A filosofia e seu ensino podem colaborar para adiar o fim do mundo?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/204460 |
Resumo: | Embora não exista consenso sobre o que é filosofia, as diferentes abordagens de algum modo se relacionam a lidar com os problemas que o contexto vivenciado impõe. Na contemporaneidade, nenhum problema é mais urgente do que o mundo em colapso que se acelera com as políticas atuais de exploração e devastação ambiental. A partir disso, objetiva-se investigar o problema “A filosofia e seu ensino podem colaborar para adiar o fim do mundo?”. Por meio do diálogo interdisciplinar acerca do problema-central, apresentam-se suas causas e consequências, bem como outras perspectivas sobre ele, trazendo à tona o narcisismo da filosofia dominante. Tendo como foco o contexto em que se insere este texto, os debates realizados transitam entre estudos sobre a colonialidade, relacionando o colonialismo à catástrofe ecológica, e, por outro lado, a pesquisa ancora-se em estudos que questionam o antropocentrismo da filosofia hegemônica, relacionando a crise ecológica a uma concepção de humanidade que emerge no contexto da filosofia ocidental e que subsidiou o próprio colonialismo. Assim, o arcabouço teórico articula debates sobre colonialismo e sobre antropocentrismo, facetas de uma mesma ontologia hegemônica, como fundamentos do mundo em colapso que colocam em dúvida o futuro da humanidade. Aponta-se como hipótese que o ensino de filosofia precisa ser repensado para lidar com os tempos urgentes que vivemos, rompendo com a abordagem eurocêntrica e com a concepção de humanidade racional que alicerça o fascismo e o especismo que destroem as condições de vida no planeta. Considerando as contribuições da filosofia ocidental hegemônica para o mundo em colapso a partir da concepção do homem como o único animal racional, propõe-se um ensino de filosofia a partir das conexões com o contexto, seus problemas e os seres que o compõem. Cada movimento do trabalho é guiado por conceitos que emergem das relações complexas e orgânicas do planeta, tendo como professores/as da vida o solo, as árvores, as ervas, as bactérias, os fungos, os microrganismos e os mangues. Com uma perspectiva filosófica ecológica defende-se uma compreensão do ensino de filosofia de forma emaranhada ao contexto e os seres que, como nós, compõem o ambiente, tendo as diferenças como potencialidades que fertilizam os modos de ser no mundo. Pretende-se indicar um filosofar-com conectado com os devires da vida no planeta através de linhas de fuga das ideologias de superioridade de um tipo de humanidade, aprendendo com as sabedorias da terra na forma de uma ecosofia que articula ética, política e estética como dimensões de uma mesma percepção sobre a existência. Se a monocultura ocidental produz a destruição das condições de vida, as diferenças de perspectivas e seres apresentam-se como possibilidades de cultivares menos daninhos e mais férteis para a vida neste planeta. |
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A filosofia e seu ensino podem colaborar para adiar o fim do mundo?Can philosophy and its teaching collaborate to postpone the end of the world?ColonialidadeDiferençasExperiênciaPerspectivismoEcologiaColonialityDifferencesExperiencePerspectivismEcologyEmbora não exista consenso sobre o que é filosofia, as diferentes abordagens de algum modo se relacionam a lidar com os problemas que o contexto vivenciado impõe. Na contemporaneidade, nenhum problema é mais urgente do que o mundo em colapso que se acelera com as políticas atuais de exploração e devastação ambiental. A partir disso, objetiva-se investigar o problema “A filosofia e seu ensino podem colaborar para adiar o fim do mundo?”. Por meio do diálogo interdisciplinar acerca do problema-central, apresentam-se suas causas e consequências, bem como outras perspectivas sobre ele, trazendo à tona o narcisismo da filosofia dominante. Tendo como foco o contexto em que se insere este texto, os debates realizados transitam entre estudos sobre a colonialidade, relacionando o colonialismo à catástrofe ecológica, e, por outro lado, a pesquisa ancora-se em estudos que questionam o antropocentrismo da filosofia hegemônica, relacionando a crise ecológica a uma concepção de humanidade que emerge no contexto da filosofia ocidental e que subsidiou o próprio colonialismo. Assim, o arcabouço teórico articula debates sobre colonialismo e sobre antropocentrismo, facetas de uma mesma ontologia hegemônica, como fundamentos do mundo em colapso que colocam em dúvida o futuro da humanidade. Aponta-se como hipótese que o ensino de filosofia precisa ser repensado para lidar com os tempos urgentes que vivemos, rompendo com a abordagem eurocêntrica e com a concepção de humanidade racional que alicerça o fascismo e