História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Fabricio Trevisan Florentino da [UNESP]
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/93206
Resumo: No ano de 1964, o Brasil sofreu um golpe de Estado efetuado pelas Forças Armadas, cujo principal articulador foi Exército. Com o pretexto de salvaguardar o país de um suposto perigo comunista, os militares se tornaram o grupo político de maior visibilidade na política brasileira. Pautados na Doutrina de Segurança Nacional, os governos militares efetivaram a dominação política do Estado, em nome de um projeto nacional militarista. No entanto, houve oposição, a qual foi propagada de duas maneiras: a resistência pacífica e armada, por meio do movimento estudantil, partidos clandestinos, grupos guerrilheiros, classe artísticas, etc. Em vista disso, a oposição armada almejava construir um projeto socialista para o país, pois julgava o modelo vigente capitalista incapaz de suprir os anseios da classe trabalhadora, especificamente por se tratar de militares no comando político do Estado. Neste sentido, a tática de guerrilha que seria utilizado para derrubar as Forças Armadas do poder estava pautada por duas principais teorias revolucionárias estrangeiras: o foquismo e o maoísmo. Ambas as concepções são fundamentadas na guerrilha rural como estratégia de luta, isto é, a guerra civil contra o governo seria realizada no campo. Estas teorias permearam o imaginário dos guerrilheiros, entretanto eles atuaram muito mais no ambiente citadino, pois os partícipes, em sua maioria, eram indivíduos essencialmente urbanos. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar a controvérsia identitária promovida pela teoria revolucionária rural em contraste com a prática da guerrilha urbana. Para tanto, utilizamos como fonte o processo criminal do Movimento Comunista Revolucionário (MCR), organização guerrilheira que atuou na cidade de Porto Alegre, com auxílio da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR); alguns discursos da esquerda...
id UNSP_545d1b7903da8b676469f7912b4c1e9e
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/93206
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XXHistóriaGoverno militar - Brasil - História - Séc. XXPolitica urbanaGuerrilhas - Guerra e operaçõesHistória políticaForças Armadas - Atividades politicasHistoryNo ano de 1964, o Brasil sofreu um golpe de Estado efetuado pelas Forças Armadas, cujo principal articulador foi Exército. Com o pretexto de salvaguardar o país de um suposto perigo comunista, os militares se tornaram o grupo político de maior visibilidade na política brasileira. Pautados na Doutrina de Segurança Nacional, os governos militares efetivaram a dominação política do Estado, em nome de um projeto nacional militarista. No entanto, houve oposição, a qual foi propagada de duas maneiras: a resistência pacífica e armada, por meio do movimento estudantil, partidos clandestinos, grupos guerrilheiros, classe artísticas, etc. Em vista disso, a oposição armada almejava construir um projeto socialista para o país, pois julgava o modelo vigente capitalista incapaz de suprir os anseios da classe trabalhadora, especificamente por se tratar de militares no comando político do Estado. Neste sentido, a tática de guerrilha que seria utilizado para derrubar as Forças Armadas do poder estava pautada por duas principais teorias revolucionárias estrangeiras: o foquismo e o maoísmo. Ambas as concepções são fundamentadas na guerrilha rural como estratégia de luta, isto é, a guerra civil contra o governo seria realizada no campo. Estas teorias permearam o imaginário dos guerrilheiros, entretanto eles atuaram muito mais no ambiente citadino, pois os partícipes, em sua maioria, eram indivíduos essencialmente urbanos. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar a controvérsia identitária promovida pela teoria revolucionária rural em contraste com a prática da guerrilha urbana. Para tanto, utilizamos como fonte o processo criminal do Movimento Comunista Revolucionário (MCR), organização guerrilheira que atuou na cidade de Porto Alegre, com auxílio da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR); alguns discursos da esquerda...In the year 1964, Brazil suffered a military coup which was mainly instigated by the Army. With the pretext of saving the country from the supposed danger of communism, the military became the main political group with the highest profile in Brazilian politics. Incorporated into the National Security Doctrine, the military government executed a political domination of the state in the name of a military nationalist project. Nevertheless there was opposition which arose in two forms: passive and armed resistance through the student movement, clandestine political parties, guerrilla groups, artist activists etc. In light of this, the armed opposition longed to construct a socialist project for the country, as they judged the actual capitalist model incapable of fulfilling the wishes of the working class, specifically because there were militaries in the command of the state’s politics. So the guerrilla tactics that were used to overthrow the Armed Forces were planned on two main foreign revolutionary theories: Focalism and Maoism. Both concepts are based on rural guerrilla warfare using the strategy of struggle, in other words, civil war against the government would be waged in the countryside. These theories permeated within the imagination of the guerrilla fighters however they acted much more in the city environment, as the participants were mostly and essentially urban