Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Robuste, Taísa Barbosa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/180393
Resumo: Esta tese é amparada por pressupostos gerais de teorias identificadas com correntes funcionalistas da linguagem (DIK, 1989, 1997; NUYTS, 2007; dentre outros), sobretudo o Funcionalismo da Costa Oeste Americana (TRAUGOTT, 2010; TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 1984, 1995; BYBEE, 2016; dentre outros), e conceitos específicos relacionados a teorias cognitivistas, especialmente a identificada com a Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001, 2007; LAKOFF, 1987), numa vertente que vem sendo denominada Modelos Baseados no Uso (BERLOW; KEMMER, 2000; BYBEE, 2016) ou Linguística Cognitivo-funcional (NUYTS, 2007). Mais diretamente, nos valemos de premissas da Gramática de Construções – que defende como princípio fundamental que a forma básica de uma estrutura sintática é a construção, considerada um pareamento simbólico de uma estrutura gramatical complexa com seu significado (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2007) – para analisar, sob uma perspectiva sincrônica e com base em dados de língua escrita e falada do português brasileiro contemporâneo, as construções [v1+ver], sendo v1 substituível pelos verbos ir, querer e deixar. Partimos da hipótese de que essas construções resultam de um processo de construcionalização instanciado por uma série de micropassos de mudanças. A busca pela comprovação dessa hipótese perpassa o mapeamento das propriedades de composicionalidade, esquematicidade e produtividade das construções e permite cumprir o objetivo central da tese, que é o de explorar a relação entre mudança construcional, construcionalização e (inter)subjetivização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TRAUGOTT; DASHER, 2002; TRAUGOTT, 2010). Identificamos e analisamos quatro usos das construções [v1+ver], quais sejam: i) Construções de movimento com propósito; ii) Construções perifrásticas de Tempo e Modalidade; iii) Construções modais epistêmicas; e, iv) Construções atuantes como Marcador Discursivo. Assumimos que diferenças no pareamento de forma e função entre essas construções são fortes evidências para atestar um possível processo diacrônico de construcionalização de [v1+ver]com valor (inter)subjetivo especializado na função de marcador discursivo atuante no fechamento de tópico ou de turno conversacional, no preenchimento de pausa e no engajamento do interlocutor.
id UNSP_5ade7efc271fef9d651715acec4453cd
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/180393
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional[v1+ver] constructions in brazilian portuguese from a constructional perspectiveconstrucionalizaçãomudança construcionalverbo verconstructionalizationconstructional changeverb verEsta tese é amparada por pressupostos gerais de teorias identificadas com correntes funcionalistas da linguagem (DIK, 1989, 1997; NUYTS, 2007; dentre outros), sobretudo o Funcionalismo da Costa Oeste Americana (TRAUGOTT, 2010; TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 1984, 1995; BYBEE, 2016; dentre outros), e conceitos específicos relacionados a teorias cognitivistas, especialmente a identificada com a Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001, 2007; LAKOFF, 1987), numa vertente que vem sendo denominada Modelos Baseados no Uso (BERLOW; KEMMER, 2000; BYBEE, 2016) ou Linguística Cognitivo-funcional (NUYTS, 2007). Mais diretamente, nos valemos de premissas da Gramática de Construções – que defende como princípio fundamental que a forma básica de uma estrutura sintática é a construção, considerada um pareamento simbólico de uma estrutura gramatical complexa com seu significado (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2007) – para analisar, sob uma perspectiva sincrônica e com base em dados de língua escrita e falada do português brasileiro contemporâneo, as construções [v1+ver], sendo v1 substituível pelos verbos ir, querer e deixar. Partimos da hipótese de que essas construções resultam de um processo de construcionalização instanciado por uma série de micropassos de mudanças. A busca pela comprovação dessa hipótese perpassa o mapeamento das propriedades de composicionalidade, esquematicidade e produtividade das construções e permite cumprir o objetivo central da tese, que é o de explorar a relação entre mudança construcional, construcionalização e (inter)subjetivização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TRAUGOTT; DASHER, 2002; TRAUGOTT, 2010). Identificamos e analisamos quatro usos das construções [v1+ver], quais sejam: i) Construções de movimento com propósito; ii) Construções perifrásticas de Tempo e Modalidade; iii) Construções modais epistêmicas; e, iv) Construções atuantes como Marcador Discursivo. Assumimos que diferenças no pareamento de forma e função entre essas construções são fortes evidências para atestar um possível processo diacrônico de construcionalização de [v1+ver]com valor (inter)subjetivo especializado na função de marcador discursivo atuante no fechamento de tópico ou de turno conversacional, no preenchimento de pausa e no engajamento do interlocutor.This thesis is supported by general assumptions of functionalist-related theories of language (DIK, 1989, 1997, NUYTS, 2007, among others), especially the Functionalism of the American West Coast (TRAUGOTT, 2010, TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 1984, 1995; BYBEE, 2016; among others), and specific concepts related to cognitive theories, especially the one identified with the Construction Grammar (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001, 2007; LAKOFF, 1987), in a field that has been called Usage-Based Models of Language (BERLOW; KEMMER, 2000; BYBEE, 2016) or Cognitive-Functional Linguistics (NUYTS, 2007). More specifically, we rely on premises of the Construction Grammar, which holds as a fundamental principle that the basic form of a syntactic structure