A Perspectiva de Quarta Pessoa: análise da constituição da dinâmica recíproca de reconhecimento interpessoal no contexto das novas tecnologias de informação e comunicação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/11449/256026 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é analisar as implicações epistemológicas das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas relações interpessoais de segunda pessoa, com foco em seu papel identitário. A tese de segunda pessoa explora como as pessoas se reconhecem diariamente por meio de diversos aspectos expressivos, imediatamente significativos, especialmente os emocionais (Gomila, 2001; Barone et al., 2022). Inicialmente, abordamos a dificuldade em justificar como uma pessoa permanece a mesma ao longo da vida, apesar das mudanças biossocioculturais, conhecida como o problema da identidade pessoal. Ao rejeitar concepções internalistas tradicionais, como as de alma ou subjetividade, optamos por uma abordagem externalista. Isso nos leva a questionar as condições de reconhecimento da condição de pessoa ao longo do tempo em diversos contextos de comunicação e ação significativa. Destacamos três perspectivas sobre essa dinâmica de reconhecimento mútuo, sendo a perspectiva de segunda pessoa a mais abrangente, incorporando as perspectivas de primeira e terceira pessoa. Segundo Gomila (2008) e Pérez e Gomila (2018, 2022), os processos de segunda pessoa são fundamentais para a vida cognitiva e moral, sendo ontogeneticamente primitivos e essenciais para a aquisição de linguagem conceptual. Modificar esses processos, como nas novas formas de interação síncrona mediadas pelas TIC, pode implicar uma reconfiguração estrutural nas interações intuitivas/espontâneas entre as pessoas. Diante disso, propomos uma nova caracterização da Perspectiva de Quarta Pessoa, originalmente proposta por Melanie Swan (2013, 2014) de modo a ampliar seu escopo. Na nossa abordagem, a Quarta Pessoa operaria em interações sociais significativas em contextos mediados por tecnologias incorporadas pelos seus usuários, paralelamente ao novo conhecimento quantificado sobre si propiciado por dados das TIC, sentido originalmente proposto por Swan (2013, 2014). Essa perspectiva é assumida durante interações síncronas, operadas por linguagem não-verbal virtual e mediadas por tecnologias ubíquas, sempre coletando dados relevantes dos usuários. Considerando a hipótese (H1) de necessidade de uma nova perspectiva (quarta pessoa) para interações virtuais, concluímos que são possíveis interações significativas e interpessoais em contextos virtuais, apelando para critérios de relevância lastreados na presencialidade. A contingência recíproca de interações presenciais enriquecidas pela comunicação não-verbal, centrais para a perspectiva de segunda pessoa, pode ser estendida aos contextos virtuais, especialmente se a tecnologia utilizada se integra à pessoa como uma extensão de si mesma. Assim, os elementos qualitativos, típicos da expressividade corporal em interações presenciais, adquiririam nuances específicas no contexto digital segundo a perspectiva da quarta pessoa aqui proposta. |
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A Perspectiva de Quarta Pessoa: análise da constituição da dinâmica recíproca de reconhecimento interpessoal no contexto das novas tecnologias de informação e comunicaçãoThe Fourth Person Perspective: analysis of the constitution of the reciprocal dynamic of interpersonal recognition in the context of new information and communication technologiesIdentidade pessoalReconhecimento interpessoalPerspectiva de segunda pessoaPerspectiva de quarta pessoaTecnologias de Informação e Comunicação (TIC)Personal identityInterpersonal recognitionSecond-person perspectiveFourth-person perspectiveInformation and Communication Technologies (ICT)O objetivo deste trabalho é analisar as implicações epistemológicas das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas relações interpessoais de segunda pessoa, com foco em seu papel identitário. A tese de segunda pessoa explora como as pessoas se reconhecem diariamente por meio de diversos aspectos expressivos, imediatamente significativos, especialmente os emocionais (Gomila, 2001; Barone et al., 2022). Inicialmente, abordamos a dificuldade em justificar como uma pessoa permanece a mesma ao longo da vida, apesar das mudanças biossocioculturais, conhecida como o problema da identidade pessoal. Ao rejeitar concepções internalistas tradicionais, como as de alma ou subjetividade, optamos por uma abordagem externalista. Isso nos leva a questionar as condições de reconhecimento da condição de pessoa ao longo do tempo em diversos contextos de comunicação e ação significativa. Destacamos três perspectivas sobre essa dinâmica de reconhecimento mútuo, sendo a perspectiva de segunda pessoa a mais abrangente, incorporando as perspectivas de primeira e terceira pessoa. Segundo Gomila (2008) e Pérez e Gomila (2018, 2022), os processos de segunda pessoa são fundamentais para a vida cognitiva e moral, sendo ontogeneticamente primitivos e essenciais para a aquisição de linguagem conceptual. Modificar esses processos, como nas novas formas de interação síncrona mediadas