Controle autonômico dos ajustes cardíacos associados à digestão no lagarto herbívoro Iguana iguana (Linnaeus, 1758)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/214544 |
Resumo: | Os ajustes cardiovasculares que ocorrem após a alimentação são essenciais para suprir as demandas da digestão em vertebrados. Répteis carnívoros, por exemplo, apresentam ajustes cardiovasculares de grande magnitude em resposta ao intenso incremento no metabolismo aeróbio. Dentre estes ajustes, o mais bem documentado é a taquicardia pós-prandial desencadeada pela redução da atividade vagal conjuntamente à atuação de fatores não--adrenérgicos e não-colinérgicos (NANC). Entretanto, os répteis estudados até o momento são carnívoros, que se alimentam infrequentemente e que ingerem grandes presas em relação ao seu tamanho corporal, evidenciando uma lacuna no conhecimento acerca dos ajustes fisiológicos pós-prandiais dos répteis herbívoros. Considerando que as características alimentares dos animais possuem grande influência nas respostas fisiológicas pós-prandiais, o presente trabalho investigou as respostas do metabolismo aeróbio e do sistema cardiovascular, assim como seus respectivos mecanismos de controle autonômico, em um réptil herbívoro de alimentação frequente submetido a alimentação voluntária com pequenas porções de alimento em relação ao seu tamanho corporal (3,5%) – o lacertílio Iguana iguana (Squamata: Lacertilia). Para isso, o consumo de oxigênio (VO2), a frequência cardíaca (fH), a pressão arterial média (PA média), a atividade do miocárdio (produto entre a fH e a pressão arterial sistólica), o tônus autonômico cardíaco, a variabilidade da fH e da PA média e a eficiência do barorreflexo foram avaliados em animais em jejum e em digestão. Os resultados revelaram que 20 horas após a ingestão do alimento os lagartos atingiram com incremento máximo na VO2. Os resultados também revelaram que a digestão em I. iguana é marcada por uma taquicardia de magnitude relativamente pequena, determinada exclusivamente por uma redução da atividade parassimpática cardíaca – sendo o primeiro caso reportado em vertebrados terrestres no qual os fatores NANC não auxiliam neste ajuste. Por fim, foi evidenciado que a digestão provoca uma redução na eficiência do barorreflexo, prejudicando a responsividade do nodo sinoatrial frente às oscilações na pressão arterial. |
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Controle autonômico dos ajustes cardíacos associados à digestão no lagarto herbívoro Iguana iguana (Linnaeus, 1758)Autonomic control of cardiac adjustments associated with digestion in the herbivorous lizard Iguana iguana (Linnaeus, 1758)RépteisLagarto herbívoroIguana iguanaDigestãoAjustes cardiovascularesSistema nervoso autônomoTaquicardia pós-prandialBarorreflexoReptileHerbivorous lizardDigestionCardiovascular adjustmentsAutonomic nervous systemPostprandial tachycardiaBaroreflexOs ajustes cardiovasculares que ocorrem após a alimentação são essenciais para suprir as demandas da digestão em vertebrados. Répteis carnívoros, por exemplo, apresentam ajustes cardiovasculares de grande magnitude em resposta ao intenso incremento no metabolismo aeróbio. Dentre estes ajustes, o mais bem documentado é a taquicardia pós-prandial desencadeada pela redução da atividade vagal conjuntamente à atuação de fatores não--adrenérgicos e não-colinérgicos (NANC). Entretanto, os répteis estudados até o momento são carnívoros, que se alimentam infrequentemente e que ingerem grandes presas em relação ao seu tamanho corporal, evidenciando uma lacuna no conhecimento acerca dos ajustes fisiológicos pós-prandiais dos répteis herbívoros. Considerando que as características alimentares dos animais possuem grande influência nas respostas fisiológicas pós-prandiais, o presente trabalho investigou as respostas do metabolismo aeróbio e do sistema cardiovascular, assim como seus respectivos mecanismos de controle autonômico, em um réptil herbívoro de alimentação frequente submetido a alimentação voluntária com pequenas porções de alimento em relação ao seu tamanho corporal (3,5%) – o lacertílio Iguana iguana (Squamata: Lacertilia). Para isso, o consumo de oxigênio (VO2), a frequência cardíaca (fH), a pressão arterial média (PA média), a atividade do miocárdio (produto entre a fH e a pressão arterial sistólica), o tônus autonômico cardíaco, a variabilidade da fH e da PA média e a eficiência do barorreflexo foram avaliados em animais em jejum e em digestão. Os resultados revelaram que 20 horas após a ingestão do alimento os lagartos atingiram com incremento máximo na VO2. Os resultados também revelaram que a digestão em I. iguana é marcada por uma taquicardia de magnitude relativamente pequena, determinada exclusivamente por uma redução da atividade parassimpática cardíaca – sendo o primeiro caso reportado em vertebrados terrestres no qual os fatores NANC não auxiliam