Análise das ilhas de calor em Presidente Prudente (SP) e a vegetação como instrumento mitigatório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miyakava, William
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/242937
Resumo: A interferência humana materializada a partir das diversas relações nos espaços urbanos e rurais proporcionam alterações na paisagem, podendo ser sazonais ou permanentes. A transformação da natureza em meio à necessidade humana é indissociável, ocorrendo concomitantemente à expansão territorial urbana, sendo capaz de produzir climas urbanos. Fatores como a impermeabilização massiva do solo, retirada de cobertura vegetal original combinada com as características físicas dos materiais construtivos encontrados nas cidades resultam em alterações dos elementos climáticos como a temperatura do ar. Tais modificações se espacializam mais expressivamente na escala local, sendo responsável pela compreensão da forma de organização do clima devido a sua proximidade com a superfície alterada. Como produto dessas modificações, geram-se as ilhas de calor, afetando diretamente o conforto térmico e a saúde dos citadinos. Desta forma, o estudo do clima urbano ambiciona fornecer subsídios ao planejamento territorial das cidades, ao tornar-se capaz de responder as indagações e necessidades da sociedade, visto que o mesmo não é sentido da mesma maneira para as distintas classes sociais. O presente trabalho teve como objetivo analisar a ocorrência de ilhas de calor superficiais diurnas e a intensidade e magnitude das ilhas de calor atmosféricas a partir de três pontos com características distintas de cobertura da terra em Presidente Prudente - SP, sendo duas áreas urbanas (uma densamente construída e outra com vegetação-agrofloresta) e um ponto representativo do rural. Para o atendimento da proposta fez-se o uso da contextualização física e histórica da área de estudo; da espacialização e correlação das temperaturas superficiais e o índice de Vegetação por Diferença Normalizada – NDVI em função dos sistemas atmosféricos atuantes; da análise da ilha de calor atmosférica em meses representativos da estação chuvosa e seca e sua relação com o ritmo climático; da análise do perfil de uso e ocupação da terra no aspecto vegetativo baseada na proposta das Zonas Climáticas Locais (STEWART, 2011). Os resultados obtidos evidenciaram que a precipitação, tal qual os sistemas atmosféricos atuantes, influenciam diretamente na temperatura superficial e do ar. O predomínio da estiagem ocasionou temperaturas de superfície elevadas no entorno rural e uma grande proximidade ao ambiente construído, devido à diminuição da biomassa. Em contrapartida, durante o predomínio de precipitação as temperaturas do intraurbano se elevaram se comparadas ao rural. No que tange as ilhas de calor atmosféricas, as maiores temperaturas foram registradas sob atuação de sistemas estáveis, enquanto sob sistemas instáveis houve certa homogeneização no intraurbano e rural. Em um panorama geral, as áreas mais aquecidas relacionam-se às parcelas de solo descobertos ou com predomínio de pastagens, enquanto as menores temperaturas correspondem às áreas de adensamento vegetativo. Por fim verificou-se também a extrema importância da vegetação como papel mitigador das ilhas de calor, atuando na amenização das altas temperaturas, atmosféricas e superficiais, ao proporcionar uma maior evapotranspiração, diminuindo o calor sensível, e o sombreamento dos raios solares apropriado ao solo, mantendo a umidade e dificultando o armazenamento de calor pelos materiais urbanos.