o especismo que destroem as condições de vida no planeta. Considerando as contribuições da filosofia ocidental hegemônica para o mundo em colapso a partir da concepção do homem como o único animal racional, propõe-se um ensino de filosofia a partir das conexões com o contexto, seus problemas e os seres que o compõem. Cada movimento do trabalho é guiado por conceitos que emergem das relações complexas e orgânicas do planeta, tendo como professores/as da vida o solo, as árvores, as ervas, as bactérias, os fungos, os microrganismos e os mangues. Com uma perspectiva filosófica ecológica defende-se uma compreensão do ensino de filosofia de forma emaranhada ao contexto e os seres que, como nós, compõem o ambiente, tendo as diferenças como potencialidades que fertilizam os modos de ser no mundo. Pretende-se indicar um filosofar-com conectado com os devires da vida no planeta através de linhas de fuga das ideologias de superioridade de um tipo de humanidade, aprendendo com as sabedorias da terra na forma de uma ecosofia que articula ética, política e estética como dimensões de uma mesma percepção sobre a existência. Se a monocultura ocidental produz a destruição das condições de vida, as diferenças de perspectivas e seres apresentam-se como possibilidades de cultivares menos daninhos e mais férteis para a vida neste planeta.Although there is no consensus on what philosophy is, the different approaches are somehow related to dealing with problems that the context that experienced imposes. Nowadays, no problem is more urgent than the collapsing world that is accelerating with the current policies of environmental exploitation and devastation. Based on that, the objective of this thesis is to investigate the problem “Can philosophy and its teaching collaborate to postpone the end of the world?”. Through the interdisciplinary dialogue about the central problem, its causes and consequences are presented, as well as other perspectives, bringing out the narcissism of the dominant philosophy. Focusing on the context in which this text is inserted, the debates carried out move between studies on coloniality, relating colonialism to ecological catastrophe, and, on the other hand, the research is anchored in studies that question the anthropocentrism of hegemonic philosophy, relating the ecological crisis to a conception of humanity that emerges in the context of Western philosophy and which subsidized colonialism itself. Thus, the theoretical framework articulates debates about colonialism and anthropocentrism, facets of the same hegemonic ontology, as foundations of the collapsing world that puts the future of humanity in doubt. It is pointed out as a hypothesis that the teaching of philosophy needs to be rethought in order to deal with the urgent times we live, breaking with the Eurocentric approach and with the conception of rational humanity that underpins fascism and speciesism that destroy living conditions on the planet. Considering the contributions of western hegemonic philosophy to the collapsing world from the conception of Man as the only rational animal, a teaching of philosophy is proposed based on the connections with the contexto, its problems and the beings that compose it. Each movement of the work is guided by concepts that emerge from the complex and organic relationships of the planet, having the soil, trees, herbs, bacteria, fungi, microorganisms and mangroves as the teachers of life. With an ecological philosophical perspective, is defended an understanding of philosophy teaching entangled with the context and the beings that, like us, make up the environment, having differences as potentialities that fertilize the ways of being in the world. It is intended to indicate a philosophizing-with connected with the becoming of life on the planet through escape lines from the ideologies of superiority of a type of humanity, learning from the wisdoms of the land in the form of an ecosophy that articulates ethics, politics and aesthetics as dimensions of the same perception on existence. If western monoculture produces the destruction of living conditions, differences in perspectives and beings present themselves as possibilities for cultivating less harmful and more fertile life on this planet.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Gelamo, Rodrigo Pelloso [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Garcia, Amanda Veloso [UNESP]2021-04-22T20:09:53Z2021-04-22T20:09:53Z2021-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20446033004110040P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T15:36:08Zoai:repositorio.unesp.br:11449/204460Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T15:36:08Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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