Quantificação da função esfincteriana pela medida da capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária do canal anal
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://dx.doi.org/10.1590/S0004-28032002000400005 http://hdl.handle.net/11449/27382 |
Resumo: | RACIONAL: Tem sido demonstrado que a pressão máxima de contração voluntária e a pressão média de repouso não refletem a real situação clínica do paciente portador de incontinência fecal, não traduzem a realidade funcional do canal anal, além de poder estar comprometendo a conduta a ser tomada devido ao não-encaminhamento à terapêutica específica. OBJETIVO: Com a hipótese de que contrair e manter a contração é mais importante que simplesmente contrair, mesmo com pico momentaneamente elevado de pressão, analisou-se a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária do canal anal com o intuito de quantificar a função esfincteriana relativa à continência fecal. MATERIAL E MÉTODOS: Submeteram-se a exame manométrico anorretal 72 pacientes (56 mulheres) portadores de incontinência fecal de vários graus e 15 (9 mulheres) indivíduos continentes (normais), avaliando-se a pressão média de repouso, a pressão máxima de contração voluntária e a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária. RESULTADOS: Os indivíduos continentes apresentaram valores normais de pressão média de repouso e de pressão máxima de contração voluntária, além de adequada capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária. Os pacientes incontinentes apresentaram pressão média de repouso e pressão máxima de contração voluntária com valores pressóricos normais ou abaixo do normal e perfil semelhante de capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária, ou seja, moderada na fase inicial e ruim nas fases intermediária e final, com queda da mesma superior a 35% em 78% dos pacientes. A pressão máxima de contração voluntária apresenta excelente especificidade (100%) porém, sensibilidade baixa (46%) para incontinência fecal. Comparativamente, a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária apresenta elevadas especificidade (93%) e sensibilidade (78%) para incontinência fecal. Embora a pressão máxima de contração voluntária não indique falso-positivos, apresenta 72% de falso-negativos. A probabilidade deste fato acontecer com a medida de capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária é, praticamente, 20% menor, valor estatisticamente significativo. CONCLUSÃO: O indicativo de função esfincteriana é melhor analisado pela capacidade de sustentação. A capacidade de sustentação traduz com mais exatidão, a capacidade funcional do canal anal em relação à continência voluntária, sendo isoladamente, melhor que a pressão máxima de contração voluntária. |
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Quantificação da função esfincteriana pela medida da capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária do canal analSphincteric function quantification by measuring the capacity to sustain the squeeze pressure of the anal canalIncontinência fecalÂnus, fisiologiaConstipaçãoManometriaFadiga muscularFecal incontinenceAnus, physiologyConstipationManometryMuscle fatigueRACIONAL: Tem sido demonstrado que a pressão máxima de contração voluntária e a pressão média de repouso não refletem a real situação clínica do paciente portador de incontinência fecal, não traduzem a realidade funcional do canal anal, além de poder estar comprometendo a conduta a ser tomada devido ao não-encaminhamento à terapêutica específica. OBJETIVO: Com a hipótese de que contrair e manter a contração é mais importante que simplesmente contrair, mesmo com pico momentaneamente elevado de pressão, analisou-se a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária do canal anal com o intuito de quantificar a função esfincteriana relativa à continência fecal. MATERIAL E MÉTODOS: Submeteram-se a exame manométrico anorretal 72 pacientes (56 mulheres) portadores de incontinência fecal de vários graus e 15 (9 mulheres) indivíduos continentes (normais), avaliando-se a pressão média de repouso, a pressão máxima de contração voluntária e a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária. RESULTADOS: Os indivíduos continentes apresentaram valores normais de pressão média de repouso e de pressão máxima de contração voluntária, além de adequada capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária. Os pacientes incontinentes apresentaram pressão média de repouso e pressão máxima de contração voluntária com valores pressóricos normais ou abaixo do normal e perfil semelhante de capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária, ou seja, moderada na fase inicial e ruim nas fases intermediária e final, com queda da mesma superior a 35% em 78% dos pacientes. A pressão máxima de contração voluntária