A floresta ombrófila densa altomontana no Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Cunha, SP: análise da heterogeneidade estrutural e florística em escala local

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grillo, Roberta Marotti Martelletti [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/148564
Resumo: A Floresta Atlântica compreende a segunda maior floresta pluvial tropical do continente americano; entretanto, a devastação excessiva somada à elevada taxa de endemismo encontrada nesse ambiente a posicionou entre os cinco hotspots mais importantes do mundo. No sudeste do Brasil, a heterogeneidade florística do componente arbóreo da Floresta Atlântica tem sido relacionada a variações altitudinais e climáticas dentro de uma ampla escala geográfica e, variações microambientais, como solo e topografia, em escalas locais e regionais. O presente trabalho teve por objetivo investigar a florística e fitossociologia da comunidade arbórea de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica (parcela S), a qual aparenta ter fisionomia altomontana típica, no entanto encontra-se aos 1.100 m de altitude, portanto, abaixo do limite mínimo estabelecido pelo IBGE para essa formação (1.500 m para a faixa latitudinal entre 16° e 24°S, em que o estudo se encontra); e comparar com uma área próxima, mas com notáveis variações fisionômicas (parcela U - Montana), presente em mesmo nível altitudinal (1.100 m). Além de verificar possíveis relações dos padrões de estrutura, composição e riqueza de espécies da comunidade com fatores edáficos, topográficos e de serapilheira, estabelecendo comparações entre as áreas, visando responder as seguintes questões: Em escala local, ocorrem diferenças significativas na composição, estrutura e riqueza de espécies entre os blocos que representam a parcela S? E em relação aos blocos da parcela U (Montana)? Caso ocorram, a topografia, o solo e/ou serapilheira explicam essas variações? Para tanto, em cada área foram implantadas quatro blocos amostrais de 50 x 50 metros, subdivididos em 10 x 10 m. As parcelas localizam-se no Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) – Núcleo Cunha, à aproximadamente 1.100 m de altitude. Todos os indivíduos arbóreos com PAP = 15 cm contidos dentro das subparcelas foram amostrados, numerados e mensurados quanto ao PAP e altura, e mapeados por meio da tomada das medidas x e y dentro das subparcelas. As coletas foram identificadas, herborizadas e guardadas junto ao acervo do Herbário HRCB e a listagem do material seguiu a classificação do APG III. Em todas as subparcelas foram coletadas: amostras de solo através de tradagens para análise físico-química e, medida a porcentagem de inclinação do terreno com o auxílio do hipsômetro digital. Para análise da serapilheira, foram coletadas três amostras em cada uma das 40 subparcelas sorteadas, totalizando 120 amostras por área (S e U). As amostras foram constituídas pela serapilheira acumulada sobre o solo, e os parâmetros avaliados foram: peso úmido, peso seco e espessura. As análises fitossociológicas foram realizadas no software FITOPAC 2 para o componente arbóreo de cada parcela e para cada bloco amostral (0,25 ha). Diferenças entre os descritores de serapilheira, solo e topografia foram verificadas pela análise ANOVA baseada em aleatorização. A parcela S apresentou 2.183 indivíduos vivos e 340 mortos em pé, representados por 141 espécies pertencentes a 44 famílias. As famílias mais ricas foram Myrtaceae, Lauraceae e Aquifoliaceae, e as espécies com maior VI foram Pimenta pseudocayorphyllus, Cyathea phalerata e Byrsonima cf. ligustrifolia. Em relação à estrutura, a parcela S apresentou área basal de 30,15 m², diâmetro médio de 11,48 + 6,62 cm e altura média de 8,45 + 3 m. Já a parcela U apresentou 2.092 indivíduos vivos e 139 mortos em pé, representados por 134 espécies pertencentes a 38 famílias. As famílias mais ricas foram Myrtaceae, Lauraceae e Rubiaceae, e as espécies com maior VI foram Chrysophyllum viride, Guapira opposita e Cryptocarya botelhensis. Em relação à estrutura, a parcela U apresentou área basal de 46,20 m², diâmetro médio de 12,7 + 0,4 cm e altura média de 10 + 0,5. As fisionomias U e S apresentaram diferenças significativas para altura média, área basal e número de indivíduos mortos. Em relação à serapilheira, houve diferença significativa entre as parcelas apenas para espessura da serapilheira. Para os parâmetros edáficos houve diferença entre as áreas S e U para argila, areia, silte, P, K, H+Al, Al, SB, CTC, V% e declividade. O presente estudo apresentou resultados corroborando que os trechos selecionados numa mesma altitude se tratam de fitofisionomias distintas em uma escala local. Comparando com outras áreas de altitude, podemos confirmar diagnóstico prévio realizado para a parcela S como fisionomia altomontana. Os resultados apresentam diferenças na composição e riqueza de espécies em escala local, sendo relacionadas em parte às variáveis edáficas e topográficas que variam em curtas distâncias, colaborando para a heterogeneidade ambiental em microescala. Observamos que ainda são necessários mais estudos em diferentes escalas além da combinação de outros fatores ambientais a fim de entender quais outros parâmetros estariam influenciando nos padrões encontrados.
