Variabilidade espacial e temporal da erosividade das chuvas (EI30) no estado de São Paulo, Brasil.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/202758 |
Resumo: | A erosão hídrica, principalmente a erosão pluvial, apesar de ser um evento natural, é um dos grandes problemas ambientais. As chuvas representam a forma mais ativa nos processos de degradação do solo, possuindo grande destaque nas regiões tropicais e subtropicais do globo terrestre, onde a sua intensidade constitui-se numa importante variável para diagnósticos de vulnerabilidade e fragilidade ambientais. Este trabalho visou estimar os índices de erosividade da chuva, mensais e anuais, e avaliar a sua variabilidade espacial e temporal no estado de São Paulo por meio de métodos geoestatísticos. Utilizou-se de dados de chuvas da rede oficial do Estado de São Paulo disponíveis no banco de dados do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) dos períodos de 1957-1977, 1967-1987, 1977-1997, 1987-2007 e 1997-2017. Foi realizada a análise estatística descritiva dos dados e gerados os semivariogramas experimentais para cada período de modo a avaliar a dependência espacial e realizar o mapeamento por krigagem ordinária. A análise estatística descritiva mensal indicou coeficientes de variação (CV) maiores nos períodos transitórios estacionais (outono-inverno), com valor máximo no período mais seco (julho e agosto). A análise anual demonstrou CVs de 9,7 a 20,3%, com maior valor para o intervalo de 1957-1977. Do ponto de vista geoestatístico, todos os períodos demonstraram organização espacial, com elevados coeficientes de determinação (R²) [mensalmente: de 0,921 a 0,992 (1987-2007) e de 0,800 a 0,987 (1997-2017); anualmente de 0,964 a 0,978]. As variáveis demonstraram fortes avaliadores de dependência espacial (ADE) [ de 73,5 a 99,9% (1987-2007) e de 73,6 a 99,7% (1997-2017) mensalmente; de 73,5 a 94%, anualmente]. Os alcances (A) indicaram forte influência da sazonalidade climática no comportamento da variável mensalmente e na sua dependência espacial [mensalmente: de de 241.000 m a 558.000 m (1987-2007) e de 126.000 m a 608.000 m (1997-2017); anualmente: de 48.150 m A 682.000 m]. A validação cruzada apresentou coeficientes de correlação (r) elevados [mensalmente: de 0,732 a 0,974 (1987-2007) e 0,658 a 0,958 (1997-2017); anualmente: de 0,790 a 0,900] resultando em apreciáveis mapas de krigagem. A análise dos mapas permitiu inferir que, nas médias mensais, no período seco (março a agosto), há aumento de erosividade na direção sul do estado; enquanto no período chuvoso (setembro a fevereiro), dá-se o inverso e o aumento da erosividade é na direção norte. Os maiores índices concentram-se no mês de janeiro (superior a 2.322 MJ mm ha-1 h-1 ano-1) em ambos os períodos, e menores índices no mês de agosto (8 a 25 MJ mm ha-1 h-1 ano-1). Nas médias anuais, tanto o maior quanto o menor potencial erosivo foram observados no intervalo de 1957-1977 (5.045 e 10.710 MJ mm ha-1 h-1 ano-1, respectivamente). No período mais recente, 1997-2017, a erosividade foi de 6.019 a 8.699 MJ mm ha-1 h-1 ano-1. Houve variação tanto em valor absoluto quanto em área de abrangência das erosividades, com elevação das áreas compreendidas por erosividade média, enquanto as áreas de erosividade alta diminuíram, evidenciando a alteração da erosividade entre os períodos estudados. De modo geral, os dados permitem concluir que, possivelmente, a erosividade do estado de São Paulo variou ao longo dos períodos estudados. Os resultados representam as estimativas mais recentes disponíveis para todo o estado de SP (com base em dados de 21 anos contínuos) podendo ser amplamente usado nos modelos preditivos de perda de solos como por exemplo a EUPS. |
