Avaliação do potencial risco à saúde humana por ingestão de metais decorrente do consumo de pescado do Estuário de São Vicente, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Faria, Gabrielle Hayek de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/252555
Resumo: As características ambientais dos estuários fazem essas áreas serem importantes para o desenvolvimento econômico, social e urbano. Por abrigarem uma elevada concentração populacional, os estuários tornam-se suscetíveis à contaminação por diversas fontes de poluentes. A Região Metropolitana da Baixada Santista, no estado de São Paulo, onde está situado o Sistema Estuarino de Santos (SES), destaca-se como um dos exemplos mais significativos de urbanização, resultando na aglomeração da população de baixa renda em regiões periféricas, geralmente não adequadas para moradia, e na degradação ambiental, devido à geração e descarte de poluentes. O Canal de São Vicente, situado na porção oeste do (SES), é caracterizado pela presença de contaminação por resíduos organoclorados, metais e esgotos lançados in natura. Os metais estão entre os contaminantes mais comuns encontrados em regiões estuarinas, podendo acumular-se nas espécies por meio de diferentes mecanismos e podendo chegar aos seres humanos, principalmente pelo consumo de peixes, e assim causar efeitos tóxicos à saúde dependendo das quantidades absorvidas. Na região do Canal de São Vicente, o parati (Mugil curema) destaca-se como um dos peixes mais abundantes, amplamente consumido pela população tradicional e pelos habitantes de baixa renda que vivem nas áreas ribeirinhas. Análises indicaram que os peixes coletados no SES podem apresentar altos níveis de metais em seus tecidos, sendo importante determinar possíveis riscos à saúde humana a partir de seu consumo. Este estudo pretendeu definir o padrão de consumo de pescado da população que habita os aglomerados subnormais às margens do estuário no município de São Vicente e avaliar os possíveis riscos não carcinogênicos à saúde humana decorrentes da ingestão da carne de paratis, a partir da coleta de dados e cálculos dos possíveis riscos toxicológicos dos metais Cromo, Níquel e Mercúrio, utilizando as concentrações em tecido musculares de peixes coletados no Canal de São Vicente, as quais são disponibilizadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), considerando diferentes cenários de exposição. O pescado se demonstrou como uma importante fonte de proteína para a alimentação da população local, sendo consumido por 86% dos moradores da área, tendo os peixes como os mais consumidos nas residências. A frequência de consumo é, em sua maior parte, eventual, com o consumo semanal ou de mais de uma vez por semana também expressivo. O risco não carcinogênico para Cromo, Níquel e Mercúrio a partir da ingestão de peixes da área se mostrou baixo, havendo necessidade de mais estudos de contaminação para a área do Canal estuarino de São Vicente e a utilização de referências mais recentes para cálculos de riscos toxicológicos, sendo esta uma importante metodologia que integra as vias de exposição aos contaminantes e os riscos à saúde humana em áreas com indicadores de poluição ambiental.
