Tempo de festas: homenagens a Santa Bárbara, N. S. da Conceição e Sant'Ana em Salvador (1860-1940)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Couto, Edilece Souza [UNESP]
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/103165
Resumo: A pesquisa teve como principal objetivo estudar as festas de Santa Bárbara, N. S. da Conceição e Sant Ana, em Salvador. Apesar das características comuns, cada uma possui suas especificidades. Em 4 de dezembro, Santa Bárbara abre o calendário dos festejos religiosos populares de verão. É festejada pelos comerciantes e trabalhadores dos mercados. No mesmo período, os baianos se dedicam ao culto a N. S. da Conceição. A procissão do dia 8 de dezembro é organizada pela irmandade. Em janeiro de 1824, os pescadores do arrabalde do Rio Vermelho começaram a cultuar Sant Ana. Os veranistas realizavam desfiles em carros alegóricos, bailes e batalhas de confete e lança-perfume, fazendo da festa católica um prenúncio do Carnaval. O período estudado (1860-1940) está inserido no processo de romanização do catolicismo brasileiro. Além de cuidar da formação dos futuros padres, a Igreja Católica desejava modificar a religiosidade dos leigos. As festas dos santos, impregnadas de características profanas e de outras crenças, deveriam ser purificadas e controladas pelos eclesiásticos. A pesquisa demonstrou que as transformações não eram desejadas apenas pelo clero. Na primeira república, políticos e elite intelectual almejavam progresso, modernização e civilização do Brasil. Constatei a existência de três agentes reformadores clero, autoridades civis e elite católica empenhados na mudança dos costumes. Ações isoladas ou conjuntas fizeram desaparecer algumas festividades, como a de Sant Ana. A tese ressalta a persistência da tradição, principalmente entre os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Continuaram realizando seus rituais nas irmandades e dentro das homenagens aos santos. Foram ainda perspicazes para inserir o presente de Iemanjá no calendário de festas de Salvador.
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