Caracterização morfológica do pênis de espécies de morcegos vespertilionídeos dos gêneros Histiotus, Lasiurus e Myotis (Chiroptera, Mammalia)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/138901 |
Resumo: | A família Vespertilionidae é cosmopolita e com maior número de espécies entre os Chiroptera; apesar disso, informações detalhadas sobre os diferentes táxons dessa família ainda são insuficientes para as interpretações evolutivas e formulações de relacionamentos entre os táxons. Características morfológicas reprodutivas como variações intra e interespecíficas da morfologia peniana e presença ou ausência de báculo (osso peniano) têm se mostrado importantes na avaliação dos relacionamentos evolutivos de diferentes táxons de mamíferos, incluindo Chiroptera, porém, para os vespertilionídeos elas ainda são restritas. Histiotus, Lasiurus e Myotis são táxons complexos de Vespertilionidae, por isso, com o objetivo de fornecer novas informações sobre eles o presente estudo analisou e descreveu a morfologia interna e externa do pênis, da glande peniana e do báculo das espécies Histiotus velatus, Lasiurus blossevillii, L. cinereus, L. ega, Myotis albescens e M.nigricans. Os resultados mostraram que nas espécies analisadas o pênis é semi-penduloso, tem uma glande pequena e subcônica, desprovidada de projeções epidérmicas, e um prepúcio espesso e vascular. Apesar das seis espécies compartilharem está condição geral para o pênis, foram encontradas diferenças significativas entre elas na constituição e arranjo dos tecidos peniano. Os pênis apresentaram três tipos de tecidos eréteis, o corpo cavernoso, o corpo esponjoso e o corpo cavernoso acessório, contudo, houve variação na quantidade e disposição destes tecidos na composição do pênis das espécies. Lasiurus blossevillii e M. albescens apresentaram apenas um corpo cavernoso no pênis, que se estendeu da base do corpo até o início da glande. Histiotus velatus, L. cinereus e L. ega apresentaram dois corpos cavernosos, que em H. velatus percorreu toda a extensão do pênis, ou seja, da base até o início da glande, enquanto que em L. cinereus e L. ega eles se fundem a partir da região mediana do pênis, constituindo a partir dai apenas um corpo cavernoso. Em M. nigricans o pênis apresentou três corpos cavernosos nas porções mais basais, que a partir da região mediana se fundem em um único corpo cavernoso estendendo-se até a glande. Com exceção de M. nigricans em que o tecido cavernoso acessório ocorre desde a região mais basal do corpo do pênis até o ápice da glande, na forma de uma única massa bem abrangente na região latero-dorsal do pênis, nas demais espécies ele se distribui em duas massas de menor proporção também dispostas dorso-lateralmente. O báculo, presente na glande das seis espécies, variou em tamanho, de 0,66 mm a 1,14 mm, exibidos pelas espécies M. nigricans e L. ega, respectivamente, e a morfologia variou, até mesmo entre as espécies congenéricas, indicando que a morfologia do báculo é uma característica útil na diagnose dessas espécies. A maior similaridade morfológica do báculo foi observada entre H. velatus e M. albescens. |
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Caracterização morfológica do pênis de espécies de morcegos vespertilionídeos dos gêneros Histiotus, Lasiurus e Myotis (Chiroptera, Mammalia)Morphological characterization of the penis species of vespertilionids bats of the genus Histiotus, Lasiurus and Myotis (Chiroptera, Mammalia)VespertilionidaeBáculoMorfologia penianaHistologiaBaculumPenis morphologyHistologyVespertilionidaeA família Vespertilionidae é cosmopolita e com maior número de espécies entre os Chiroptera; apesar disso, informações detalhadas sobre os diferentes táxons dessa família ainda são insuficientes para as interpretações evolutivas e formulações de relacionamentos entre os táxons. Características morfológicas reprodutivas como variações intra e interespecíficas da morfologia peniana e presença ou ausência de báculo (osso peniano) têm se mostrado importantes na avaliação dos relacionamentos evolutivos de diferentes táxons de mamíferos, incluindo Chiroptera, porém, para os vespertilionídeos elas ainda são restritas. Histiotus, Lasiurus e Myotis são táxons complexos de Vespertilionidae, por isso, com o objetivo de fornecer