Interação entre acaricida e inseticidas isolados ou combinados em Brevipalpus yothersi e Brevipalpus californicus (Acari: Tenuipalpidae): estudo dos efeitos biológicos e bioquímicos

• Autor(a) principal: Vechia, Jaqueline Franciosi Della [UNESP]
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/213859
• topic: Ácaro de plantas; Enzimas Indução; Inseticidas; Pragas Controle

A intensa pulverização de agrotóxicos para o controle de artrópodes pragas em citros tem afetado negativamente o manejo de ácaros vetores de vírus (Brevipalpus yothersi e Brevipalpus californicus) que causam a leprose dos citros. Além dos casos de resistência de ácaros a acaricidas, falhas de controle de populações do ácaro da leprose suscetíveis a acaricidas têm sido associadas a exposição desses organismos a inseticidas utilizados para o manejo de insetos pragas dos citros. Alguns desses inseticidas não apresentam toxicidade significativa ao ácaro da leprose, mas, quando aplicados em mistura com acaricidas, podem reduzir a toxicidade de acaricidas. Detalhes sobre os efeitos que exposições combinadas de inseticidas com acaricidas podem exercer sobre ácaros do gênero Brevipalpus não são detalhadamente conhecidos. Diante disso, o objetivo principal da tese foi estudar os efeitos biológicos e bioquímicos do acaricida espirodiclofeno e inseticidas isolados ou combinados sobre os ácaros B. yothersi e B. californicus em condições de laboratório e campo. A atividade de enzimas de detoxificação foi caracterizada nesses ácaros, e o efeito de inibidores de enzima de detoxificação foi estudado em B. californicus. Verificou-se que o espirodiclofeno e os inseticidas cipermetrina, fosmete e imidacloprido alteraram parâmetros biológicos e demográficos importantes de B. yothersi. A combinação do espirodiclofeno com os inseticidas reduziram, substancialmente, a eficiência do acaricida sobre ovos e adultos de B. yothersi. Nos experimentos realizados a campo, a adição dos inseticidas à calda de espirodiclofeno reduziu o período de reinfestação de B. yothersi comparado ao acaricida aplicado isoladamente. Contudo, o teor de espirodiclofeno não foi alterado quando inseticidas foram adicionados à calda. A indução ou a inibição da atividade de enzimas de detoxificação em B. yothersi foi dependente do inseticida ou da mistura realizada, bem como do tempo de exposição aos inseticidas. Para os experimentos com B. californicus, a combinação do inseticida imidacloprido em mistura com espirodiclofeno resultou em efeito antagônico para controle, e os ácaros expostos a essa mistura apresentaram aumento na atividade de P450s, esterases e glutationa-S-transferases (GST). A adição de PBO (um inibidor da mono-oxigenase P450) à mistura de espirodiclofeno e imidacloprido resultou em efeito sinérgico sobre a mortalidade de B. californicus, mas a adição de DEM (um inibidor de GST) resultou em efeito antagônico. As consequências das misturas de espirodiclofeno com os inseticidas avaliados sobre o manejo dos ácaros Brevipalpus sp. e formas para minimizar os prejuízos das misturas antagônicas são discutidas.