Crise e transição: um capítulo da modernização conservadora da autocracia no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sartoretto, Leonardo [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/151586
Resumo: O presente trabalho procura compreender as transformações que ocorrem na base do poder político da autocracia burguesa brasileira em 1930. Nomeadamente a crise que leva a recomposição das suas frações no bloco do poder com a ascensão da Aliança Liberal ao Governo Provisório. Para tanto estudamos a formação e consolidação da fração agrárioexportadora e portadora do grande capital cafeeiro, já que esta vai ser a matriz do intenso desenvolvimento que a nossa formação social vai conhecer com base no ciclo do café. É através de sua gênese e desenvolvimento que observamos que, no bojo de seu avanço social, inclusive na composição de sua hegemonia que ocorre durante a Primeira República, contradições como a formação de uma industrialização com capitais oriundos da acumulação cafeeira vão transformando a estrutura produtiva de sua dominação. Por outro lado, seu domínio absoluto começa a ser contestado em 1922, ferindo mortalmente sua capacidade hegemônica. A Aliança Liberal, herdeira de toda essa crise política, ao agregar em si inúmeros grupos, camadas e frações sociais que já não se veem mais representadas pela política monocultora e agroexportadora do café, com grande ênfase ao apoio armado tenentista, se insurrece e desloca do centro do poder a fração paulista. Como grupo dirigente, ela então reorienta o centro dinâmico da economia brasileira, respondendo ao caráter de suas próprias contradições, e com medidas políticas como o corporativismo trava contato íntimo com a burguesia industrial. Novamente se apropriando do Estado para recompor a relação de suas frações burguesas, e outra vez alijando a classe trabalhadora do poder através de sua organização em moldes corporativistas, mesmo que isso as leve para dentro do próprio Estado, e ainda reprimindo com violência os grupos sociais que não lograram obedecer a esse ditame, como a reorganização do DEOPS bem expressa, características todas de uma legítima autocracia burguesa, agora reposta em novos patamares, o grupo dirigente encabeçado por Getúlio Vargas procede a uma genuína modernização conservadora desta forma de domínio brasileira.
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Para tanto estudamos a formação e consolidação da fração agrárioexportadora e portadora do grande capital cafeeiro, já que esta vai ser a matriz do intenso desenvolvimento que a nossa formação social vai conhecer com base no ciclo do café. É através de sua gênese e desenvolvimento que observamos que, no bojo de seu avanço social, inclusive na composição de sua hegemonia que ocorre durante a Primeira República, contradições como a formação de uma industrialização com capitais oriundos da acumulação cafeeira vão transformando a estrutura produtiva de sua dominação. Por outro lado, seu domínio absoluto começa a ser contestado em 1922, ferindo mortalmente sua capacidade hegemônica. A Aliança Liberal, herdeira de toda essa crise política, ao agregar em si inúmeros grupos, camadas e frações sociais que já não se veem mais representadas pela política monocultora e agroexportadora do café, com grande ênfase ao apoio armado tenentista, se insurrece e desloca do centro do poder a fração paulista. Como grupo dirigente, ela então reorienta o centro dinâmico da economia brasileira, respondendo ao caráter de suas próprias contradições, e com medidas políticas como o corporativismo trava contato íntimo com a burguesia industrial. Novamente se apropriando do Estado para recompor a relação de suas frações burguesas, e outra vez alijando a classe trabalhadora do poder através de sua organização em moldes corporativistas, mesmo que isso as leve para dentro do próprio Estado, e ainda reprimindo com violência os grupos sociais que não lograram obedecer a esse ditame, como a reorganização do DEOPS bem expressa, características todas de uma legítima autocracia burguesa, agora reposta em novos patamares, o grupo dirigente encabeçado por Getúlio Vargas procede a uma genuína modernização conservadora desta forma de domínio brasileira.The present work tries to understand the transformations that occur in the base of the political power of the Brazilian bourgeois autocracy in 1930. In particular, the crisis that leads to the recomposition of its fractions in the power bloc with the rise of the Liberal Alliance to the Provisional Government. In order to do so, we study the formation and