Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902009000200010&script=sci_arttext http://hdl.handle.net/11449/13281 |
Resumo: | Existem, atualmente, mais de 300 hipóteses relativas à caracterização, função e mecanismos do envelhecimento, possivelmente devido ao aumento de idosos no mundo. Embora se avente uma função social à velhice humana, as transformações da sociedade impuseram uma cultura de descarte, incluindo pessoas como os idosos. Tal exclusão, que se associa à tristeza, depressão e morte desse grupo, é contraditória ao aumento do tempo de vida dos idosos constatado atualmente. O presente trabalho tentou determinar os aspectos ambientais envolvidos na longevidade usando uma técnica de metodologia qualitativa denominada grounded theory (ou teoria fundamentada nos dados) em dados fornecidos por ex-ferroviários longevos. Constatou-se que as representações dos ex-ferroviários confluem para a categoria central: desolação pelo aniquilamento da vida e do ambiente, no presente, devido à continuada negligência do Estado e da Sociedade na promoção e preservação das coisas boas para a vida que havia no passado. Observou-se ainda que, paralelamente à hipervalorização genérica das coisas do passado, há constatação recente de que suas existências fizeram parte da epopeia que promoveu o desenvolvimento econômico e social do interior paulista e possibilitou uma ressignificação existencial do passado, sugerindo ser um potente mecanismo de defesa que culmina em longevidade. Tal achado se insere na hipótese de que a função da longevidade seria a de preservar um contingente social com conhecimentos de um modo de vida que deu certo por ser socialmente vantajoso. |
id |
UNSP_66359e43001b582c43b3c43c45646962 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unesp.br:11449/13281 |
network_acronym_str |
UNSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNESP |
repository_id_str |
2946 |
spelling |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humanaExistential meaning of the past, and human longevityLongevidadeSignificado existencialFerroviáriosGrounded theoryTeorias do envelhecimentoLongevityExistential MeaningRailroad WorkersGrounded TheoryTheories of AgeingExistem, atualmente, mais de 300 hipóteses relativas à caracterização, função e mecanismos do envelhecimento, possivelmente devido ao aumento de idosos no mundo. Embora se avente uma função social à velhice humana, as transformações da sociedade impuseram uma cultura de descarte, incluindo pessoas como os idosos. Tal exclusão, que se associa à tristeza, depressão e morte desse grupo, é contraditória ao aumento do tempo de vida dos idosos constatado atualmente. O presente trabalho tentou determinar os aspectos ambientais envolvidos na longevidade usando uma técnica de metodologia qualitativa denominada grounded theory (ou teoria fundamentada nos dados) em dados fornecidos por ex-ferroviários longevos. Constatou-se que as representações dos ex-ferroviários confluem para a categoria central: desolação pelo aniquilamento da vida e do ambiente, no presente, devido à continuada negligência do Estado e da Sociedade na promoção e preservação das coisas boas para a vida que havia no passado. Observou-se ainda que, paralelamente à hipervalorização genérica das coisas do passado, há constatação recente de que suas existências fizeram parte da epopeia que promoveu o desenvolvimento econômico e social do interior paulista e possibilitou uma ressignificação existencial do passado, sugerindo ser um potente mecanismo de defesa que culmina em longevidade. Tal achado se insere na hipótese de que a função da longevidade seria a de preservar um contingente social com conhecimentos de um modo de vida que deu certo por ser socialmente vantajoso.Nowadays there are more than 300 hypotheses to explain ageing characteristics, function and mechanisms, possibly due to the large and increasing number of old people in the world. Though having a social function attributed to elders, transformations - under way currently in society - have imposed a discard culture, including old people. This is an authentic exclusion that is frequently associated with sadness, depression and death in its group, contradicting the alleged idea that older people increase life-time (as has been observed in recent years). This manuscript has the aim of determining environmental aspects involved with longevity; it thus uses grounded theory, a technique of qualitative research method, operating on data provided by elderly former railroad workers. It was observed that former railroad worker's social representations convey to a central category: desolation from perceiving life and environmental annihilation due to continuous State and Society negligence to promote and preserve good things - that existed in the past. We can also observe that, in a parallel way, by hyper valorizing past things, they recognize their existence as part of an epic process that promoted the São Paulo state countryside economic and social development, with an existential meaning to the past, which suggests to be a strong defense mechanism that contributes to longevity. This finding can be included in the hypothesis that the function of longevity would be to preserve a social contingent with knowledge about a way of life that was successful because it was socially advantageous.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)UNESP Faculdade de Medicina Departamento de Saúde PúblicaUNESP Faculdade de Ciências Departamento de Ciências BiológicasUSP Faculdade de Saúde Pública Departamento de Saúde AmbientalUNESP, Dept Saúde Publ, Fac Med, BR-18618970 Botucatu, SP, BrazilUNESP, Dept Ciencias Biol, Fac Ciencias, BR-18618970 Botucatu, SP, BrazilFAPESP: 03/13580-3Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde PúblicaAssociação Paulista de Saúde PúblicaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade de São Paulo (USP)Patricio, Karina Pavão [UNESP]Hoshino, Katsumasa [UNESP]Ribeiro, Helena2014-05-20T13:38:18Z2014-05-20T13:38:18Z2009-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article273-283application/pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902009000200010&script=sci_arttextSaúde e Sociedade. Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.Associação Paulista de Saúde Pública., v. 18, n. 2, p. 273-283, 2009.0104-1290http://hdl.handle.net/11449/1328110.1590/S0104-12902009000200010S0104-12902009000200010WOS:000267899300010S0104-12902009000200010.pdf51885410074523830000-0003-2112-5956SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporSaúde e Sociedade0.5260,384info:eu-repo/semantics/openAccess2024-09-03T14:11:48Zoai:repositorio.unesp.br:11449/13281Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T14:11:48Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana Existential meaning of the past, and human longevity |
title |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana |
spellingShingle |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana Patricio, Karina Pavão [UNESP] Longevidade Significado existencial Ferroviários Grounded theory Teorias do envelhecimento Longevity Existential Meaning Railroad Workers Grounded Theory Theories of Ageing |
title_short |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana |
title_full |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana |
title_fullStr |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana |
title_full_unstemmed |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana |
title_sort |
Ressignificação existencial do pretérito e longevidade humana |
author |
Patricio, Karina Pavão [UNESP] |
author_facet |
Patricio, Karina Pavão [UNESP] Hoshino, Katsumasa [UNESP] Ribeiro, Helena |
author_role |
author |
author2 |
Hoshino, Katsumasa [UNESP] Ribeiro, Helena |
author2_role |
author author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) Universidade de São Paulo (USP) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Patricio, Karina Pavão [UNESP] Hoshino, Katsumasa [UNESP] Ribeiro, Helena |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Longevidade Significado existencial Ferroviários Grounded theory Teorias do envelhecimento Longevity Existential Meaning Railroad Workers Grounded Theory Theories of Ageing |
topic |
Longevidade Significado existencial Ferroviários Grounded theory Teorias do envelhecimento Longevity Existential Meaning Railroad Workers Grounded Theory Theories of Ageing |
description |
Existem, atualmente, mais de 300 hipóteses relativas à caracterização, função e mecanismos do envelhecimento, possivelmente devido ao aumento de idosos no mundo. Embora se avente uma função social à velhice humana, as transformações da sociedade impuseram uma cultura de descarte, incluindo pessoas como os idosos. Tal exclusão, que se associa à tristeza, depressão e morte desse grupo, é contraditória ao aumento do tempo de vida dos idosos constatado atualmente. O presente trabalho tentou determinar os aspectos ambientais envolvidos na longevidade usando uma técnica de metodologia qualitativa denominada grounded theory (ou teoria fundamentada nos dados) em dados fornecidos por ex-ferroviários longevos. Constatou-se que as representações dos ex-ferroviários confluem para a categoria central: desolação pelo aniquilamento da vida e do ambiente, no presente, devido à continuada negligência do Estado e da Sociedade na promoção e preservação das coisas boas para a vida que havia no passado. Observou-se ainda que, paralelamente à hipervalorização genérica das coisas do passado, há constatação recente de que suas existências fizeram parte da epopeia que promoveu o desenvolvimento econômico e social do interior paulista e possibilitou uma ressignificação existencial do passado, sugerindo ser um potente mecanismo de defesa que culmina em longevidade. Tal achado se insere na hipótese de que a função da longevidade seria a de preservar um contingente social com conhecimentos de um modo de vida que deu certo por ser socialmente vantajoso. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-06-01 2014-05-20T13:38:18Z 2014-05-20T13:38:18Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902009000200010&script=sci_arttext Saúde e Sociedade. Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.Associação Paulista de Saúde Pública., v. 18, n. 2, p. 273-283, 2009. 0104-1290 http://hdl.handle.net/11449/13281 10.1590/S0104-12902009000200010 S0104-12902009000200010 WOS:000267899300010 S0104-12902009000200010.pdf 5188541007452383 0000-0003-2112-5956 |
url |
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902009000200010&script=sci_arttext http://hdl.handle.net/11449/13281 |
identifier_str_mv |
Saúde e Sociedade. Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.Associação Paulista de Saúde Pública., v. 18, n. 2, p. 273-283, 2009. 0104-1290 10.1590/S0104-12902009000200010 S0104-12902009000200010 WOS:000267899300010 S0104-12902009000200010.pdf 5188541007452383 0000-0003-2112-5956 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade 0.526 0,384 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
273-283 application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde Pública Associação Paulista de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde Pública Associação Paulista de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
SciELO reponame:Repositório Institucional da UNESP instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNESP |
collection |
Repositório Institucional da UNESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositoriounesp@unesp.br |
_version_ |
1810021390886109184 |