Recommendations for monitoring avian populations with point counts: a case study in southeastern Brazil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavarzere, Vagner
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Moraes, Gabriel Parmezani [UNESP], Roper, James Joseph, Silveira, Luís Fábio, Donatelli, Reginaldo José [UNESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0031-10492013003200001
http://hdl.handle.net/11449/110225
Resumo: No hemisfério norte, o censo de aves é fundamental para gerar informações que auxiliam na compreensão de tendências populacionais. Tais censos, devido à marcada sazonalidade deste hemisfério, são realizados durante dois momentos distintos: na estação reprodutiva (aves residentes) e no inverno (quando as aves migratórias deixam determinadas regiões). Na região neotropical, porém, dependendo da localidade, as aves podem se reproduzir durante qualquer ou vários períodos do ano; podem ou não migrar, e aquelas que o fazem podem apresentar um padrão assincrônico. Em contraste com o hemisfério norte, tendências populacionais são desconhecidas, bem como o impacto das taxas rápidas de urbanização e desmatamento, que também são pouco monitoradas. Para melhor entender padrões temporais de riqueza e abundância de aves, e avaliar como um censo similar pode ser implementado na América tropical, foram utilizados pontos de escuta ao longo de 12 meses em uma localidade no Estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Os censos ocorreram duas vezes por dia (manhãs/tardes) em uma floresta semidecidual ao longo de transecções com 10 pontos (20 pontos por dia) distantes 200 m entre si e com raio de detecção limitado em 100 m. Ambas as riquezas e abundâncias de aves foram maiores durante as manhãs, mas as curvas de acumulação sugerem que os censos vespertinos com maior esforço amostral podem fornecer resultados similares aos censos matutinos. Riqueza e abundância das aves não variam de acordo com estações (i.e., sem padrão aparente entre reprodução e migração), enquanto espécies exclusivas foram encontradas todos os meses e relativamente poucas espécies (20%) foram registradas em todos os meses do ano. Durante este ano, 84% de todas as aves florestais da área estudada foram registradas. Sugerimos que a metodologia de pontos de escuta pode ser utilizada à semelhança dos censos do hemisfério norte. Recomendamos ainda que o esforço amostral em transecções deva incluir ao menos 20 pontos, e que o início da contagem das aves deva ser sazonal, utilizando o período de migração das espécies austrais (e os seis meses seguintes) para coordenar pontos de escuta. Por último, sugerimos que os censos no Brasil e até mesmo na América Latina podem ajudar no entendimento de tendências populacionais, mas também demandam maior esforço do que o observado em latitudes temperadas, devido à maior riqueza de espécies e diferenças nas dinâmicas de reprodução e migração. Por meio do uso de censos de aves coordenados poderá ser desenvolvida uma técnica para os trópicos que irá gerar informações que permitam acompanhar tendências populacionais, com benefícios para a conservação das aves, similarmente aos censos realizados em países do hemisfério norte.
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Na região neotropical, porém, dependendo da localidade, as aves podem se reproduzir durante qualquer ou vários períodos do ano; podem ou não migrar, e aquelas que o fazem podem apresentar um padrão assincrônico. Em contraste com o hemisfério norte, tendências populacionais são desconhecidas, bem como o impacto das taxas rápidas de urbanização e desmatamento, que também são pouco monitoradas. Para melhor entender padrões temporais de riqueza e abundância de aves, e avaliar como um censo similar pode ser implementado na América tropical, foram utilizados pontos de escuta ao longo de 12 meses em uma localidade no Estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Os censos ocorreram duas vezes por dia (manhãs/tardes) em uma floresta semidecidual ao longo de transecções com 10 pontos (20 pontos por dia) distantes 200 m entre si e com raio de detecção limitado em 100 m. Ambas as riquezas e abundâncias de aves foram maiores durante as manhãs, mas as curvas de acumulação sugerem que os censos vespertinos com maior esforço amostral podem fornecer resultados similares aos censos matutinos. Riqueza e abundância das aves não variam de acordo com estações (i.e., sem padrão aparente entre reprodução e migração), enquanto espécies exclusivas foram encontradas todos os meses e relativamente poucas espécies (20%) foram registradas em todos os meses do ano. Durante este ano, 84% de todas as aves florestais da área estudada foram registradas. Sugerimos que a metodologia de pontos de escuta pode ser utilizada à semelhança dos censos do hemisfério norte. Recomendamos ainda que o esforço amostral em transecções deva incluir ao menos 20 pontos, e que o início da contagem das aves deva ser sazonal, utilizando o período de migração das espécies austrais (e os seis meses seguintes) para coordenar pontos de escuta. Por último, sugerimos que os censos no Brasil e até mesmo na América Latina podem ajudar no entendimento de tendências populacionais, mas também demandam maior esforço do que o observado em latitudes temperadas, devido à maior riqueza de espécies e diferenças nas dinâmicas de reprodução e migração. Por meio do uso de censos de aves coordenados poderá ser desenvolvida uma técnica para os trópicos que irá gerar informações que permitam acompanhar tendências populacionais, com benefícios para a conservação das aves, similarmente aos censos realizados em países do hemisfério norte.In the northern hemisphere, bird counts have been fundamental in gathering data to understand population trends. Due