Controle biológico de nematoides gastrintestinais com a associação de fungos nematófagos Duddingtonia flagrans e Pochonia chlamydosporia em equinos mantidos a pasto

• Autor(a) principal: Pinto, Sara da Costa
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/256231
• topic: Anti-helmínticos; Equídeos; Helmintos; Anthelmintic; Equines; Helminths

O controle biológico com fungos nematófagos pode ser empregado para diminuir populações de helmintos, já que estes são seus predadores naturais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a ação dos fungos nematófagos Duddingtonia flagrans e Pochonia chlamydosporia no controle biológico das helmintoses gastrintestinais em equinos mantidos a pasto. Foram utilizadas 36 éguas, distribuídas em 3 grupos com 12 animais cada, sendo o delineamento inteiramente casualizado. Os grupos foram definidos como: grupo controle, onde os animais não recebiam nenhum tratamento anti-helmíntico. No grupo de animais tratados com fungos os tratamentos diários tiveram a administração de 1g/10Kg de peso corporal, do produto contendo 105 clamidósporos do fungo Duddingtonia flagrans e 105 clamidósporos do fungo Pochonia chlamydosporia, fornecido juntamente com concentrado farelado comercial para equinos, e o grupo abamectina, sendo os animais tratados a cada 3 meses com o anti-helmíntico abamectina 1%, na dose de 2 g/kg, apresentação em pasta por via oral. A ação dos tratamentos foi avaliada com base na contagem de ovos por grama de fezes (OPG) com amostras de fezes coletadas a cada 28 dias, coproculturas para identificação de diferentes gêneros de larvas infectantes, contagem de larvas infectantes recuperadas na pastagem e análise microbiológica das fezes. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e as médias foram comparadas pelo teste Tukey (5%). A média geral de OPG do grupo controle foi de 635, no grupo fungos 458 e no grupo abamectina 433, indicando diferença estatística significativa (p0,05) do grupo tratado com fungos e abamectina comparado ao grupo controle, sendo o controle com maiores médias, e os dois grupos tratados apresentaram-se semelhantes de modo geral. Na recuperação de larvas infectantes na pastagem, a média geral apresentada no grupo controle foi de 3201, grupo tratado com fungos 889 e o no grupo abamectina 3616, indicando que, o grupo fungo diferiu significativamente (p0,005) entre os demais (controle e grupo tratado com abamectina), sendo o grupo tratado com fungos com a menor média geral. A recuperação de larvas a partir de coproculturas revelou a predominância de pequenos estrôngilos em relação aos grandes estrôngilos nos três grupos. Na microbiologia das fezes o grupo tratado com abamectina apresentou menores valores de Unidade Formadora de Colônia/ml. Desta forma, conclui-se que a utilização dos fungos D. flagrans e P. chlamydosporia é eficiente no controle de nematoides gastrointestinais de equinos mantidos a pasto, promovendo redução da infestação das pastagens por larvas infectantes e consequentemente o grau de infecção por helmintos, não propiciando impacto no desenvolvimento bacteriano das fezes como provocados pelas lactonas macrociclícas.