novas informações sobre eles o presente estudo analisou e descreveu a morfologia interna e externa do pênis, da glande peniana e do báculo das espécies Histiotus velatus, Lasiurus blossevillii, L. cinereus, L. ega, Myotis albescens e M.nigricans. Os resultados mostraram que nas espécies analisadas o pênis é semi-penduloso, tem uma glande pequena e subcônica, desprovidada de projeções epidérmicas, e um prepúcio espesso e vascular. Apesar das seis espécies compartilharem está condição geral para o pênis, foram encontradas diferenças significativas entre elas na constituição e arranjo dos tecidos peniano. Os pênis apresentaram três tipos de tecidos eréteis, o corpo cavernoso, o corpo esponjoso e o corpo cavernoso acessório, contudo, houve variação na quantidade e disposição destes tecidos na composição do pênis das espécies. Lasiurus blossevillii e M. albescens apresentaram apenas um corpo cavernoso no pênis, que se estendeu da base do corpo até o início da glande. Histiotus velatus, L. cinereus e L. ega apresentaram dois corpos cavernosos, que em H. velatus percorreu toda a extensão do pênis, ou seja, da base até o início da glande, enquanto que em L. cinereus e L. ega eles se fundem a partir da região mediana do pênis, constituindo a partir dai apenas um corpo cavernoso. Em M. nigricans o pênis apresentou três corpos cavernosos nas porções mais basais, que a partir da região mediana se fundem em um único corpo cavernoso estendendo-se até a glande. Com exceção de M. nigricans em que o tecido cavernoso acessório ocorre desde a região mais basal do corpo do pênis até o ápice da glande, na forma de uma única massa bem abrangente na região latero-dorsal do pênis, nas demais espécies ele se distribui em duas massas de menor proporção também dispostas dorso-lateralmente. O báculo, presente na glande das seis espécies, variou em tamanho, de 0,66 mm a 1,14 mm, exibidos pelas espécies M. nigricans e L. ega, respectivamente, e a morfologia variou, até mesmo entre as espécies congenéricas, indicando que a morfologia do báculo é uma característica útil na diagnose dessas espécies. A maior similaridade morfológica do báculo foi observada entre H. velatus e M. albescens.The Vespertilionidae family has a cosmopolitan behaviour and the greatest number of species among the Chiroptera; despite such diversity, detailed information regarding the different taxa are still insufficient to accurately comprehend the evolutionary interpretations and establish connections between the taxa. Reproductive morphological characteristics such as intra and interspecific variations of penile morphology and presence, or absence, of baculum (os penis) have shown great importance when evaluating evolutionary relations between different mammalian taxa, included Chiroptera. However, these informations are very limited. Histiotus, Lasiurus and Myotis are intricate taxa of the Vespertilionidae and, for this reason, in order to provide new information about the aforementioned taxa, the present study has analyzed and described the internal and external morphology of the penis, the penile glans, and the baculum of six species: Histiotus velatus, Lasiurus blossevilli, L. cinereus, L. ega, Myotis, albescens and M. nigricans. Results have shown that, for the studied species, the penis is semi-pendulous, has small and subconical glans with absence of epidermic projections, and a vascular and dense foreskin. Despite all six species sharing these general penile conditions, significant differences of tissue constitution and arrangement have been found. The penis showed three types of erectile tissue: corpus cavernosum, corpus spongiosum and accessory cavernosus tissue, but there is variation of quantity and disposition of such tissues for the six species. Lasiurus blossevillii and M. albescens showed only one corpus cavernosum, going from the base of the body to the beginning of the glans. Histiotus velatus, L. cinerens and L. ega showed two corpora cavernosa that, in H. velatus had the extension of the penis, i.e., from the base to the glans, while in L. cinereus and L. ega, the corpora are merged from the medium portion of the penis to the glans, forming one single corpus cavernosum. In M. nigricans, the penis showed three corpora cavernosa close to its anterior