Respostas fisiológicas agudas e crônicas ao ciclismo excêntrico: revisão sistemática e meta-análise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barreto, Renan Vieira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/213941
Resumo: O ciclismo excêntrico (CEXC) tem ganhado atenção de pesquisadores e profissionais da saúde pela sua eficácia em aumentar força e desenvolver massa muscular de indivíduos saudáveis e em condições clínicas. Uma característica importante dessa modalidade é o baixo custo energético do trabalho muscular excêntrico, que possibilita a geração de grande carga tensional mecânica sobre os músculos (importante estímulo adaptativo para o tecido musculoesquelético) sem respostas cardiorrespiratórias acentuadas durante o exercício (fator que poderia limitar a prática de exercícios em algumas populações). No entanto, para que a prescrição e condução de intervenções com o CEXC sejam realizadas de forma precisa e segura é necessário reunir e combinar informações provenientes de diferentes estudos independentes se valendo de métodos de revisão sistemática e meta-análise. Portanto, para estimar a magnitude das respostas fisiológicas agudas dos protocolos de CEXC e das adaptações crônicas ao treinamento de CEXC, foram realizadas meta-análises da diferença média percentual entre (1) as respostas fisiológicas agudas de sessões de CEXC e ciclismo concêntrico (CCON) realizadas em uma mesma potência absoluta; (2) as respostas fisiológicas agudas de sessões de CEXC e CCON realizadas com um mesmo consumo de oxigênio; e (3) as adaptações fisiológicas geradas pelo treinamento de CEXC e CCON. Dezenove estudos foram selecionados para análise das respostas agudas e treze estudos foram selecionados para a análise das respostas crônicas ao CEXC. A meta-análise das respostas fisiológicas agudas mostrou que o CEXC induziu menor estresse cardiorrespiratório e psicofisiológico que o CCON realizado com a mesma potência absoluta, e maior estresse cardiovascular comparado ao CCON realizado com o mesmo consumo de oxigênio. A meta-análise das respostas crônicas ao treinamento revelou que o CEXC foi mais eficaz que CCON em aumentar a capacidade máxima de produção de força e a capacidade funcional dos participantes dos estudos selecionados. O efeito do treinamento de CEXC sobre o consumo máximo de oxigênio, frequência cardíaca pico, área de secção transversa da fibra muscular e porcentagem de gordura corporal foi semelhante ao do CCON. Ainda, o treinamento de CEXC mostrou ser menos eficaz que o treinamento de CCON para aumentar a potência pico atingida em teste de carga incremental no ciclo ergômetro concêntrico. Portanto, a prescrição do CEXC baseada em cargas de trabalho utilizadas no CCON pode ser considera segura e, portanto, viável em contextos de reabilitação e tratamento de indivíduos com intolerância ao esforço físico. No entanto, a prescrição do CEXC realizada com base no consumo de oxigênio das sessões de CCON deve ser evitada, principalmente no meio clínico, uma vez que existe grande probabilidade de uma sobrecarga cardiovascular adicional nessa condição. Ademais, o treinamento de CEXC pode induzir aumentos superiores aos do CCON na força muscular e capacidade funcional, e semelhantes em medidas de capacidade cardiorrespiratória, composição corporal e hipertrofia muscular.
