Síndromes hipertensivas da gestação: identificação de casos graves

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peraçoli, José Carlos [UNESP]
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Parpinelli, Mary Angela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032005001000010
http://hdl.handle.net/11449/12320
Resumo: A hipertensão arterial está entre as causas mais freqüentes de morte materna. Entre os tipos presentes na gravidez destacam-se as manifestações específicas, isto é, a pré-eclâmpsia e a hipertensão gestacional, definidas clinicamente por aumento dos níveis da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, associado (pré-eclâmpsia) ou não (hipertensão gestacional) à proteinúria. Na fase inicial a doença é assintomática, porém, quando não tratada ou não se interrompe a gestação, sua evolução natural é desenvolver as formas graves, como a eclâmpsia e a síndrome HELLP. Eclâmpsia é definida pela manifestação de uma ou mais crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na ausência de doenças neurológicas. Pode ocorrer durante a gestação, durante o trabalho de parto e no puerpério imediato. É comumente precedida pelos sinais e sintomas de eclâmpsia iminente (distúrbios do sistema nervoso central, visuais e gástricos). A associação de hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática já era relatada na literatura na década de cinqüenta. em 1982, Weinstein reuniu estas alterações sob o acrônimo de HELLP, significando hemólise (H), aumento de enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP), e denominou-as de síndrome HELLP. A literatura diverge em relação aos valores dos parâmetros que definem a síndrome. Sibai et al. (1986) propuseram sistematização dos padrões laboratoriais e bioquímicos para o diagnóstico da mesma, que foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil. As manifestações clínicas podem ser imprecisas, sendo comuns queixas como dor epigástrica, mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos. O diagnóstico precoce é, eminentemente, laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia e/ou dor no quadrante superior direito do abdome. Diferenciar a síndrome HELLP de outras ocorrências, com manifestações clínicas e/ou laboratoriais semelhantes, não é tarefa fácil. O diagnóstico diferencial é particularmente difícil para doenças como púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica e fígado gorduroso agudo da gravidez, devido à insuficiente história clínica e à semelhança dos aspectos fisiopatológicos. O conhecimento da fisiopatologia da pré-eclâmpsia, o diagnóstico precoce e a atuação precisa no momento adequado nas situações complicadas pela eclâmpsia e/ou síndrome HELLP permitem melhorar o prognóstico materno e perinatal.
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Eclâmpsia é definida pela manifestação de uma ou mais crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na ausência de doenças neurológicas. Pode ocorrer durante a gestação, durante o trabalho de parto e no puerpério imediato. É comumente precedida pelos sinais e sintomas de eclâmpsia iminente (distúrbios do sistema nervoso central, visuais e gástricos). A associação de hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática já era relatada na literatura na década de cinqüenta. em 1982, Weinstein reuniu estas alterações sob o acrônimo de HELLP, significando hemólise (H), aumento de enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP), e denominou-as de síndrome HELLP. A literatura diverge em relação aos valores dos parâmetros que definem a síndrome. Sibai et al. (1986) propuseram sistematização dos padrões laboratoriais e bioquímicos para o diagnóstico da mesma, que foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil. As manifestações clínicas podem ser imprecisas, sendo comuns queixas como dor epigástrica, mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos. O diagnóstico precoce é, eminentemente, laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia e/ou dor no quadrante superior direito do abdome. Diferenciar a síndrome HELLP de outras ocorrências, com manifestações clínicas e/ou laboratoriais semelhantes, não é tarefa fácil. O diagnóstico diferencial é particularmente difícil para doenças como púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica e fígado gorduroso agudo da gravidez, devido à insuficiente história clínica e à semelhança dos aspectos fisiopatológicos. O conhecimento da fisiopatologia da pré-eclâmpsia, o diagnóstico precoce e a atuação precisa no momento adequado nas situações complicadas pela eclâmpsia e/ou síndrome HELLP permitem melhorar o prognóstico materno e perinatal.Arterial hypertension is one of the most frequent causes of maternal death. The most important types found in pregnancy are gestational hypertension, clinically defined by increased arterial pressure after the 20th week of pregnancy, and preeclampsia associated with proteinuria. In the initial phase, the disease is asymptomatic, but when not treated or when the pregnancy is not interrupted, it naturally progresses to serious forms such as eclampsia and HELLP syndrome. Eclampsia is defined by one or more generalized tonic-clonic seizures or coma in a pregnant woman with gestational hypertension or preeclampsia, and without neurological disease. It may occur during pregnancy, labor, and immediately after delivery. It is often preceded by signs and symptoms of imminent eclampsia (central nervous system, visual and gastric disorders). Its association with hemolysis, low platelet count, and hepatic dysfunction had already been reported in the literature of the 1950's. In 1982, Weinstein grouped these alterations as a syndrome under the acronym of HELLP, meaning hemolysis (H), elevated liver enzyme levels (EL), and low platelet (LP) count. The literature differs in relation to the parameter values that define the syndrome. Sibai et al. (1986) proposed a system of laboratory and biochemical diagnosis standards which has been adopted by the Brazilian Health Ministry. Clinical manifestations are sometimes imprecise; common complaints are epigastric pain, general malaise, loss of appetite, nausea, and vomiting. Early diagnosis is exclusively by laboratory tests and should be systematically investigated in women with serious preeclampsia/eclampsia or pain in the superior right abdominal quadrant. Differentiating HELLP syndrome from others with similar clinical or laboratory manifestations is not easy. Differential diagnosis is particularly difficult regarding diseases such as thrombotic thrombocytopenic purpura, hemolytic-uremic syndrome, or acute fatty liver of pregnancy, due to poor clinical history, and similar physiopathological aspects. An understanding of preeclampsia physiopathology, early diagnosis, and precise action at the right moment in situations complicated by eclampsia or HELLP syndrome, allows a better maternal and perinatal prognosis.Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Ginecologia e ObstetríciaUniversidade de Campinas Faculdade de Ciências Médicas Departamento de TocoginecologiaUniversidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Ginecologia e ObstetríciaFederação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e ObstetríciaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)Peraçoli, José Carlos [UNESP]Parpinelli, Mary Angela2014-05-20T13:35:49Z2014-05-20T13:35:49Z2005-10-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article627-634application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032005001000010Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 27, n. 10, p. 627-634, 2005.0100-7203http://hdl.handle.net/11449/1232010.1590/S0100-72032005001000010S0100-72032005001000010S0100-72032005001000010.pdf8499437381595614SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia0,292info:eu-repo/semantics/openAccess2024-08-16T14:06:42Zoai:repositorio.unesp.br:11449/12320Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-16T14:06:42Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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