consolidation of the agrarian-exporting fraction and the great capital of coffee, since this will be the matrix of the intense development that our social formation will know based on the coffee cycle. It is through its genesis and development that we observe that, in the midst of its social advance, including in the composition of its hegemony that occurs during the Old Republic, contradictions such as the formation of an industrialization with capital from the coffee accumulation transform the productive structure of Their domination. On the other hand, its absolute domination begins to be contested in 1922, mortally wounding its hegemonic capacity. The Liberal Alliance, inheriting all this political crisis, by aggregating in itself numerous groups, strata and social fractions that are no longer represented by the monoculture and agro-exporting policy of coffee, with great emphasis on the tenentista armed support, insurrection and dislocation of the Center of power the São Paulo fraction. As a leading group, it then reorients the dynamic center of the Brazilian economy, responding to the character of its own contradictions, and with political measures such as corporatism, it has intimate contact with the industrial bourgeoisie. Once again appropriating the state to recompose the relation of its bourgeois fractions, and again throwing away the working class of power through its organization in a corporatist way, even if it takes them into the state itself, and still repressing social groups with violence which have not been able to obey this dictum, such as the reorganization of the DEOPS expressed, all characteristics of a legitimate bourgeois autocracy, now restored to new heights, the leading group headed by Getúlio Vargas proceeds to a genuine conservative modernization of this form of Brazilian domination.El presente trabajo busca comprender las transformaciones que ocurren en la base del poder político de la autocracia burguesa brasileña en 1930. En particular la crisis que lleva a la recomposición de sus fracciones en el bloque del poder con el ascenso de la Alianza Liberal al Gobierno Provisional. Para ello estudiamos la formación y consolidación de la fracción agrario-exportadora y portadora del gran capital cafetero, ya que ésta va a ser la matriz del intenso desarrollo que nuestra formación social va a conocer con base en el ciclo del café. Es a través de su génesis y desarrollo que observamos que, en el seno de su avance social, incluso en la composición de su hegemonía que ocurre durante la Primera República, contradicciones como la formación de una industrialización con capitales oriundos de la acumulación cafetera van transformando la estructura productiva de su dominación. Por otro lado, su dominio absoluto comienza a ser discutido en 1922, hiriendo mortalmente su capacidad hegemónica. La Alianza Liberal, heredera de toda esta crisis política, al agregar en sí innumerables grupos, capas y fracciones sociales que ya no se ven más representadas por la política monocultiva y agroexportadora del café, con gran énfasis al apoyo armado tenentista, se insurrece y se desplaza el centro del poder la fracción paulista. Como grupo dirigente, entonces reorienta el centro dinámico de la economía brasileña, respondiendo al carácter de sus propias contradicciones, y con medidas políticas como el corporativismo traba contacto íntimo con la burguesía industrial. Nuevamente apropiarse del Estado para recomponer la relación de sus fracciones burguesas, y otra vez alijando a la clase obrera del poder a través de su organización en moldes corporativistas, aunque eso las lleve hacia dentro del propio Estado, y aún reprimiendo con violencia a los grupos sociales que no lograron obedecer a ese dictamen, como la reorganización del DEOPS bien expresada, características todas de una legítima autocracia burguesa, ahora restablecida en nuevos niveles, el grupo dirigente encabezado por Getúlio Vargas procede a una genuina modernización conservadora de esta forma de dominio brasileña.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Deo, Anderson [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Sartoretto, Leonardo [UNESP]2017-09-12T17:03:06Z2017-09-12T17:03:06Z2017-08-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15158600089166533004110042P8porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-12T18:42:51Zoai:repositorio.unesp.br:11449/151586Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-12T18:42:51Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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