Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macedo, Célia S. [UNESP]
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Yoshida, Eneida M. [UNESP], Viero, Rosa Marlene [UNESP], Riyuzo, Márcia Camegaçava [UNESP], Bastos, Herculano Dias [UNESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200017
http://hdl.handle.net/11449/12869
Resumo: Objetivo: descrever caso clínico de um lactente com insuficiência renal crônica terminal, causada por hiperoxalúria primária.Método: após revisão da literatura, verifica-se a raridade da doença; na França, a prevalência é de 1,05/milhão, com taxa de incidência de 0,12/milhão/ano. Pesquisa abordando centros especializados mundiais detectou, em 1999, 78 casos em lactentes; destes, em 14% o quadro inicial foi de uremia. A gravidade e a raridade da doença sugerem o relato deste caso.Resultados: criança de sexo feminino, com quadro de vômitos e baixo ganho de peso desde os primeiros meses de vida, desenvolveu insuficiência renal terminal aos 6 meses de idade, sendo mantida em tratamento dialítico desde então. Aos 8 meses, foi encaminhada para esclarecimento diagnóstico, apresentando déficit pôndero-estatural grave e os seguintes exames laboratoriais: uréia= 69 mg/dl, creatinina=2,2 mg/dl e clearance de creatinina= 12,5 ml/min/1.73m²SC. O exame de urina foi normal, a ultra-sonografia renal revelou tamanho normal e hiperecogenicidade de ambos os rins. A dosagem de oxalato urinário foi de 9,2mg/kg/dia ou 0,55 mmol/1.73m²SC, e a relação oxalato:creatinina, de 0,42. A biópsia renal diagnosticou presença de grande quantidade de depósitos de cristais de oxalato de cálcio no parênquima renal. A radiografia de ossos longos evidenciou sinais sugestivos de osteopatia oxalótica, e a fundoscopia indireta, sinais de retinopatia por oxalato. A criança foi mantida em diálise peritoneal ambulatorial contínua, tendo sido iniciado tratamento com piridoxina.Conclusões: a hiperoxalúria primária deve ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais de insuficiência renal crônica em lactentes, especialmente na ausência de história sugestiva de outras patologias.
id UNSP_5cc4e251951b8bb642080b2bb0d4a004
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/12869
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactentePrimary hyperoxaluria with endstage renal failure in an infantlactenteinsuficiência renal crônica terminalhiperoxalúria primáriaoxalose sistêmicainfantendstage renal failureprimary hyperoxaluriasystemic oxalosisObjetivo: descrever caso clínico de um lactente com insuficiência renal crônica terminal, causada por hiperoxalúria primária.Método: após revisão da literatura, verifica-se a raridade da doença; na França, a prevalência é de 1,05/milhão, com taxa de incidência de 0,12/milhão/ano. Pesquisa abordando centros especializados mundiais detectou, em 1999, 78 casos em lactentes; destes, em 14% o quadro inicial foi de uremia. A gravidade e a raridade da doença sugerem o relato deste caso.Resultados: criança de sexo feminino, com quadro de vômitos e baixo ganho de peso desde os primeiros meses de vida, desenvolveu insuficiência renal terminal aos 6 meses de idade, sendo mantida em tratamento dialítico desde então. Aos 8 meses, foi encaminhada para esclarecimento diagnóstico, apresentando déficit pôndero-estatural grave e os seguintes exames laboratoriais: uréia= 69 mg/dl, creatinina=2,2 mg/dl e clearance de creatinina= 12,5 ml/min/1.73m²SC. O exame de urina foi normal, a ultra-sonografia renal revelou tamanho normal e hiperecogenicidade de ambos os rins. A dosagem de oxalato urinário foi de 9,2mg/kg/dia ou 0,55 mmol/1.73m²SC, e a relação oxalato:creatinina, de 0,42. A biópsia renal diagnosticou presença de grande quantidade de depósitos de cristais de oxalato de cálcio no parênquima renal. A radiografia de ossos longos evidenciou sinais sugestivos de osteopatia oxalótica, e a fundoscopia indireta, sinais de retinopatia por oxalato. A criança foi mantida em diálise peritoneal ambulatorial contínua, tendo sido iniciado tratamento com piridoxina.Conclusões: a hiperoxalúria primária deve ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais de insuficiência renal crônica em lactentes, especialmente na ausência de história sugestiva de outras patologias.Objective: to report a case of an infant with endstage renal failure caused by primary hyperoxaluria. Methods: the review of the literature showed the rarity of the disease. In France, the prevalence is about 1.05/million and the incidence rate is 0.12/million/year. A survey, performed in international specialized centers in 1999, documented 78 cases in infants; in 14% of them the initial onset symptom was uremia. The rarity and severity of the disease justify the description of this case.Results: a girl presenting vomiting and failure to thrive within the first months of life developed endstage renal failure at 6 months of age. She was being treated with dialysis. At 8 months of age, she was referred for investigation. She was undernourished and the laboratory examinations showed urea (69mg/dl), creatinine (2.2 mg/dl) and creatinine clearance (12.5 ml/min/1.73m²SA). The routine urinalysis was normal, the renal ultrasound showed increased echogenicity in both kidneys; the dosage of urinary oxalate was 9.2mg/kg/day or 0.55mmol/1.73m²SA; the urinary oxalate/creatinine ratio was 0.42. Renal biopsy showed calcium oxalate crystals throughout the renal parenchyma. The radiograph of long bones showed osteopathy and the ophthalmic examination showed flecked retinopathy. The child was treated with continuous ambulatory peritoneal dialysis and administration of pyridoxine was initiated.Conclusions: primary hyperoxaluria should be considered as a differential