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Variabilidade espacial e temporal da erosividade das chuvas (EI30) no estado de São Paulo, Brasil.Spatial and temporal variability of rain erosivity (EI30) in the state of São Paulo, BrazilEquação Universal da Perdas de SoloManejo e conservação do solErosão HídricaGeoestatísticaUniversal soil loss equationClimatSoil management and conservationWater erosionGeoestatisticA erosão hídrica, principalmente a erosão pluvial, apesar de ser um evento natural, é um dos grandes problemas ambientais. As chuvas representam a forma mais ativa nos processos de degradação do solo, possuindo grande destaque nas regiões tropicais e subtropicais do globo terrestre, onde a sua intensidade constitui-se numa importante variável para diagnósticos de vulnerabilidade e fragilidade ambientais. Este trabalho visou estimar os índices de erosividade da chuva, mensais e anuais, e avaliar a sua variabilidade espacial e temporal no estado de São Paulo por meio de métodos geoestatísticos. Utilizou-se de dados de chuvas da rede oficial do Estado de São Paulo disponíveis no banco de dados do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) dos períodos de 1957-1977, 1967-1987, 1977-1997, 1987-2007 e 1997-2017. Foi realizada a análise estatística descritiva dos dados e gerados os semivariogramas experimentais para cada período de modo a avaliar a dependência espacial e realizar o mapeamento por krigagem ordinária. A análise estatística descritiva mensal indicou coeficientes de variação (CV) maiores nos períodos transitórios estacionais (outono-inverno), com valor máximo no período mais seco (julho e agosto). A análise anual demonstrou CVs de 9,7 a 20,3%, com maior valor para o intervalo de 1957-1977. Do ponto de vista geoestatístico, todos os períodos demonstraram organização espacial, com elevados coeficientes de determinação (R²) [mensalmente: de 0,921 a 0,992 (1987-2007) e de 0,800 a 0,987 (1997-2017); anualmente de 0,964 a 0,978]. As variáveis demonstraram fortes avaliadores de dependência espacial (ADE) [ de 73,5 a 99,9% (1987-2007) e de 73,6 a 99,7% (1997-2017) mensalmente; de 73,5 a 94%, anualmente]. Os alcances (A) indicaram forte influência da sazonalidade climática no comportamento da variável mensalmente e na sua dependência espacial [mensalmente: de de 241.000 m a 558.000 m (1987-2007) e de 126.000 m a 608.000 m (1997-2017); anualmente: de 48.150 m A 682.000 m]. A validação cruzada apresentou coeficientes de correlação (r) elevados [mensalmente: de 0,732 a 0,974 (1987-2007) e 0,658 a 0,958 (1997-2017); anualmente: de 0,790 a 0,900] resultando em apreciáveis mapas de krigagem. A análise dos mapas permitiu inferir que, nas médias mensais, no período seco (março a agosto), há aumento de erosividade na direção sul do estado; enquanto no período chuvoso (setembro a fevereiro), dá-se o inverso e o aumento da erosividade é na direção norte. Os maiores índices concentram-se no mês de janeiro (superior a 2.322 MJ mm ha-1 h-1 ano-1) em ambos os períodos, e menores índices no mês de agosto (8 a 25 MJ mm ha-1 h-1 ano-1). Nas médias anuais, tanto o maior quanto o menor potencial erosivo foram observados no intervalo de 1957-1977 (5.045 e 10.710 MJ mm ha-1 h-1 ano-1, respectivamente). No período mais recente, 1997-2017, a erosividade foi de 6.019 a 8.699 MJ mm ha-1 h-1 ano-1. Houve variação tanto em valor absoluto quanto em área de abrangência das erosividades, com elevação das áreas compreendidas por erosividade média, enquanto as áreas de erosividade alta diminuíram, evidenciando a alteração da erosividade entre os períodos estudados. De modo geral, os dados permitem concluir que, possivelmente, a erosividade do estado de São Paulo variou ao longo dos períodos estudados. Os resultados representam as estimativas mais recentes disponíveis para todo o estado de SP (com base em dados de 21 anos contínuos) podendo ser amplamente usado nos modelos preditivos de perda de solos como por exemplo a EUPS.