Uma experiência do acompanhamento técnico psicológico ao adolescente em Liberdade Assistida (LA): contribuições psicanalíticas

• Autor(a) principal: Silva, Joicy Anne [UNESP]
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/142000
• topic: Adolescência; Ato infracional; Liberdade assistida; Psicanálise; Adolescence; Infrational act; Assisted freedom; Psychoanalysis

A presente Dissertação é resultado da experiência do psicólogo enquanto técnico responsável no acompanhamento de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (L.A). Buscou-se, através do estudo, compreender os atos infracionais sob uma perspectiva psicanalítica, abordando a adolescência e a influência da sociedade de consumo na estruturação psíquica do sujeito, na contemporaneidade. Tendo em vista a recente política de socioeducação efetivada por meio de uma legislação própria, o SINASE (2012), que prioriza a promoção do adolescente, de estímulo ao desenvolvimento de sua autonomia, melhora da relação consigo mesmo, do reconhecimento de sua singularidade, devendo as ações socioeducativas propiciar a oportunidade de o jovem ressignificar seus valores, enquanto sujeito e cidadão de direitos e deveres, procurou-se analisar as práticas dos trabalhadores da socioeducação e tecer considerações necessárias para o incremento de um processo socioeducativo mais efetivo. Nesse sentido, foram observados os pilares nos quais essa política está pautada, referentes à inserção do adolescente na educação e no mercado de trabalho, levando-se em conta os aspectos psicológicos que contribuem para a autoria das infrações, na adolescência. Todos os questionamentos levantados durante o estudo resultaram da prática do psicólogo no cotidiano de uma instituição executora de medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e Liberdade Assistida (L.A). Esta consiste em uma das modalidades de medidas socioeducativas aplicadas aos adolescentes que cometem infrações, a qual não prima pela privação de liberdade, porém, é caracterizada pelo acompanhamento, auxílio e orientação a essa clientela específica. Considera-se que o dispositivo da LA possa vir a se constituir como um espaço de estímulo ao protagonismo do jovem, da vivência de uma relação do sujeito atuante com as condições de sua produção, possibilitando que este se reconheça enquanto produto e produtor de sua realidade. Escolheu-se como metodologia o Estudo de Caso de um adolescente acompanhado em Liberdade Assistida, por se acreditar que o contato com o indivíduo permite ao pesquisador em psicanálise escutar diferentes experiências emocionais, pelas manifestações verbais do sujeito, sem fins descritivos, de prescrição ou de controle. Com a intenção de elaborar um trabalho que auxilie o profissional da Assistência Social a pensar sobre sua atuação, de informar a sociedade sobre a importância e o papel dela no desenvolvimento dos adolescentes, de ajudar as instituições a terem visões diferenciadas sobre a complexidade do fenômeno, espera-se poder construir um trabalho ético e de contribuição social aos adolescentes e suas famílias.