is the construction, conceived as a symbolic pairing of a complex grammatical structure and meaning (GOLDBERG, 1995, 2006, CROFT, 2007); we do so in order to analyze, from a synchronic approach, based on written and spoken language data from the contemporary Brazilian Portuguese, the constructions [v1+ver], being v1 replaceable by the verbs ir, querer, and, deixar. Our point of departures is the hypothesis that these constructions are the result of a constructionalization process that occurs through a series of micro-step changes. In order to prove this hypothesis, we map the compositionality, schematicity, and productivity properties of these constructions. This allows the accomplishment of the thesis’central objective: to explore the relation between constructional change, constructionalization, and (inter)subjectivization (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013, TRAUGOTT, DASHER, 2002; TRAUGOTT, 2010). We identify and analyze four uses of constructs [v1+ver], which are: i) Constructions of purposeful movement; ii) Tense and Aspect periphrastic constructions; iii) Modal epistemic constructions, and; iv) Discourse Marker Constructions. We assume that differences in form and function pairing between these constructs are strong evidence for attesting a possible diachronic constructionalization process of [v1+ver], with (inter)subjective value specialized in the discourse marker function, acting on topic closure or conversational shift in pause completion and speaker engagement.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 88881.132651/2016-01CAPES: 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Gonçalves, Sebastião Carlos Leite [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Robuste, Taísa Barbosa2019-01-10T11:17:32Z2019-01-10T11:17:32Z2018-08-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18039300091150733004153069P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-31T06:17:52Zoai:repositorio.unesp.br:11449/180393Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T21:46:24.113356Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
[v1+ver] constructions in brazilian portuguese from a constructional perspective
title Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
spellingShingle Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
Robuste, Taísa Barbosa
construcionalização
mudança construcional
verbo ver
constructionalization
constructional change
verb ver
title_short Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
title_full Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
title_fullStr Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
title_full_unstemmed Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
title_sort Construções [v1+ver] no português brasileiro contemporâneo sob perspectiva construcional
author Robuste, Taísa Barbosa
author_facet Robuste, Taísa Barbosa
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Gonçalves, Sebastião Carlos Leite [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Robuste, Taísa Barbosa
dc.subject.por.fl_str_mv construcionalização
mudança construcional
verbo ver
constructionalization
constructional change
verb ver
topic construcionalização
mudança construcional
verbo ver
constructionalization
constructional change
verb ver
description Esta tese é amparada por pressupostos gerais de teorias identificadas com correntes funcionalistas da linguagem (DIK, 1989, 1997; NUYTS, 2007; dentre outros), sobretudo o Funcionalismo da Costa Oeste Americana (TRAUGOTT, 2010; TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; GIVÓN, 1984, 1995; BYBEE, 2016; dentre outros), e conceitos específicos relacionados a teorias cognitivistas, especialmente a identificada com a Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001, 2007; LAKOFF, 1987), numa vertente que vem sendo denominada Modelos Baseados no Uso (BERLOW; KEMMER, 2000; BYBEE, 2016) ou Linguística Cognitivo-funcional (NUYTS, 2007). Mais diretamente, nos valemos de premissas da Gramática de Construções – que defende como princípio fundamental que a forma básica de uma estrutura sintática é a construção, considerada um pareamento simbólico de uma estrutura gramatical complexa com seu significado (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2007) – para analisar, sob uma perspectiva sincrônica e com base em dados de língua escrita e falada do português brasileiro contemporâneo, as construções [v1+ver], sendo v1 substituível pelos verbos ir, querer e deixar. Partimos da hipótese de que essas construções resultam de um processo de construcionalização instanciado por uma série de micropassos de mudanças. A busca pela comprovação dessa hipótese perpassa o mapeamento das propriedades de composicionalidade, esquematicidade e produtividade das construções e permite cumprir o objetivo central da tese, que é o de explorar a relação entre mudança construcional, construcionalização e (inter)subjetivização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TRAUGOTT; DASHER, 2002; TRAUGOTT, 2010). Identificamos e analisamos quatro usos das construções [v1+ver], quais sejam: i) Construções de movimento com propósito; ii) Construções perifrásticas de Tempo e Modalidade; iii) Construções modais epistêmicas; e, iv) Construções atuantes como Marcador Discursivo. Assumimos que diferenças no pareamento de forma e função entre essas construções são fortes evidências para atestar um possível processo diacrônico de construcionalização de [v1+ver]com valor (inter)subjetivo especializado na função de marcador discursivo atuante no fechamento de tópico ou de turno conversacional, no preenchimento de pausa e no engajamento do interlocutor.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-08-31
2019-01-10T11:17:32Z
2019-01-10T11:17:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11449/180393
000911507
33004153069P5
url http://hdl.handle.net/11449/180393
identifier_str_mv 000911507
33004153069P5
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808129356120195072