apresenta excelente especificidade (100%) porém, sensibilidade baixa (46%) para incontinência fecal. Comparativamente, a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária apresenta elevadas especificidade (93%) e sensibilidade (78%) para incontinência fecal. Embora a pressão máxima de contração voluntária não indique falso-positivos, apresenta 72% de falso-negativos. A probabilidade deste fato acontecer com a medida de capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária é, praticamente, 20% menor, valor estatisticamente significativo. CONCLUSÃO: O indicativo de função esfincteriana é melhor analisado pela capacidade de sustentação. A capacidade de sustentação traduz com mais exatidão, a capacidade funcional do canal anal em relação à continência voluntária, sendo isoladamente, melhor que a pressão máxima de contração voluntária.BACKGROUND: It has been demonstrated that the maximum squeeze pressure and the mean resting pressure do not reflect the true clinical situation of patients having fecal incontinence, as well as the functional status of the anal canal. Furthermore, a wrong diagnosis could be obtained and therefore misleading to a not effective treatment. AIM: Under the hypothesis that squeezing and sustaining the anal canal contraction is more important than the maximum squeeze pressure, the capacity to sustain the squeeze pressure of the anal canal was analyzed aiming to quantify the sphincteric function. METHODS: Seventy-two patients having fecal incontinence in different degrees (56 female) and 15 normal individuals (9 female) were submitted to anorectal manometry to measure the mean resting pressure, the maximum voluntary squeeze pressure and the capacity to sustain the squeeze pressure. RESULTS: Normal individuals had normal values of mean resting pressure and maximum squeeze pressure, and adequate capacity to sustain the squeeze pressure of the canal anal. Incontinent patients had mean resting pressure and maximum squeeze pressure with normal or below normal pressoric values and similar profile of capacity to sustain which was moderate in the initial phase and worse in the intermediate and final phases, with decreasing of the capacity to sustain more than 35% in 78% of the patients. The maximum squeeze pressure presented excellent specificity (100%), but low sensitivity (46%) for fecal incontinence. Comparatively, the squeeze pressure presented high specificity (93%) and high sensitivity (78%) for fecal incontinence. Although the maximum squeeze pressure did not indicate false positive, it presented a 72% false negative. The probability of this event to happen with the capacity to sustain measure is 20% lower, and it was statistically significant. CONCLUSION: Sphincteric function can be better analyzed by using the capacity to sustain the squeeze pressure. capacity to sustain indicates more precisely the functional capacity of the anal canal in relation to voluntary continence, and it is better than maximum squeeze pressure as an isolated index.Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de CirurgiaUniversidade Estadual de Campinas Faculdade de Ciências Médicas Grupo de ColoproctologiaUniversidade Estadual de Campinas Faculdade de Ciências Médicas GASTROCENTROUniversidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de CirurgiaInstituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia (IBEPEGE)Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva (SBMD)Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG)Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH)Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)Saad, Luiz Henrique Cury [UNESP]Coy, Cláudio Saddy RodriguesFagundes, João JoséAriyzono, Maria de LourdesShoji, NanakoGóes, Juvenal Ricardo Navarro2014-05-20T15:09:49Z2014-05-20T15:09:49Z2002-10-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article233-239application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0004-28032002000400005Arquivos de Gastroenterologia. Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia - IBEPEGE Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva - CBCD Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva - SBMD Federação Brasileira de Gastroenterologia - FBGSociedade Brasileira de Hepatologia - SBHSociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva - SOBED, v. 39, n. 4, p. 233-239, 2002.0004-2803http://hdl.handle.net/11449/2738210.1590/S0004-28032002000400005S0004-28032002000400005S0004-28032002000400005.pdfSciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporArquivos de Gastroenterologia0,396info:eu-repo/semantics/openAccess2024-08-14T14:18:42Zoai:repositorio.unesp.br:11449/27382Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-14T14:18:42Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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