Prevalência e circunstâncias do padrão de uso de álcool sob uma perspectiva de gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Ícaro Caresia [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/148822
Resumo: Introdução: O uso problemático de álcool constitui importante parcela das doenças crônicas não transmissíveis que mais matam no Brasil. Os problemas relacionados ao álcool não se restringem exclusivamente aos indivíduos dependentes, estando também associados a padrões de uso considerados “de risco”. Objetivos: Estimar a prevalência e fatores associados de uso de álcool entre homens e mulheres bem como as características sociodemográficas, prevalência dos padrões de uso, circunstâncias em que ocorrem e diferenças de gênero em relação aos escores do AUDIT e em relação ao uso pesado episódico de álcool da população estudada. Método: Os dados foram coletados através de um inquérito epidemiológico transversal em amostra estratificada e representativa que totalizou 1155 adultos entre 18 e 59 anos de idade. A coleta de dados foi feita através de aplicação do questionário GENACIS 2014 em entrevistas individuais nos domicílios sorteados. Os resultados foram comparados pelos testes usuais de proporções, por meio da distribuição binomial ou de aproximação normal. O banco foi ponderado para não respostas e em todas as análises foi fixado como probabilidade de ocorrência do erro de primeira espécie o valor alfa de 5%. Resultados: A taxa de resposta foi de 58,6% e a prevalência foi de 18,3% para abstinentes na vida, sendo 25,9% mulheres e 9,1% homens, entre os que fizeram uso de álcool nos últimos 12 meses a prevalência total da amostra foi de 58,3%, sendo 48,6% entre as mulheres e 69,4% entre os homens. O sexo masculino também foi o que mais bebeu nos últimos 12 meses, em maior número de doses em um dia típico (p=0,0002), consumiram maior número de doses por ocasião (p=0,0001), beberam com maior frequência (p=0,001) e tiveram mais episódios de uso episódico de álcool (p=0,0001). AUDIT com escore ≥8, indicando uso de risco de álcool, foi encontrado em 18,0% das mulheres e 40,0% dos homens. Na análise de regressão logística de AUDIT ≥8 encontrou-se para homens 1,61 vezes mais chances de AUDIT ≥8 entre os que se auto denominaram não brancos, 3,10 mais chances entre aqueles com nível médio e superior incompleto de escolaridade e 6,43 mais chances entre aqueles com superior completo ou mais; para mulheres foram fatores de proteção ter filhos maiores de 18 anos que moram junto e maior renda familiar mensal (3 a 10 salários mínimos). Considerações finais: Identificar as prevalências do consumo de álcool, as diferenças no perfil de uso entre homens e mulheres e fatores associados é importante passo para o desenvolvimento de novas políticas públicas de intervenção em saúde ou readequação daquelas já existentes, para que com isso seja mais eficiente e efetiva a prevenção dos problemas causados pelo uso nocivo de álcool.
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Método: Os dados foram coletados através de um inquérito epidemiológico transversal em amostra estratificada e representativa que totalizou 1155 adultos entre 18 e 59 anos de idade. A coleta de dados foi feita através de aplicação do questionário GENACIS 2014 em entrevistas individuais nos domicílios sorteados. Os resultados foram comparados pelos testes usuais de proporções, por meio da distribuição binomial ou de aproximação normal. O banco foi ponderado para não respostas e em todas as análises foi fixado como probabilidade de ocorrência do erro de primeira espécie o valor alfa de 5%. Resultados: A taxa de resposta foi de 58,6% e a prevalência foi de 18,3% para abstinentes na vida, sendo 25,9% mulheres e 9,1% homens, entre os que fizeram uso de álcool nos últimos 12 meses a prevalência total da amostra foi de 58,3%, sendo 48,6% entre as mulheres e 69,4% entre os homens. O sexo masculino também foi o que mais bebeu nos últimos 12 meses, em maior número de doses em um dia típico (p=0,0002), consumiram maior número de doses por ocasião (p=0,0001), beberam com maior frequência (p=0,001) e tiveram mais episódios de uso episódico de álcool (p=0,0001). AUDIT com escore ≥8, indicando uso de risco de álcool, foi encontrado em 18,0% das mulheres e 40,0% dos homens. Na análise de regressão logística de AUDIT ≥8 encontrou-se para homens 1,61 vezes mais chances de AUDIT ≥8 entre os que se auto denominaram não brancos, 3,10 mais chances entre aqueles com nível médio e superior incompleto de escolaridade e 6,43 mais chances entre aqueles com superior completo ou mais; para mulheres foram fatores de proteção ter filhos maiores de 18 anos que moram junto e maior renda familiar mensal (3 a 10 salários mínimos). Considerações finais: Identificar as prevalências do consumo de álcool, as diferenças no perfil de uso entre homens e mulheres e fatores associados é importante passo para o desenvolvimento de novas políticas públicas de intervenção em saúde ou readequação daquelas já existentes, para que com isso seja mais eficiente e efetiva a prevenção dos problemas causados pelo uso nocivo de álcool.Introduction: The problematic use of alcohol constitutes an important part of the chronic non-communicable diseases that kill the most in Brazil. Alcohol-related problems are not restricted exclusively to dependent individuals, but are associated with patterns of use considered to be "at-risk". Objectives: To estimate the prevalence and associated factors of alcohol use among men and women as well as socio-demographic characteristics, the prevalence of use patterns, the circumstances where they occur and the gender differences in relation to the AUDIT scores and the heavy episodic use of alcohol of the study population. Method: The data were collected through an epidemiological cross-sectional survey in a stratified and representative sample that totaled 1155 adults among 18 and 59 years of age. Data collection was done through the application of the GENACIS 2014 questionnaire in individual interviews in the households that were randomly selected. The results were compared by the usual tests of proportions, by means of binomial distribution or normal approximation. The bank was weighted for non-responses and in all analyzes it was set as a probability of occurrence of error of the first species the alpha value of 5%. Results: The response rate was 58.6% and the prevalence was 18.3% for abstinents in life, with 25.9% women and 9.1% men, among those who used alcohol in the last 12 months the total prevalence of the sample was 58.3%, 48.6% among women and 69.4% among men. Men were also the ones who drank the most in the last 12 months, in a higher number of doses on a typical day (p = 0.0002), consumed more doses per occasion (p = 0.0001), drank more frequently (P = 0.001) and had more episodes of episodic alcohol use (p = 0.0001). The AUDIT with score ≥8, indicating use of alcohol risk, was found in 18.0% of the women and 40.0% of the men. In the logistic regression analysis of the AUDIT ≥8, there were 1.61 times the odds of AUDIT ≥8 among those who called themselves non-whites, 3.10 more chances among those with incomplete upper and middle school education, and 6 , 43 more chances among those with complete superior or more; For women were protective factors to have children older than 18 years who live together and higher monthly family income (3 to 10 minimum wages). Final considerations: Identifying the prevalence of alcohol consumption, differences in the profile of use among men and women and associated factors are important steps in the development of new public health intervention policies or readjustment of those already existing, so that it is more efficient and effective the prevention of the problems caused by the harmful use of alcohol.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2015/09137-4Universidade Estadual Paulista (Unesp)Kerr-Corrêa, Florence [UNESP]Smaira, Sumaia Inaty [UNESP]Oliveira, Janaina Barbosa [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lopes, Ícaro Caresia [UNESP]2017-02-20T19:45:51Z2017-02-20T19:45:51Z2017-01-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14882200088055733004064078P99423859833835064porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-04T13:10:03Zoai:repositorio.unesp.br:11449/148822Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-04T13:10:03Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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