neste ajuste. Por fim, foi evidenciado que a digestão provoca uma redução na eficiência do barorreflexo, prejudicando a responsividade do nodo sinoatrial frente às oscilações na pressão arterial.Cardiovascular adjustments that occur after feeding are essential to supply the demands of digestion in vertebrates. Carnivorous reptiles commonly exhibit cardiovascular adjustments of great magnitude to supply the intense increment in aerobic metabolism. The well-documented postprandial tachycardia on these animals is triggered by a withdrawal of vagal drive and by non-adrenergic non-cholinergic (NANC) factors. Most reptiles studied are carnivores that feed infrequently and ingest large prey, while the postprandial physiological adjustments in herbivorous reptiles are little known. Considering that feeding characteristics have a great influence on postprandial physiological responses, the present work investigated the responses of the aerobic metabolism and the cardiovascular system, as well as their mechanisms of autonomic control, in a frequently feeding herbivorous reptile submitted to voluntary feeding with small portions of food compared to their body size (3.5%) – the lizard Iguana iguana (Squamata: Lacertilia). For this, oxygen consumption (VO2), heart rate (fH), mean arterial pressure (PA mean), myocardial activity (rate-pressure product), cardiac autonomic tones, variability of fH and PA mean, and baroreflex efficiency were assessed both in fasting and digesting animals. The results revealed that peak of VO2 in the lizards was reached 20 hours after meal ingestion. Also, digestion in I. iguana was associated with an unremarkable tachycardia of small magnitude mediated by a reduction in cardiac parasympathetic activity and no chronotropic effects of NANC factors – the first case reported in terrestrial vertebrates in which NANC factors do not participate in postprandial tachycardia. Finally, it was shown that digestion decreases the baroreflex efficiency, impairing the responsiveness of the sinoatrial node to changes in arterial blood pressure.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 88887.342350/2019-00Universidade Estadual Paulista (Unesp)Florindo, Luiz Henrique [UNESP]Monteiro, Diana AmaralUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Guagnoni, Igor Noll2021-09-24T19:24:12Z2021-09-24T19:24:12Z2021-08-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21454433004153072P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-21T06:09:36Zoai:repositorio.unesp.br:11449/214544Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:17:38.314607Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Os ajustes cardiovasculares que ocorrem após a alimentação são essenciais para suprir as demandas da digestão em vertebrados. Répteis carnívoros, por exemplo, apresentam ajustes cardiovasculares de grande magnitude em resposta ao intenso incremento no metabolismo aeróbio. Dentre estes ajustes, o mais bem documentado é a taquicardia pós-prandial desencadeada pela redução da atividade vagal conjuntamente à atuação de fatores não--adrenérgicos e não-colinérgicos (NANC). Entretanto, os répteis estudados até o momento são carnívoros, que se alimentam infrequentemente e que ingerem grandes presas em relação ao seu tamanho corporal, evidenciando uma lacuna no conhecimento acerca dos ajustes fisiológicos pós-prandiais dos répteis herbívoros. Considerando que as características alimentares dos animais possuem grande influência nas respostas fisiológicas pós-prandiais, o presente trabalho investigou as respostas do metabolismo aeróbio e do sistema cardiovascular, assim como seus respectivos mecanismos de controle autonômico, em um réptil herbívoro de alimentação frequente submetido a alimentação voluntária com pequenas porções de alimento em relação ao seu tamanho corporal (3,5%) – o lacertílio Iguana iguana (Squamata: Lacertilia). Para isso, o consumo de oxigênio (VO2), a frequência cardíaca (fH), a pressão arterial média (PA média), a atividade do miocárdio (produto entre a fH e a pressão arterial sistólica), o tônus autonômico cardíaco, a variabilidade da fH e da PA média e a eficiência do barorreflexo foram avaliados em animais em jejum e em digestão. Os resultados revelaram que 20 horas após a ingestão do alimento os lagartos atingiram com incremento máximo na VO2. Os resultados também revelaram que a digestão em I. iguana é marcada por uma taquicardia de magnitude relativamente pequena, determinada exclusivamente por uma redução da atividade parassimpática cardíaca – sendo o primeiro caso reportado em vertebrados terrestres no qual os fatores NANC não auxiliam neste ajuste. Por fim, foi evidenciado que a digestão provoca uma redução na eficiência do barorreflexo, prejudicando a responsividade do nodo sinoatrial frente às oscilações na pressão arterial. |
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