individuals. Hence the present work aims to analyze the controversy of conflicting identity arising from the rural revolutionary theory contrasting with the practice of urban guerrilla warfare. Thus, we used, as a source, the criminal process against the Communist Revolutionary Movement (MCR), a guerrilla organization that acted in the City of Porto Alegre, with the help of the Popular Revolutionary Vanguard (VPR); some discourses from the left (such as the Urban Guerrilla Manual by Carlos Marighella) and the right... (Complete abstract click electronic access below)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Márcia Pereira da [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Fabricio Trevisan Florentino da [UNESP]2014-06-11T19:26:21Z2014-06-11T19:26:21Z2013-03-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis111 f.application/pdfSILVA, Fabricio Trevisan Florentino da. História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX. 2013. 111 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, 2013.http://hdl.handle.net/11449/93206000727144silva_ftf_me_fran.pdf33004072013P07764522163324064Alephreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-06-26T18:37:14Zoai:repositorio.unesp.br:11449/93206Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:29:56.251009Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
title História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
spellingShingle História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
Silva, Fabricio Trevisan Florentino da [UNESP]
História
Governo militar - Brasil - História - Séc. XX
Politica urbana
Guerrilhas - Guerra e operações
História política
Forças Armadas - Atividades politicas
History
title_short História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
title_full História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
title_fullStr História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
title_full_unstemmed História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
title_sort História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX
author Silva, Fabricio Trevisan Florentino da [UNESP]
author_facet Silva, Fabricio Trevisan Florentino da [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Silva, Márcia Pereira da [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Fabricio Trevisan Florentino da [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv História
Governo militar - Brasil - História - Séc. XX
Politica urbana
Guerrilhas - Guerra e operações
História política
Forças Armadas - Atividades politicas
History
topic História
Governo militar - Brasil - História - Séc. XX
Politica urbana
Guerrilhas - Guerra e operações
História política
Forças Armadas - Atividades politicas
History
description No ano de 1964, o Brasil sofreu um golpe de Estado efetuado pelas Forças Armadas, cujo principal articulador foi Exército. Com o pretexto de salvaguardar o país de um suposto perigo comunista, os militares se tornaram o grupo político de maior visibilidade na política brasileira. Pautados na Doutrina de Segurança Nacional, os governos militares efetivaram a dominação política do Estado, em nome de um projeto nacional militarista. No entanto, houve oposição, a qual foi propagada de duas maneiras: a resistência pacífica e armada, por meio do movimento estudantil, partidos clandestinos, grupos guerrilheiros, classe artísticas, etc. Em vista disso, a oposição armada almejava construir um projeto socialista para o país, pois julgava o modelo vigente capitalista incapaz de suprir os anseios da classe trabalhadora, especificamente por se tratar de militares no comando político do Estado. Neste sentido, a tática de guerrilha que seria utilizado para derrubar as Forças Armadas do poder estava pautada por duas principais teorias revolucionárias estrangeiras: o foquismo e o maoísmo. Ambas as concepções são fundamentadas na guerrilha rural como estratégia de luta, isto é, a guerra civil contra o governo seria realizada no campo. Estas teorias permearam o imaginário dos guerrilheiros, entretanto eles atuaram muito mais no ambiente citadino, pois os partícipes, em sua maioria, eram indivíduos essencialmente urbanos. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar a controvérsia identitária promovida pela teoria revolucionária rural em contraste com a prática da guerrilha urbana. Para tanto, utilizamos como fonte o processo criminal do Movimento Comunista Revolucionário (MCR), organização guerrilheira que atuou na cidade de Porto Alegre, com auxílio da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR); alguns discursos da esquerda...
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-03-11
2014-06-11T19:26:21Z
2014-06-11T19:26:21Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv SILVA, Fabricio Trevisan Florentino da. História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX. 2013. 111 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, 2013.
http://hdl.handle.net/11449/93206
000727144
silva_ftf_me_fran.pdf
33004072013P0
7764522163324064
identifier_str_mv SILVA, Fabricio Trevisan Florentino da. História e guerrilha: entre a tradição rural e a prática urbana. O Brasil das décadas de 60 e 70 do século XX. 2013. 111 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, 2013.
000727144
silva_ftf_me_fran.pdf
33004072013P0
7764522163324064
url http://hdl.handle.net/11449/93206
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 111 f.
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv Aleph
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808129210226573312