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 165731/2018-4Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lima, César Gustavo da Rocha [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ricardi, Amanda de Moraes2021-02-22T18:03:08Z2021-02-22T18:03:08Z2020-12-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20275833004099084P543070492539821500000-0003-1878-2912porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-05T17:29:25Zoai:repositorio.unesp.br:11449/202758Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:29:25Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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A erosão hídrica, principalmente a erosão pluvial, apesar de ser um evento natural, é um dos grandes problemas ambientais. As chuvas representam a forma mais ativa nos processos de degradação do solo, possuindo grande destaque nas regiões tropicais e subtropicais do globo terrestre, onde a sua intensidade constitui-se numa importante variável para diagnósticos de vulnerabilidade e fragilidade ambientais. Este trabalho visou estimar os índices de erosividade da chuva, mensais e anuais, e avaliar a sua variabilidade espacial e temporal no estado de São Paulo por meio de métodos geoestatísticos. Utilizou-se de dados de chuvas da rede oficial do Estado de São Paulo disponíveis no banco de dados do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) dos períodos de 1957-1977, 1967-1987, 1977-1997, 1987-2007 e 1997-2017. Foi realizada a análise estatística descritiva dos dados e gerados os semivariogramas experimentais para cada período de modo a avaliar a dependência espacial e realizar o mapeamento por krigagem ordinária. A análise estatística descritiva mensal indicou coeficientes de variação (CV) maiores nos períodos transitórios estacionais (outono-inverno), com valor máximo no período mais seco (julho e agosto). A análise anual demonstrou CVs de 9,7 a 20,3%, com maior valor para o intervalo de 1957-1977. Do ponto de vista geoestatístico, todos os períodos demonstraram organização espacial, com elevados coeficientes de determinação (R²) [mensalmente: de 0,921 a 0,992 (1987-2007) e de 0,800 a 0,987 (1997-2017); anualmente de 0,964 a 0,978]. As variáveis demonstraram fortes avaliadores de dependência espacial (ADE) [ de 73,5 a 99,9% (1987-2007) e de 73,6 a 99,7% (1997-2017) mensalmente; de 73,5 a 94%, anualmente]. Os alcances (A) indicaram forte influência da sazonalidade climática no comportamento da variável mensalmente e na sua dependência espacial [mensalmente: de de 241.000 m a 558.000 m (1987-2007) e de 126.000 m a 608.000 m (1997-2017); anualmente: de 48.150 m A 682.000 m]. A validação cruzada apresentou coeficientes de correlação (r) elevados [mensalmente: de 0,732 a 0,974 (1987-2007) e 0,658 a 0,958 (1997-2017); anualmente: de 0,790 a 0,900] resultando em apreciáveis mapas de krigagem. A análise dos mapas permitiu inferir que, nas médias mensais, no período seco (março a agosto), há aumento de erosividade na direção sul do estado; enquanto no período chuvoso (setembro a fevereiro), dá-se o inverso e o aumento da erosividade é na direção norte. Os maiores índices concentram-se no mês de janeiro (superior a 2.322 MJ mm ha-1 h-1 ano-1) em ambos os períodos, e menores índices no mês de agosto (8 a 25 MJ mm ha-1 h-1 ano-1). Nas médias anuais, tanto o maior quanto o menor potencial erosivo foram observados no intervalo de 1957-1977 (5.045 e 10.710 MJ mm ha-1 h-1 ano-1, respectivamente). No período mais recente, 1997-2017, a erosividade foi de 6.019 a 8.699 MJ mm ha-1 h-1 ano-1. Houve variação tanto em valor absoluto quanto em área de abrangência das erosividades, com elevação das áreas compreendidas por erosividade média, enquanto as áreas de erosividade alta diminuíram, evidenciando a alteração da erosividade entre os períodos estudados. De modo geral, os dados permitem concluir que, possivelmente, a erosividade do estado de São Paulo variou ao longo dos períodos estudados. Os resultados representam as estimativas mais recentes disponíveis para todo o estado de SP (com base em dados de 21 anos contínuos) podendo ser amplamente usado nos modelos preditivos de perda de solos como por exemplo a EUPS. |
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