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No sudeste do Brasil, a heterogeneidade florística do componente arbóreo da Floresta Atlântica tem sido relacionada a variações altitudinais e climáticas dentro de uma ampla escala geográfica e, variações microambientais, como solo e topografia, em escalas locais e regionais. O presente trabalho teve por objetivo investigar a florística e fitossociologia da comunidade arbórea de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica (parcela S), a qual aparenta ter fisionomia altomontana típica, no entanto encontra-se aos 1.100 m de altitude, portanto, abaixo do limite mínimo estabelecido pelo IBGE para essa formação (1.500 m para a faixa latitudinal entre 16° e 24°S, em que o estudo se encontra); e comparar com uma área próxima, mas com notáveis variações fisionômicas (parcela U - Montana), presente em mesmo nível altitudinal (1.100 m). Além de verificar possíveis relações dos padrões de estrutura, composição e riqueza de espécies da comunidade com fatores edáficos, topográficos e de serapilheira, estabelecendo comparações entre as áreas, visando responder as seguintes questões: Em escala local, ocorrem diferenças significativas na composição, estrutura e riqueza de espécies entre os blocos que representam a parcela S? E em relação aos blocos da parcela U (Montana)? Caso ocorram, a topografia, o solo e/ou serapilheira explicam essas variações? Para tanto, em cada área foram implantadas quatro blocos amostrais de 50 x 50 metros, subdivididos em 10 x 10 m. As parcelas localizam-se no Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) – Núcleo Cunha, à aproximadamente 1.100 m de altitude. Todos os indivíduos arbóreos com PAP = 15 cm contidos dentro das subparcelas foram amostrados, numerados e mensurados quanto ao PAP e altura, e mapeados por meio da tomada das medidas x e y dentro das subparcelas. As coletas foram identificadas, herborizadas e guardadas junto ao acervo do Herbário HRCB e a listagem do material seguiu a classificação do APG III. Em todas as subparcelas foram coletadas: amostras de solo através de tradagens para análise físico-química e, medida a porcentagem de inclinação do terreno com o auxílio do hipsômetro digital. Para análise da serapilheira, foram coletadas três amostras em cada uma das 40 subparcelas sorteadas, totalizando 120 amostras por área (S e U). As amostras foram constituídas pela serapilheira acumulada sobre o solo, e os parâmetros avaliados foram: peso úmido, peso seco e espessura. As análises fitossociológicas foram realizadas no software FITOPAC 2 para o componente arbóreo de cada parcela e para cada bloco amostral (0,25 ha). Diferenças entre os descritores de serapilheira, solo e topografia foram verificadas pela análise ANOVA baseada em aleatorização. A parcela S apresentou 2.183 indivíduos vivos e 340 mortos em pé, representados por 141 espécies pertencentes a 44 famílias. As famílias mais ricas foram Myrtaceae, Lauraceae e Aquifoliaceae, e as espécies com maior VI foram Pimenta pseudocayorphyllus, Cyathea phalerata e Byrsonima cf. ligustrifolia. Em relação à estrutura, a parcela S apresentou área basal de 30,15 m², diâmetro médio de 11,48 + 6,62 cm e altura média de 8,45 + 3 m. Já a parcela U apresentou 2.092 indivíduos vivos e 139 mortos em pé, representados por 134 espécies pertencentes a 38 famílias. As famílias mais ricas foram Myrtaceae, Lauraceae e Rubiaceae, e as espécies com maior VI foram Chrysophyllum viride, Guapira opposita e Cryptocarya botelhensis. Em relação à estrutura, a parcela U apresentou área basal de 46,20 m², diâmetro médio de 12,7 + 0,4 cm e altura média de 10 + 0,5. As fisionomias U e S apresentaram diferenças significativas para altura média, área basal e número de indivíduos mortos. Em relação à serapilheira, houve diferença significativa entre as parcelas apenas para espessura da serapilheira. Para os parâmetros edáficos houve diferença entre as áreas S e U para argila, areia, silte, P, K, H+Al, Al, SB, CTC, V% e declividade. O presente estudo apresentou resultados corroborando que os trechos selecionados numa mesma altitude se tratam de fitofisionomias distintas em uma escala local. Comparando com outras áreas de altitude, podemos confirmar diagnóstico prévio realizado para a parcela S como fisionomia altomontana. Os resultados apresentam diferenças na composição e riqueza de espécies em escala local, sendo relacionadas em parte às variáveis edáficas e topográficas que variam em curtas distâncias, colaborando para a heterogeneidade ambiental em microescala. Observamos que ainda são necessários mais estudos em diferentes escalas além da combinação de outros fatores ambientais a fim de entender quais outros parâmetros estariam influenciando nos padrões encontrados.The Atlantic forest is the second largest tropical rainforest of the American continent, however excessive devastation added to the