to the seasonality of the northern hemisphere, counts take place during two clearly defined moments in time: the breeding season (resident birds) and winter (after migration). Depending on location, Neotropical birds may breed at any time of year, may or may not migrate, and those patterns are not necessarily synchronous among species. Also in contrast to the northern hemisphere, population trends and the impact of rapid urbanization and deforestation are unknown and unmonitored. Throughout one year, we used point counts to better understand temporal patterns of bird species richness and relative abundance in the state of São Paulo, southeastern Brazil, to examine how to implement similar bird counts in tropical America. We counted birds twice each day on 10 point transects (20 points day‑1), separated by 200 m, with a 100 m limited detection radius in a semideciduous tropical forest. Both species richness and bird abundance were greater in the morning, but accumulation curves suggest that longer-duration afternoon counts would reach the same total species as in morning counts. Species richness and bird abundance did not vary seasonally and unique species were counted every month; relatively few species (20%) were present in all months. Most (84%) known forest species in the area were encountered. We suggest that point counts can work here as they do in the northern hemisphere. We recommend that transects include at least 20 points and that the simplest timing of bird counts would also be seasonal, using timing of migration of austral migrants (and six months later) to coordinate counts. We propose that bird counts in Brazil, and elsewhere in Latin America, would provide data to help understand population trends, but would require greater effort than in temperate latitudes due to greater species richness and different dynamics of reproduction and migration. With collaboration among ornithologists and coordinated bird surveys, we may develop a technique for the tropics that would yield information for population trends and conservation of birds, similar to counts in temperate latitudes.Universidade de São Paulo Instituto de Biociências Departamento de ZoologiaUniversidade de São Paulo Museu de ZoologiaUniversidade Estadual Paulista Departamento de Ciências BiológicasUniversidade Federal do ParanáUniversidade Estadual Paulista Departamento de Ciências BiológicasMuseu de Zoologia da Universidade de São PauloUniversidade de São Paulo (USP)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade Federal do Paraná (UFPR)Cavarzere, VagnerMoraes, Gabriel Parmezani [UNESP]Roper, James JosephSilveira, Luís FábioDonatelli, Reginaldo José [UNESP]2014-10-01T13:08:56Z2014-10-01T13:08:56Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article439-449application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0031-10492013003200001Papéis Avulsos de Zoologia (São Paulo). 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description No hemisfério norte, o censo de aves é fundamental para gerar informações que auxiliam na compreensão de tendências populacionais. Tais censos, devido à marcada sazonalidade deste hemisfério, são realizados durante dois momentos distintos: na estação reprodutiva (aves residentes) e no inverno (quando as aves migratórias deixam determinadas regiões). Na região neotropical, porém, dependendo da localidade, as aves podem se reproduzir durante qualquer ou vários períodos do ano; podem ou não migrar, e aquelas que o fazem podem apresentar um padrão assincrônico. Em contraste com o hemisfério norte, tendências populacionais são desconhecidas, bem como o impacto das taxas rápidas de urbanização e desmatamento, que também são pouco monitoradas. Para melhor entender padrões temporais de riqueza e abundância de aves, e avaliar como um censo similar pode ser implementado na América tropical, foram utilizados pontos de escuta ao longo de 12 meses em uma localidade no Estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Os censos ocorreram duas vezes por dia (manhãs/tardes) em uma floresta semidecidual ao longo de transecções com 10 pontos (20 pontos por dia) distantes 200 m entre si e com raio de detecção limitado em 100 m. Ambas as riquezas e abundâncias de aves foram maiores durante as manhãs, mas as curvas de acumulação sugerem que os censos vespertinos com maior esforço amostral podem fornecer resultados similares aos censos matutinos. Riqueza e abundância das aves não variam de acordo com estações (i.e., sem padrão aparente entre reprodução e migração), enquanto espécies exclusivas foram encontradas todos os meses e relativamente poucas espécies (20%) foram registradas em todos os meses do ano. Durante este ano, 84% de todas as aves florestais da área estudada foram registradas. Sugerimos que a metodologia de pontos de escuta pode ser utilizada à semelhança dos censos do hemisfério norte. Recomendamos ainda que o esforço amostral em transecções deva incluir ao menos 20 pontos, e que o início da contagem das aves deva ser sazonal, utilizando o período de migração das espécies austrais (e os seis meses seguintes) para coordenar pontos de escuta. Por último, sugerimos que os censos no Brasil e até mesmo na América Latina podem ajudar no entendimento de tendências populacionais, mas também demandam maior esforço do que o observado em latitudes temperadas, devido à maior riqueza de espécies e diferenças nas dinâmicas de reprodução e migração. Por meio do uso de censos de aves coordenados poderá ser desenvolvida uma técnica para os trópicos que irá gerar informações que permitam acompanhar tendências populacionais, com benefícios para a conservação das aves, similarmente aos censos realizados em países do hemisfério norte.
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