pelas TIC, pode implicar uma reconfiguração estrutural nas interações intuitivas/espontâneas entre as pessoas. Diante disso, propomos uma nova caracterização da Perspectiva de Quarta Pessoa, originalmente proposta por Melanie Swan (2013, 2014) de modo a ampliar seu escopo. Na nossa abordagem, a Quarta Pessoa operaria em interações sociais significativas em contextos mediados por tecnologias incorporadas pelos seus usuários, paralelamente ao novo conhecimento quantificado sobre si propiciado por dados das TIC, sentido originalmente proposto por Swan (2013, 2014). Essa perspectiva é assumida durante interações síncronas, operadas por linguagem não-verbal virtual e mediadas por tecnologias ubíquas, sempre coletando dados relevantes dos usuários. Considerando a hipótese (H1) de necessidade de uma nova perspectiva (quarta pessoa) para interações virtuais, concluímos que são possíveis interações significativas e interpessoais em contextos virtuais, apelando para critérios de relevância lastreados na presencialidade. A contingência recíproca de interações presenciais enriquecidas pela comunicação não-verbal, centrais para a perspectiva de segunda pessoa, pode ser estendida aos contextos virtuais, especialmente se a tecnologia utilizada se integra à pessoa como uma extensão de si mesma. Assim, os elementos qualitativos, típicos da expressividade corporal em interações presenciais, adquiririam nuances específicas no contexto digital segundo a perspectiva da quarta pessoa aqui proposta.The objective of this work is to analyze the epistemological implications of Information and Communication Technologies (ICT) in second-person interpersonal relationships, focusing on their identity role. The second-person thesis explores how people recognize themselves daily through various expressive, immediately significant aspects, especially emotional ones (Gomila, 2001; Barone et al., 2022). Initially, we address the difficulty in justifying how a person remains the same throughout life, despite bio-sociocultural changes, known as the problem of personal identity. By rejecting traditional internalist conceptions, such as those of the soul or subjectivity, we opt for an externalist approach. This leads us to question the conditions for recognizing personhood over time in different contexts of communication and significant action. We highlight three perspectives on this dynamic of mutual recognition, with the second-person perspective being the most comprehensive, incorporating the first and third-person perspectives. According to Gomila (2008) and Pérez and Gomila (2018, 2022), second-person processes are fundamental to cognitive and moral life, being ontogenetically primitive and essential for the acquisition of conceptual language. Modifying these processes, as in new forms of synchronous interaction mediated by ICT, may imply a structural reconfiguration of intuitive/spontaneous interactions between people. Given this, we propose a new characterization of the Fourth Person Perspective, originally proposed by Melanie Swan (2013, 2014) in order to expand its scope. In our approach, the Fourth Person would operate in significant social interactions in contexts mediated by technologies incorporated by their users, in parallel with the new quantified knowledge about themselves provided by ICT data, a meaning originally proposed by Swan (2013, 2014). This perspective is assumed during synchronous interactions, operated by virtual non-verbal language and mediated by ubiquitous technologies, always collecting relevant data from users. Considering the hypothesis (H1) of the need for a new perspective (fourth person) for understand virtual interactions, we conclude that meaningful and interpersonal interactions are possible in virtual contexts, appealing to relevance criteria based on face-to-face reality. The reciprocal contingency of face-to-face interactions enriched by non-verbal communication, central to the second-person perspective, can be extended to virtual contexts, especially if the technology used is integrated with the person as an extension of itself. Thus, the qualitative elements, typical of bodily expressiveness in face-to-face interactions, would acquire specific nuances in the digital context according to the fourth-person perspective proposed here.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 21/03548-3FAPESP: 22/09403-0Universidade Estadual Paulista (Unesp)Broens, Mariana Claudia [UNESP]Pereira, Felipe Eleutério2024-06-18T20:56:58Z2024-06-18T20:56:58Z2024-02-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPEREIRA, Felipe Eleutério. A Perspectiva de Quarta Pessoa: análise da constituição da dinâmica recíproca de reconhecimento interpessoal no contexto das novas tecnologias de informação e comunicação. 2024. 119 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2024.https://hdl.handle.net/11449/25602633004110041P163093581539784010000-0002-6658-9634porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-19T13:44:11Zoai:repositorio.unesp.br:11449/256026Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:24:48.258856Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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