Paulo, no qual participaram oito trabalhadores com nível superior e que atuavam há mais de um ano nesse serviço. A pesquisa foi pautada na Teoria Histórico-Cultural, portanto, alicerçada aos pressupostos metodológicos do materialismo histórico-dialético. Os procedimentos utilizados envolveram entrevistas semiestruturadas, observação participante e registros no diário de campo. A partir das entrevistas e da análise das informações coletadas pudemos compreender que alguns trabalhadores no cotidiano do serviço identificam em suas práticas, muitas vezes, uma reprodução da lógica manicomial, realizando constantemente um movimento pessoal e coletivo para que tal lógica seja superada. Enquanto uma outra parcela de trabalhadores acaba por reproduzir e naturalizar essa lógica dentro do serviço que tem como proposta a ruptura com o paradigma manicomial. No entanto, não podemos simplificar a compreensão dos trabalhadores entrevistados em dois grupos completamente distintos (manicomiais X antimanicomiais), já que foi possível observar que, em diversos momentos, alguns trabalhadores apresentavam concepções contraditórias, ora em defesa de práticas de atenção psicossocial, ora em consonância com a reprodução da lógica manicomial, a depender da temática abordada. Observamos também que a compreensão (ou sua ausência) das políticas públicas por vezes está relacionada com a superação ou não da lógica manicomial. Constatamos que para esta superação é importante fortalecer e implantar completamente as políticas públicas de saúde mental, visto que a não consolidação dessas políticas dificulta as ações dos trabalhadores no cotidiano, em especial no que tange à Rede de Atenção Psicossocial no município em questão. Cabe ressaltar ainda a importância de se evidenciar tanto o caráter ideológico como o caráter humanizador das práticas destes profissionais e também a compreensão de que o ideário manicomial vem na contramão do que concebemos para a saúde. |
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Reforma Psiquiátrica: avanços e desafios das práticas dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)Psychiatric Reform: Progress and Challenges of the practices of professionals at a psychosocial treatment center (CAPS).Saúde MentalReforma PsiquiátricaCAPSTeoria Histórico-CulturalEsta pesquisa visou identificar os avanços e os retrocessos da Reforma Psiquiátrica, assim como os desafios contemporâneos que envolvem os progressos e/ou a reprodução da lógica manicomial nas práticas profissionais dos trabalhadores de um CAPS. Entendemos a reforma psiquiátrica como um processo histórico que tem como objetivos questionar e propor novas estratégias para a transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria. O estudo foi realizado em um CAPS I de um município do interior de São Paulo, no qual participaram oito trabalhadores com nível superior e que atuavam há mais de um ano nesse serviço. A pesquisa foi pautada na Teoria Histórico-Cultural, portanto, alicerçada aos pressupostos metodológicos do materialismo histórico-dialético. Os procedimentos utilizados envolveram entrevistas semiestruturadas, observação participante e registros no diário de campo. A partir das entrevistas e da análise das informações coletadas pudemos compreender que alguns trabalhadores no cotidiano do serviço identificam em suas práticas, muitas vezes, uma reprodução da lógica manicomial, realizando constantemente um movimento pessoal e coletivo para que tal lógica seja superada. Enquanto uma outra parcela de trabalhadores acaba por reproduzir e naturalizar essa lógica dentro do serviço que tem como proposta a ruptura com o paradigma manicomial. No entanto, não podemos simplificar a compreensão dos trabalhadores entrevistados em dois grupos completamente distintos (manicomiais X antimanicomiais), já que foi possível observar que, em diversos momentos, alguns trabalhadores apresentavam concepções contraditórias, ora em defesa de práticas de atenção psicossocial, ora em consonância com a reprodução da lógica manicomial, a depender da temática abordada. Observamos também que a compreensão (ou sua ausência) das políticas públicas por vezes está relacionada com a superação ou não da lógica manicomial. Constatamos que para esta superação é importante fortalecer e implantar completamente as políticas públicas de saúde mental, visto que a não consolidação dessas políticas dificulta as ações dos trabalhadores no cotidiano, em especial no que tange à Rede de Atenção Psicossocial no município em questão. Cabe ressaltar ainda a importância de se evidenciar tanto o caráter ideológico como o caráter humanizador das práticas destes profissionais e também a compreensão de que o ideário manicomial vem na contramão do que concebemos para a saúde.This survey aimed to identify the advances and regressions of the Psychiatric Reform, as well as contemporary challenges involving the progress and / or reproduction of asylum practices in professionals of a CAPS in the professional practices of workers in a CAPS. We understand the psychiatric reform as a historical process that aims to question and propose new strategies for the transformation of the classical model and paradigm of psychiatry.This study was conducted in the CAPS I of a city in the interior of São Paulo, where eight graduated employees working in this area for over one year were interwied. The survey was guided by the Historical-Cultural Theory, therefore, supported the methodological assumption of historical dialectical materialism. The procedures used involved semi-structured interviews, participant observation and records in a field diary. Based on the collected data we understood that some of these workers often identify on their routine a reproduction of asylum practices, constantly struggling personally and collectively to overcome this situation. Others employees, on the other hand, eventually reproduced and naturalized this practice within the service that intends to break with the asylum paradigm. However we cannot it is not correct to simplify the understanding of these workers in two completely different groups (asylum x anti asylum), once it was observed that many times, some workers had conflicting views, sometimes in defense of the psychosocial mental health practices, others according to the reproduction of asylum logic. We also noted that the understanding or the lack of public policies sometimes is related to overcoming or not the asylum practices. We observed that strengthen and fully implement of public policies of mental health is important to overcome this fact, once the non-consolidation of these policies hinders the workers' actions in daily life, especially with regard to the system of psychosocial service in the studied city. It is worth noting the importance of emphasizing both the ideological and the humanizing character of these professionals practices and the understanding that the asylum ideology is in the opposite direction to what we conceive to health.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Martin, Sueli Terezinha Ferrero [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Cusinato, Caroline [UNESP]2016-10-26T18:11:51Z2016-10-26T18:11:51Z2016-08-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14444700087478233004064078P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-04T13:10:29Zoai:repositorio.unesp.br:11449/144447Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-04T13:10:29Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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