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Tais modificações se espacializam mais expressivamente na escala local, sendo responsável pela compreensão da forma de organização do clima devido a sua proximidade com a superfície alterada. Como produto dessas modificações, geram-se as ilhas de calor, afetando diretamente o conforto térmico e a saúde dos citadinos. Desta forma, o estudo do clima urbano ambiciona fornecer subsídios ao planejamento territorial das cidades, ao tornar-se capaz de responder as indagações e necessidades da sociedade, visto que o mesmo não é sentido da mesma maneira para as distintas classes sociais. O presente trabalho teve como objetivo analisar a ocorrência de ilhas de calor superficiais diurnas e a intensidade e magnitude das ilhas de calor atmosféricas a partir de três pontos com características distintas de cobertura da terra em Presidente Prudente - SP, sendo duas áreas urbanas (uma densamente construída e outra com vegetação-agrofloresta) e um ponto representativo do rural. Para o atendimento da proposta fez-se o uso da contextualização física e histórica da área de estudo; da espacialização e correlação das temperaturas superficiais e o índice de Vegetação por Diferença Normalizada – NDVI em função dos sistemas atmosféricos atuantes; da análise da ilha de calor atmosférica em meses representativos da estação chuvosa e seca e sua relação com o ritmo climático; da análise do perfil de uso e ocupação da terra no aspecto vegetativo baseada na proposta das Zonas Climáticas Locais (STEWART, 2011). Os resultados obtidos evidenciaram que a precipitação, tal qual os sistemas atmosféricos atuantes, influenciam diretamente na temperatura superficial e do ar. O predomínio da estiagem ocasionou temperaturas de superfície elevadas no entorno rural e uma grande proximidade ao ambiente construído, devido à diminuição da biomassa. Em contrapartida, durante o predomínio de precipitação as temperaturas do intraurbano se elevaram se comparadas ao rural. No que tange as ilhas de calor atmosféricas, as maiores temperaturas foram registradas sob atuação de sistemas estáveis, enquanto sob sistemas instáveis houve certa homogeneização no intraurbano e rural. Em um panorama geral, as áreas mais aquecidas relacionam-se às parcelas de solo descobertos ou com predomínio de pastagens, enquanto as menores temperaturas correspondem às áreas de adensamento vegetativo. Por fim verificou-se também a extrema importância da vegetação como papel mitigador das ilhas de calor, atuando na amenização das altas temperaturas, atmosféricas e superficiais, ao proporcionar uma maior evapotranspiração, diminuindo o calor sensível, e o sombreamento dos raios solares apropriado ao solo, mantendo a umidade e dificultando o armazenamento de calor pelos materiais urbanos.Human interference materialized from the various relationships in urban and rural spaces provide changes in the landscape, which may be seasonal or permanent. The transformation of nature in the midst of human needs is inseparable, occurring concomitantly with the urban territorial expansion, being able to produce urban climates. Factors such as massive soil sealing, removal of original vegetation cover combined with the physical characteristics of construction materials found in cities result in changes in climate elements such as air temperature. Such modifications are spatialized more expressively at the local scale, being responsible for the understanding of the form of organization of the climate due to its proximity to the altered surface. As a product of these changes, heat islands are generated, directly affecting the thermal comfort and health of city dwellers. In this way, the study of urban climate aims to provide subsidies to the territorial planning of cities, by becoming able to respond to the questions and needs of society, since the same is not felt in the same way for the different social classes. The present work aimed to analyze the occurrence of diurnal surface heat islands and the intensity and magnitude of atmospheric heat islands from three points with different characteristics of land cover in Presidente Prudente - SP, being two urban areas (one densely built and another with vegetation-agroforestry) and a point representative of rural. For the fulfillment of the proposal it was made the use of the physical and historical contextualization of the study area; of the spatialization and correlation of the surface temperatures and the Normalized Difference Vegetation Index - NDVI in function of the acting atmospheric systems; of the analysis of the atmospheric heat island in representative months of the rainy and dry season and its relation with the climatic rhythm; of the analysis of the land use and occupation profile in the vegetative aspect based on the proposal of the Local Climate Zones (STEWART, 2011). The results obtained showed that precipitation, like the acting atmospheric systems, directly influence the surface and air temperature. The predominance of drought caused high surface temperatures in the rural surroundings and a great proximity to the built environment, due to the decrease in biomass. On the other hand, during the predominance of precipitation, intra-urban temperatures increased compared to rural areas. Regarding the atmospheric heat islands, the highest temperatures were recorded under the action of stable systems, while under unstable systems there was some homogenization in the intraurban and rural areas. In a general overview, the warmest areas are related to plots of bare ground or with a predominance of pastures, while the lowest temperatures correspond to areas of vegetative densification. Finally, the extreme importance of vegetation as a mitigating role of heat islands was also verified, acting in the mitigation of high atmospheric and surface temperatures, by providing greater evapotranspiration, reducing the sensible heat, and the shading of solar rays appropriate to the soil, maintaining the humidity and hindering the storage of heat by urban materials.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPe UNESP)CNPq: 3267CNPq: 6287Universidade Estadual Paulista (Unesp)Amorim, Margarete Cristiane de Costa Trindade [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Miyakava, William2023-04-12T13:03:02Z2023-04-12T13:03:02Z2023-02-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/242937porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-24T06:35:01Zoai:repositorio.unesp.br:11449/242937Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:52:21.385556Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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