diagnosis for endstage renal failure in infants, especially if there are no symptoms of other diseases.UNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Dep. de PediatriaUNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Dep. de Anatomia PatológicaUNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Dep. de PediatriaUNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Dep. de Anatomia PatológicaSociedade Brasileira de PediatriaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Macedo, Célia S. [UNESP]Yoshida, Eneida M. [UNESP]Viero, Rosa Marlene [UNESP]Riyuzo, Márcia Camegaçava [UNESP]Bastos, Herculano Dias [UNESP]2014-05-20T13:37:15Z2014-05-20T13:37:15Z2002-04-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article171-175application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200017Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 171-175, 2002.0021-7557http://hdl.handle.net/11449/1286910.1590/S0021-75572002000200017S0021-75572002000200017S0021-75572002000200017.pdf14535641713338481979519685789288SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporJornal de Pediatria1.6900,704info:eu-repo/semantics/openAccess2023-10-04T06:01:15Zoai:repositorio.unesp.br:11449/12869Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-05-23T11:25:44.849383Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
Primary hyperoxaluria with endstage renal failure in an infant
title Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
spellingShingle Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
Macedo, Célia S. [UNESP]
lactente
insuficiência renal crônica terminal
hiperoxalúria primária
oxalose sistêmica
infant
endstage renal failure
primary hyperoxaluria
systemic oxalosis
title_short Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
title_full Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
title_fullStr Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
title_full_unstemmed Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
title_sort Hiperoxalúria primária com insuficiência renal crônica terminal em lactente
author Macedo, Célia S. [UNESP]
author_facet Macedo, Célia S. [UNESP]
Yoshida, Eneida M. [UNESP]
Viero, Rosa Marlene [UNESP]
Riyuzo, Márcia Camegaçava [UNESP]
Bastos, Herculano Dias [UNESP]
author_role author
author2 Yoshida, Eneida M. [UNESP]
Viero, Rosa Marlene [UNESP]
Riyuzo, Márcia Camegaçava [UNESP]
Bastos, Herculano Dias [UNESP]
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Macedo, Célia S. [UNESP]
Yoshida, Eneida M. [UNESP]
Viero, Rosa Marlene [UNESP]
Riyuzo, Márcia Camegaçava [UNESP]
Bastos, Herculano Dias [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv lactente
insuficiência renal crônica terminal
hiperoxalúria primária
oxalose sistêmica
infant
endstage renal failure
primary hyperoxaluria
systemic oxalosis
topic lactente
insuficiência renal crônica terminal
hiperoxalúria primária
oxalose sistêmica
infant
endstage renal failure
primary hyperoxaluria
systemic oxalosis
description Objetivo: descrever caso clínico de um lactente com insuficiência renal crônica terminal, causada por hiperoxalúria primária.Método: após revisão da literatura, verifica-se a raridade da doença; na França, a prevalência é de 1,05/milhão, com taxa de incidência de 0,12/milhão/ano. Pesquisa abordando centros especializados mundiais detectou, em 1999, 78 casos em lactentes; destes, em 14% o quadro inicial foi de uremia. A gravidade e a raridade da doença sugerem o relato deste caso.Resultados: criança de sexo feminino, com quadro de vômitos e baixo ganho de peso desde os primeiros meses de vida, desenvolveu insuficiência renal terminal aos 6 meses de idade, sendo mantida em tratamento dialítico desde então. Aos 8 meses, foi encaminhada para esclarecimento diagnóstico, apresentando déficit pôndero-estatural grave e os seguintes exames laboratoriais: uréia= 69 mg/dl, creatinina=2,2 mg/dl e clearance de creatinina= 12,5 ml/min/1.73m²SC. O exame de urina foi normal, a ultra-sonografia renal revelou tamanho normal e hiperecogenicidade de ambos os rins. A dosagem de oxalato urinário foi de 9,2mg/kg/dia ou 0,55 mmol/1.73m²SC, e a relação oxalato:creatinina, de 0,42. A biópsia renal diagnosticou presença de grande quantidade de depósitos de cristais de oxalato de cálcio no parênquima renal. A radiografia de ossos longos evidenciou sinais sugestivos de osteopatia oxalótica, e a fundoscopia indireta, sinais de retinopatia por oxalato. A criança foi mantida em diálise peritoneal ambulatorial contínua, tendo sido iniciado tratamento com piridoxina.Conclusões: a hiperoxalúria primária deve ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais de insuficiência renal crônica em lactentes, especialmente na ausência de história sugestiva de outras patologias.
publishDate 2002
dc.date.none.fl_str_mv 2002-04-01
2014-05-20T13:37:15Z
2014-05-20T13:37:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200017
Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 171-175, 2002.
0021-7557
http://hdl.handle.net/11449/12869
10.1590/S0021-75572002000200017
S0021-75572002000200017
S0021-75572002000200017.pdf
1453564171333848
1979519685789288
url http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200017
http://hdl.handle.net/11449/12869
identifier_str_mv Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 171-175, 2002.
0021-7557
10.1590/S0021-75572002000200017
S0021-75572002000200017
S0021-75572002000200017.pdf
1453564171333848
1979519685789288
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Jornal de Pediatria
1.690
0,704
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 171-175
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv SciELO
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803045818799751168