high endemism rate in this environment has placed it among the five most significant hotspots in the world. In southeast Brazil, the floristic diversity of the arboreal component in the Atlantic forest has been related to variations among climate and altitude, within a wide geographic scale, as well as microenvironment variations, such as soil and topography, in local and regional scales. This study aims to investigate the floristic and phytosociology of the arboreal community in a section of the upper montane rainforest in the Atlantic domain (S portion) and compare it with a nearby area, which shows remarkable physiognomy variations (montane) and present at the same altitudinal level (U portion). Besides checking possible links between the structure patterns, composition and richness of the community species with edaphic factors, topographic and litter, stablishing comparisons with the montane area, this study aims to answer the following questions: In local scale, do significant differences occur in composition, structure and richness of species in the S portion in comparison to the montane area? In case it occurs, do topography, soil and/or litter explain these variations? Therefore, in each area four 50 x 50 meter sample blocks were implanted and subdivided into 10 x 10 m. The portions are located at the Serra do Mar State Park (PESM) – Cunha Centre, at the altitude of approximately 1.100 m. Every tree with PAP=15 cm within the subplots was sampled, numbered and measured as to PAP and height, mapped by the x and y measurements within the subplots. The samples were identified, herborized and stored with the Herbarium HRCB collections, in which the material listing followed the APG III classification. Regarding the litter, three samples were collected in each of the 40 randomly selected subplot, accounting 120 samples per portion (S and U). The samples were formed by accumulated litter on the soil at the beginning of the rainy season of 2015. The phytosociological analysis were performed by FITOPAC 2 software for the arboreal content of each portion and for each sample block (0,25 hectares). The differences between the litter descriptors, soil and topography were checked by ANOVA analysis, based on randomization. The S portion showed 2.183 living individuals and 340 dead standing up, represented by 141 species that belong to 44 different families. The richest families were Myrtaceae, Lauraceae and Aquifoliaceae and the species with the highest VI were Pimenta pseudocayorphyllus, Cyathea phalerata and Byrsonima cf. ligustrifolia. Regarding structure, the S portion presented basal area of 20,15 m2, average diameter of 11,48 + 6,62 cm and average height of 8,45 + 3 m. The U portion presented 2.092 living individuals and 139 dead standing up, represented by 134 species that belong to 38 different families. The richest families were Myrtaceae, Lauraceae and Rubiaceae and the species with the highest VI were Chrysophyllum viride, Guapira opposita e Cryptocarya botelhensis. Regarding structure, the U portion presented basal area of 46,20 m2, average diameter of 12,7 + 0,4 cm and average height of 10 + 0,5 m. The S and U portions presented significant physiognomy differences in regard to average height, basal area and number of dead individuals. In relation to the litter, there was significant difference between the portions only regarding accumulation of litter. For edaphic parameters, there were differences between the S and U portion for clay, sand, silt, P, K, H+Al, Al, SB, CTC, V% and slope. The results of this study indicate that the investigated S and U portions, which were at the same altitude, show distinct phytophisionomies on a local scale. Compared to other areas of altitude, the pre-diagnosis of the S portion as an upper montane physiognomy can be confirmed. The results show differences in composition and richness of species in local scale, related in part to edaphic and topographic variations that vary in short distances, contributing to the environmental diversity in microscale. We note that more studies are still needed on different scales in order to understand which other parameters would be influencing the discovered patterns.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Assis, Marco Antonio de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Grillo, Roberta Marotti Martelletti [UNESP]2017-01-20T19:46:33Z2017-01-20T19:46:33Z2016-09-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14856400087860933004137005P64830964329792347porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-02T06:12:24Zoai:repositorio.unesp.br:11449/148564Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-02T06:12:24Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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Grillo, Roberta Marotti Martelletti [UNESP]
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