Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reguera, Nilze Maria de Azeredo [UNESP]
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://seer.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/4574
http://hdl.handle.net/11449/107957
Resumo: Investiga-se em que medida Hilda Hilst, em Fluxo-floema, vale-se de um conjunto de procedimentos que colocam em cena tanto o sujeito-narrador quanto o próprio narrar, de maneira destoante do que predominantemente se fazia à época. Se no contexto ditatorial era tendência relacionar a literatura a uma “função compensatória”, o que a autora oferece em sua estreia na prosa mostra-se de modo ambivalente, já que não abdica desse prisma, porém o relaciona à frustração. No caso do texto “Osmo”, isso se dá à medida em que se instaura um descompasso entre o “narrar prometido” e o “narrar empreendido”, o que acaba por evidenciar tanto o texto como construção verbal encenada quanto a ambígua atitude do narrador-personagem diante da necessidade de verbalizar a sua história e de se aproximar de seus receptores. O postergamento da história prometida gera a frustração, que é alegoricamente abarcada como um procedimento de tessitura do texto hilstiano relacionado à ironia, à violência, ao fracasso, e que ilumina a condição paradoxal do narrar e da relação do/da artista com o mercado literário.
id UNSP_553eba620c07ecaa1222f56fabf258a7
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/107957
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizerHilda Hilst and the (im)possibility of narrating (oneself)Literatura brasileira contemporâneaHilda HilstAlegoriaAutorreferencialidadeDitadura militarBrazilian contemporary literatureAllegorySelfreferentialityMilitary dictatorshipInvestiga-se em que medida Hilda Hilst, em Fluxo-floema, vale-se de um conjunto de procedimentos que colocam em cena tanto o sujeito-narrador quanto o próprio narrar, de maneira destoante do que predominantemente se fazia à época. Se no contexto ditatorial era tendência relacionar a literatura a uma “função compensatória”, o que a autora oferece em sua estreia na prosa mostra-se de modo ambivalente, já que não abdica desse prisma, porém o relaciona à frustração. No caso do texto “Osmo”, isso se dá à medida em que se instaura um descompasso entre o “narrar prometido” e o “narrar empreendido”, o que acaba por evidenciar tanto o texto como construção verbal encenada quanto a ambígua atitude do narrador-personagem diante da necessidade de verbalizar a sua história e de se aproximar de seus receptores. O postergamento da história prometida gera a frustração, que é alegoricamente abarcada como um procedimento de tessitura do texto hilstiano relacionado à ironia, à violência, ao fracasso, e que ilumina a condição paradoxal do narrar e da relação do/da artista com o mercado literário.This paper investigates to which extent Hilda Hilst, in Fluxo-Floema,makes use of procedures that bring into focus both the subject-narrator and thenarration itself in a way that it was divergent from that which was literarily practicedat that time. While during the dictatorship there was a trend of relating literature toa “compensatory function,” what Hilst actually offered as her debut in fiction wasrather ambivalent since she combined this function with frustration. In the case of thetext “Osmo” such combination takes place with the mismatch between the “promisednarration” and the “performed narration,” which announces both the text as a stagedverbal construction and the ambiguous attitude of the narrator-character faced with the necessity of verbalizing his story and approaching his readers. The postponement of the promised story causes frustration, which is allegorically conceived as a procedure of Hilst’s textual weave related to irony, violence and failure. Such aspects shed light on the paradoxical condition of narration and of his/her relationship with the literary market.the necessity of verbalizing his story and approaching his readers. The postponement ofthe promised story causes frustration, which is allegorically conceived as a procedureof Hilst’s textual weave related to irony, violence and failure. Such aspects shed lighton the paradoxical condition of narration and of his/her relationship with the literarymarketDoutoranda em Letras. UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras - Pós-Graduação em Letras. São José do Rio Preto – SP – Brasil.Doutoranda em Letras. UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras - Pós-Graduação em Letras. São José do Rio Preto – SP – Brasil.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Reguera, Nilze Maria de Azeredo [UNESP]2014-06-24T19:54:54Z2014-06-24T19:54:54Z2011-09-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://seer.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/4574Itinerários: Revista de Literatura, n. 32, 2011.0103-815Xhttp://hdl.handle.net/11449/107957ISSN0103-815X-2011-32-27-43.pdfItinerários: Revista de Literaturareponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporItinerários: Revista de Literaturainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-20T06:19:56Zoai:repositorio.unesp.br:11449/107957Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:48:57.505496Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
Hilda Hilst and the (im)possibility of narrating (oneself)
title Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
spellingShingle Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
Reguera, Nilze Maria de Azeredo [UNESP]
Literatura brasileira contemporânea
Hilda Hilst
Alegoria
Autorreferencialidade
Ditadura militar
Brazilian contemporary literature
Allegory
Selfreferentiality
Military dictatorship
title_short Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
title_full Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
title_fullStr Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
title_full_unstemmed Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
title_sort Hilda Hilst e a (im)possibilidade de (se) dizer
author Reguera, Nilze Maria de Azeredo [UNESP]
author_facet Reguera, Nilze Maria de Azeredo [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Reguera, Nilze Maria de Azeredo [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Literatura brasileira contemporânea
Hilda Hilst
Alegoria
Autorreferencialidade
Ditadura militar
Brazilian contemporary literature
Allegory
Selfreferentiality
Military dictatorship
topic Literatura brasileira contemporânea
Hilda Hilst
Alegoria
Autorreferencialidade
Ditadura militar
Brazilian contemporary literature
Allegory
Selfreferentiality
Military dictatorship
description Investiga-se em que medida Hilda Hilst, em Fluxo-floema, vale-se de um conjunto de procedimentos que colocam em cena tanto o sujeito-narrador quanto o próprio narrar, de maneira destoante do que predominantemente se fazia à época. Se no contexto ditatorial era tendência relacionar a literatura a uma “função compensatória”, o que a autora oferece em sua estreia na prosa mostra-se de modo ambivalente, já que não abdica desse prisma, porém o relaciona à frustração. No caso do texto “Osmo”, isso se dá à medida em que se instaura um descompasso entre o “narrar prometido” e o “narrar empreendido”, o que acaba por evidenciar tanto o texto como construção verbal encenada quanto a ambígua atitude do narrador-personagem diante da necessidade de verbalizar a sua história e de se aproximar de seus receptores. O postergamento da história prometida gera a frustração, que é alegoricamente abarcada como um procedimento de tessitura do texto hilstiano relacionado à ironia, à violência, ao fracasso, e que ilumina a condição paradoxal do narrar e da relação do/da artista com o mercado literário.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-09-27
2014-06-24T19:54:54Z
2014-06-24T19:54:54Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://seer.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/4574
Itinerários: Revista de Literatura, n. 32, 2011.
0103-815X
http://hdl.handle.net/11449/107957
ISSN0103-815X-2011-32-27-43.pdf
url http://seer.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/4574
http://hdl.handle.net/11449/107957
identifier_str_mv Itinerários: Revista de Literatura, n. 32, 2011.
0103-815X
ISSN0103-815X-2011-32-27-43.pdf
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Itinerários: Revista de Literatura
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv Itinerários: Revista de Literatura
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808129251878109184