Imprensa e civilização no Rio de Janeiro oitocentista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gagliardo, Vinicius Cranek [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/144968
Resumo: A partir do desembarque da corte portuguesa no Brasil, em 1808, teve início no Rio de Janeiro um intenso processo de urbanização da cidade e de civilização de seus habitantes, cujos referenciais eram os padrões europeus de modernização, progresso e sociabilidade. Esse processo foi responsável, grosso modo, por incentivar um novo tipo de experiência social, marcadamente urbana, que gradativamente alterou a paisagem social oriunda dos tempos coloniais, predominantemente rural. A partir de então, grande parte dos valores e hábitos da população sofreram um desprestígio frente a um novo modo de vida que se difundiu, o que ocasionou inúmeras transformações no cotidiano dos habitantes locais, as quais se estenderam da fisionomia das cidades até os valores morais e costumes do povo. Embora essas modificações tenham sido promovidas por diversas instituições e agentes, os letrados ocuparam aí um dos papéis de maior destaque, pois entendiam que a cultura escrita - em especial as belas-letras e as ciências - tinha o dever de propagar as luzes e a civilização. Dos gêneros escritos, o jornalismo era considerado um dos mais importantes instrumentos de civilização, uma vez que a imprensa tinha o privilégio de publicar em suas páginas os mais diferentes saberes e novidades, divulgando temas referentes a literatura, poesia, crônica teatral, artigos de promoção científica, história, higiene, moda, boas maneiras, moralidade, etc., conhecimentos que sugeriam à população um novo modus vivendi, considerado mais urbano e civilizado. O objetivo principal deste estudo é explicitar este discurso pedagógico construído nos periódicos oitocentistas, o qual visava à formação de um povo e de uma nação civilizados. Para tal, procurou-se mapear uma série de prescrições que foram dirigidas à população, com o intuito de especificar quais eram os principais traços físicos, morais e comportamentais que deveriam compor o homem e a mulher que se desejavam produzir.
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