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Uma característica importante dessa modalidade é o baixo custo energético do trabalho muscular excêntrico, que possibilita a geração de grande carga tensional mecânica sobre os músculos (importante estímulo adaptativo para o tecido musculoesquelético) sem respostas cardiorrespiratórias acentuadas durante o exercício (fator que poderia limitar a prática de exercícios em algumas populações). No entanto, para que a prescrição e condução de intervenções com o CEXC sejam realizadas de forma precisa e segura é necessário reunir e combinar informações provenientes de diferentes estudos independentes se valendo de métodos de revisão sistemática e meta-análise. Portanto, para estimar a magnitude das respostas fisiológicas agudas dos protocolos de CEXC e das adaptações crônicas ao treinamento de CEXC, foram realizadas meta-análises da diferença média percentual entre (1) as respostas fisiológicas agudas de sessões de CEXC e ciclismo concêntrico (CCON) realizadas em uma mesma potência absoluta; (2) as respostas fisiológicas agudas de sessões de CEXC e CCON realizadas com um mesmo consumo de oxigênio; e (3) as adaptações fisiológicas geradas pelo treinamento de CEXC e CCON. Dezenove estudos foram selecionados para análise das respostas agudas e treze estudos foram selecionados para a análise das respostas crônicas ao CEXC. A meta-análise das respostas fisiológicas agudas mostrou que o CEXC induziu menor estresse cardiorrespiratório e psicofisiológico que o CCON realizado com a mesma potência absoluta, e maior estresse cardiovascular comparado ao CCON realizado com o mesmo consumo de oxigênio. A meta-análise das respostas crônicas ao treinamento revelou que o CEXC foi mais eficaz que CCON em aumentar a capacidade máxima de produção de força e a capacidade funcional dos participantes dos estudos selecionados. O efeito do treinamento de CEXC sobre o consumo máximo de oxigênio, frequência cardíaca pico, área de secção transversa da fibra muscular e porcentagem de gordura corporal foi semelhante ao do CCON. Ainda, o treinamento de CEXC mostrou ser menos eficaz que o treinamento de CCON para aumentar a potência pico atingida em teste de carga incremental no ciclo ergômetro concêntrico. Portanto, a prescrição do CEXC baseada em cargas de trabalho utilizadas no CCON pode ser considera segura e, portanto, viável em contextos de reabilitação e tratamento de indivíduos com intolerância ao esforço físico. No entanto, a prescrição do CEXC realizada com base no consumo de oxigênio das sessões de CCON deve ser evitada, principalmente no meio clínico, uma vez que existe grande probabilidade de uma sobrecarga cardiovascular adicional nessa condição. Ademais, o treinamento de CEXC pode induzir aumentos superiores aos do CCON na força muscular e capacidade funcional, e semelhantes em medidas de capacidade cardiorrespiratória, composição corporal e hipertrofia muscular.Eccentric cycling has been regarded as a promising exercise modality for improving muscle strength and lean body mass of healthy individuals and clinical patients. An important characteristic of eccentric cycling is the low metabolic cost associated with the negative work absorption, which has been linked to a great mechanical load stimulus over skeletal muscle tissue and reduced cardiorespiratory responses during exercise. However, for the prescription and monitoring of eccentric cycling interventions to be carried out more precisely and safely by scientists and healthcare professionals, it is necessary to extract and combine information from different independent studies through systematic review and meta-analysis. To estimate the magnitude of the acute physiological responses from eccentric cycling bouts and the chronic adaptations from eccentric cycling training, we meta-analyzed the mean difference between (1) acute physiological responses from eccentric and concentric cycling bouts performed at the same absolute power output; (2) acute physiological responses from eccentric and concentric cycling bouts performed at the same oxygen uptake; and (3) physiological adaptations from pre-post eccentric and concentric training interventions. Nineteen studies were included in the analysis of acute responses and thirteen studies were selected for analysis of chronic responses to CEXC. The meta-analysis of the acute physiological responses showed that CEXC induced lower cardiorespiratory and psychophysiological burden compared to CCON performed at the same absolute power output, and greater cardiovascular burden compared to CCON performed at the same oxygen uptake. The meta-analysis of chronic responses to training showed that CEXC was more effective than CCON to improve lower limb strength and functional capacity of the participants in the selected studies. The effect of CEXC and CCON training on maximal oxygen uptake, peak heart rate, muscle fiber cross-sectional area, and body fat percentage was similar. However, CEXC training proved to be less effective than CCON training to increase the peak power output reached in concentric incremental tests. In conclusion, the prescription of CEXC based on workloads used in the CCON sessions can be considered safe and, therefore, feasible for exercise treatment and rehabilitation of individuals with poor exercise tolerance. However, the prescription of CEXC based on the oxygen uptake during CCON sessions should be avoided, especially in clinical settings, since there is a high probability of an additional cardiovascular overload in such a condition. Furthermore, CEXC training can induce greater increases in muscle strength and functional capacity, and similar increases in measures of cardiorespiratory capacity, body composition, and muscle hypertrophy compared to CCON training.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Denadai, Benedito Sérgio [UNESP]Lima, Leonardo Coelho Rabello de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Barreto, Renan Vieira2021-08-10T17:17:18Z2021-08-10T17:17:18Z2021-07-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21394133004137066P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-29T06:05:45Zoai:repositorio.unesp.br:11449/213941Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:19:51.076995Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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