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A Região Metropolitana da Baixada Santista, no estado de São Paulo, onde está situado o Sistema Estuarino de Santos (SES), destaca-se como um dos exemplos mais significativos de urbanização, resultando na aglomeração da população de baixa renda em regiões periféricas, geralmente não adequadas para moradia, e na degradação ambiental, devido à geração e descarte de poluentes. O Canal de São Vicente, situado na porção oeste do (SES), é caracterizado pela presença de contaminação por resíduos organoclorados, metais e esgotos lançados in natura. Os metais estão entre os contaminantes mais comuns encontrados em regiões estuarinas, podendo acumular-se nas espécies por meio de diferentes mecanismos e podendo chegar aos seres humanos, principalmente pelo consumo de peixes, e assim causar efeitos tóxicos à saúde dependendo das quantidades absorvidas. Na região do Canal de São Vicente, o parati (Mugil curema) destaca-se como um dos peixes mais abundantes, amplamente consumido pela população tradicional e pelos habitantes de baixa renda que vivem nas áreas ribeirinhas. Análises indicaram que os peixes coletados no SES podem apresentar altos níveis de metais em seus tecidos, sendo importante determinar possíveis riscos à saúde humana a partir de seu consumo. Este estudo pretendeu definir o padrão de consumo de pescado da população que habita os aglomerados subnormais às margens do estuário no município de São Vicente e avaliar os possíveis riscos não carcinogênicos à saúde humana decorrentes da ingestão da carne de paratis, a partir da coleta de dados e cálculos dos possíveis riscos toxicológicos dos metais Cromo, Níquel e Mercúrio, utilizando as concentrações em tecido musculares de peixes coletados no Canal de São Vicente, as quais são disponibilizadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), considerando diferentes cenários de exposição. O pescado se demonstrou como uma importante fonte de proteína para a alimentação da população local, sendo consumido por 86% dos moradores da área, tendo os peixes como os mais consumidos nas residências. A frequência de consumo é, em sua maior parte, eventual, com o consumo semanal ou de mais de uma vez por semana também expressivo. O risco não carcinogênico para Cromo, Níquel e Mercúrio a partir da ingestão de peixes da área se mostrou baixo, havendo necessidade de mais estudos de contaminação para a área do Canal estuarino de São Vicente e a utilização de referências mais recentes para cálculos de riscos toxicológicos, sendo esta uma importante metodologia que integra as vias de exposição aos contaminantes e os riscos à saúde humana em áreas com indicadores de poluição ambiental.The environmental characteristics of estuaries make these areas important for economic, social, and urban development. As they house a high population concentration, estuaries become susceptible to contamination by various sources of pollutants. The Baixada Santista Metropolitan Region, in the state of São Paulo, where the Santos Estuarine System (SES) is located, constitutes one of the most significant examples of urbanization, resulting in the agglomeration of the low-income population in peripheral regions, generally not suitable for housing, and environmental degradation due to the generation and release of pollutants. The São Vicente Channel, located in the western portion of the SES, is characterized by the presence of contamination by organochlorine waste, metals, and the release of raw sewage. Metals are among the most common contaminants found in estuarine regions and can accumulate in aquatic organisms through different mechanisms, reaching humans mainly through the consumption of fish. In humans, the consumption of contaminated fish may cause toxic health effects, depending on the quantities absorbed. In the São Vicente Channel, parati (Mugil curema) is one of the most abundant fish, which is widely consumed by the traditional population and low-income inhabitants living in riverine areas. Previous analysis indicated that fish collected at SES may have high levels of metals in their soft tissues; therefore, determining possible risks to human health from fish consumption is important in this estuarine region. The present study aimed to define the fish consumption pattern by the population that inhabits subnormal settlements on the banks of the São Vicente Channel and evaluate the possible non-carcinogenic risks to human health resulting from the ingestion of parati's meat. To achieve that, concentrations of Chromium, Nickel, and Mercury reported by the State Environmental Agency (CETESB) were compiled and combined with the consumption profile, considering different scenarios. Then, the possible toxicological risks associated with the consumption of fish were estimated. Fish proved to be an important source of protein for the local population, being consumed by 86% of residents in the area, with fish being the most consumed in homes. The frequency of consumption is mainly occasional, but weekly consumption or more than once a week were also relevant. The non-carcinogenic risks for Chromium, Nickel, and Mercury from the ingestion of fish were estimated as low, but further contamination studies for the São Vicente Channel are necessary, considering the consumption of multiple aquatic species and updated information on fish contamination. However, the human health risk assessment consists of an important approach that integrates the routes of exposure to contaminants and the risks to human health in contaminated areas.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Abessa, Denis Moledo de Souza [UNESP]Faria, Gabrielle Hayek de2024-01-09T18:19:55Z2024-01-09T18:19:55Z2023-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfHAYEK , G. F. Avaliação do potencial risco à saúde humana por ingestão de metais decorrente do consumo de pescado do Estuário de São Vicente, São Paulo. Orientador: Denis Moledo de Souza Abessa. 2024. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas com habilitação em Biologia Marinha) – Instituto de Biociências do Campus do Litoral Paulista, Universidade Estadual Paulista, São Vicente, 2023.https://hdl.handle.net/11449/252555porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-10T06:14:14Zoai:repositorio.unesp.br:11449/252555Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T19:59:50.544579Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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