portions which are merged into a single corpus cavernosum to the glans. Except the M. nigricans, in which the acessory cavernosum tissue goes from the base of the penis to the apex of the glans, formed as a single mass on the lateral dorsal region of the penis; in the other species, it is distributed in two smaller masses also on the lateral dorsal region of the penis. The baculum, present in the glans of all six species, had size variations from 0,66 mm to 1,14 mm, in M. nigricans and L. ega, respectively, and the morphology, even between congeneric species, showing that the baculum morphology is an useful feature in the diagnose of these species. The greatest morphological similarity of the baculum was between H. velatus and M. albescens.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Morielle-Versute, Eliana [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Jubilato, Fernanda Costa [UNESP]2016-05-31T12:28:51Z2016-05-31T12:28:51Z2016-02-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/13890100087265033004153072P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-11T06:15:56Zoai:repositorio.unesp.br:11449/138901Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:02:15.495502Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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A família Vespertilionidae é cosmopolita e com maior número de espécies entre os Chiroptera; apesar disso, informações detalhadas sobre os diferentes táxons dessa família ainda são insuficientes para as interpretações evolutivas e formulações de relacionamentos entre os táxons. Características morfológicas reprodutivas como variações intra e interespecíficas da morfologia peniana e presença ou ausência de báculo (osso peniano) têm se mostrado importantes na avaliação dos relacionamentos evolutivos de diferentes táxons de mamíferos, incluindo Chiroptera, porém, para os vespertilionídeos elas ainda são restritas. Histiotus, Lasiurus e Myotis são táxons complexos de Vespertilionidae, por isso, com o objetivo de fornecer novas informações sobre eles o presente estudo analisou e descreveu a morfologia interna e externa do pênis, da glande peniana e do báculo das espécies Histiotus velatus, Lasiurus blossevillii, L. cinereus, L. ega, Myotis albescens e M.nigricans. Os resultados mostraram que nas espécies analisadas o pênis é semi-penduloso, tem uma glande pequena e subcônica, desprovidada de projeções epidérmicas, e um prepúcio espesso e vascular. Apesar das seis espécies compartilharem está condição geral para o pênis, foram encontradas diferenças significativas entre elas na constituição e arranjo dos tecidos peniano. Os pênis apresentaram três tipos de tecidos eréteis, o corpo cavernoso, o corpo esponjoso e o corpo cavernoso acessório, contudo, houve variação na quantidade e disposição destes tecidos na composição do pênis das espécies. Lasiurus blossevillii e M. albescens apresentaram apenas um corpo cavernoso no pênis, que se estendeu da base do corpo até o início da glande. Histiotus velatus, L. cinereus e L. ega apresentaram dois corpos cavernosos, que em H. velatus percorreu toda a extensão do pênis, ou seja, da base até o início da glande, enquanto que em L. cinereus e L. ega eles se fundem a partir da região mediana do pênis, constituindo a partir dai apenas um corpo cavernoso. Em M. nigricans o pênis apresentou três corpos cavernosos nas porções mais basais, que a partir da região mediana se fundem em um único corpo cavernoso estendendo-se até a glande. Com exceção de M. nigricans em que o tecido cavernoso acessório ocorre desde a região mais basal do corpo do pênis até o ápice da glande, na forma de uma única massa bem abrangente na região latero-dorsal do pênis, nas demais espécies ele se distribui em duas massas de menor proporção também dispostas dorso-lateralmente. O báculo, presente na glande das seis espécies, variou em tamanho, de 0,66 mm a 1,14 mm, exibidos pelas espécies M. nigricans e L. ega, respectivamente, e a morfologia variou, até mesmo entre as espécies congenéricas, indicando que a morfologia do báculo é uma característica útil na diagnose dessas espécies. A maior similaridade morfológica do báculo foi observada entre H. velatus e M. albescens. |
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