Teatro e sexualidade: uma análise de Agreste (Malva-Rosa)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Masotti, Rafael José [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/143886
Resumo: Segundo o imaginário ocidental, o teatro teria surgido das bacanais dionisíacas na Grécia Antiga. A despeito do caráter repressor de certos períodos da história, também é verdade que sua presumida natureza libertina sempre o acompanhou. No Brasil, por exemplo, não é de surpreender que o teatro nacional tenha se equilibrado entre o sagrado e o profano, afinal, é sabido que a consolidação de nossa moral, de fundo essencialmente católico, patriarcal, se deu em meio às práticas de uma sociedade imersa em uma vida sexual devassa. Atualmente, a temática e a expressão da sexualidade, que ocupam o centro de debates acalorados a respeito dos direitos humanos, marcam presença constante no teatro. Em vista de se ter o foco voltado para a intersecção entre teatro e sexualidade, a dissertação assinalou, no primeiro capítulo, evidências de tal cruzamento e, no segundo, analisou as estratégias dramatúrgicas de Agreste (Malva-Rosa), de Newton Moreno, obra paradigmática das discussões mais atuais tanto sobre dramaturgia quanto sexualidade. Viu-se que a peça carrega, sobretudo, o signo da ambiguidade. De um lado, firme no propósito de legitimar a arte do contar, a peça resgata a tradição da oralidade, elementos da cultura popular e estratégias clássicas das narrativas; estabelece, também, intertextos com cânones da arte. De outro lado, visando desmantelar regras clássicas do teatro, alinha-se com as tendências da dramaturgia contemporânea, criando um pastiche de gêneros e subgêneros que contam amorosamente uma história avessa à moral judaico-cristã vigente.
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