Determinação da relação entre haplótipos da β-globina ovina e resiliência à infecção por haemonchus contortus nas raças santa inês, texel e white dorper

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kapritchkoff, Rafaela Tami Ikeda
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/255899
Resumo: A seleção de ovinos portadores do alelo Hb-A da β- globina ovina pode ser uma ferramenta de controle das infecções por Haemonchus contortus, nematódeo gastrintestinal responsável pela doença hemoncose, visto que animais Hb-AA e Hb AB sintetizam a β- globina juvenil, que possui maior afinidade pelo oxigênio, em situações de anemia ou hipóxia. O presente estudo foi realizado na Embrapa Pecuária Sudeste e objetivou relacionar o efeito dos diferentes haplótipos da β- globina ovina (Hb- AA, Hb-AB e Hb-BB) com os fenótipos de resistência frente à infecção por H. contortus. Foram coletadas amostras sanguíneas de 180 matrizes, sendo 61 da raça White Dorper (DO), 60 Santa Inês (SI) e 59 Texel (TX), além de 123 cordeiros, sendo 28 DO, 42 SI e 53 TX, para a conseguinte extração de DNA e qPCR utilizando sonda de hidrólise para a identificação dos haplótipos da β- globina. Os diferentes haplótipos foram relacionados com a contagem de ovos por grama de fezes (OPG), volume globular (VG), grau FAMACHA e escore corporal em matrizes e cordeiros, assim como ganho de peso em cordeiros. As frequências genotípicas dos haplótipos da β- globina para matrizes e cordeiros foram, respectivamente: 21,7% e 21,4% Hb-AA, 50% e 50% Hb-AB e 28,3% e 28,6% Hb-BB em SI; 0% e 0% Hb-AA, 18,6% e 9,4% Hb-AB e 81,4% e 90,6% Hb-BB em TX; e 0% e 0% de Hb-AA, 13,1% e 0% Hb-AB e 86,9% e 100% de Hb-BB em DO. Nas matrizes, o VG médio diferiu (p<0,05) entre os três haplótipos, com VG mais elevado em animais Hb-AA, seguido por Hb-AB e Hb-BB. Ao considerar cada raça separadamente, as matrizes Hb-AA SI apresentaram VG mais elevado (p<0,05), destacando que mesmo ao comparar ovinos de uma mesma raça, os animais com haplótipo Hb-AA mostraram desempenho superior. Cordeiros de haplótipo Hb-AA exibiram VG médio mais elevado (p<0,05) em comparação aos Hb AB e Hb-BB, que não diferiram entre si. O mesmo resultado foi encontrado em cordeiros SI ao analisar cada raça separadamente. Não foram observadas associações significativas entre os haplótipos da β-globina e os demais parâmetros fenotípicos. No entanto, dado que a anemia é o principal sinal clínico de hemoncose, os resultados encontrados reforçam que ovinos portadores do haplótipo Hb-AA da β globina são mais resilientes à hemoncose, contribuindo futuramente como uma ferramenta pioneira de melhoramento genético.
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Foram coletadas amostras sanguíneas de 180 matrizes, sendo 61 da raça White Dorper (DO), 60 Santa Inês (SI) e 59 Texel (TX), além de 123 cordeiros, sendo 28 DO, 42 SI e 53 TX, para a conseguinte extração de DNA e qPCR utilizando sonda de hidrólise para a identificação dos haplótipos da β- globina. Os diferentes haplótipos foram relacionados com a contagem de ovos por grama de fezes (OPG), volume globular (VG), grau FAMACHA e escore corporal em matrizes e cordeiros, assim como ganho de peso em cordeiros. As frequências genotípicas dos haplótipos da β- globina para matrizes e cordeiros foram, respectivamente: 21,7% e 21,4% Hb-AA, 50% e 50% Hb-AB e 28,3% e 28,6% Hb-BB em SI; 0% e 0% Hb-AA, 18,6% e 9,4% Hb-AB e 81,4% e 90,6% Hb-BB em TX; e 0% e 0% de Hb-AA, 13,1% e 0% Hb-AB e 86,9% e 100% de Hb-BB em DO. Nas matrizes, o VG médio diferiu (p<0,05) entre os três haplótipos, com VG mais elevado em animais Hb-AA, seguido por Hb-AB e Hb-BB. Ao considerar cada raça separadamente, as matrizes Hb-AA SI apresentaram VG mais elevado (p<0,05), destacando que mesmo ao comparar ovinos de uma mesma raça, os animais com haplótipo Hb-AA mostraram desempenho superior. Cordeiros de haplótipo Hb-AA exibiram VG médio mais elevado (p<0,05) em comparação aos Hb AB e Hb-BB, que não diferiram entre si. O mesmo resultado foi encontrado em cordeiros SI ao analisar cada raça separadamente. Não foram observadas associações significativas entre os haplótipos da β-globina e os demais parâmetros fenotípicos. No entanto, dado que a anemia é o principal sinal clínico de hemoncose, os resultados encontrados reforçam que ovinos portadores do haplótipo Hb-AA da β globina são mais resilientes à hemoncose, contribuindo futuramente como uma ferramenta pioneira de melhoramento genético.The selection of sheep carrying the Hb-A allele of ovine β-globin could be a tool for controlling infections by Haemonchus contortus, a gastrointestinal nematode responsible for the disease haemonchosis, given that Hb-AA and Hb-AB animals synthesize juvenile β-globin, which has a higher affinity for oxygen under conditions of anemia or hypoxia. This study was conducted at Embrapa Pecuária Sudeste and aimed to relate the effect of different haplotypes of ovine β-globin (Hb-AA, Hb-AB, and Hb-BB) with phenotypes of resistance to H. contortus infection. Blood samples were collected from 180 ewes, including 61 White Dorper (DO), 60 Santa Inês (SI), and 59 Texel (TX), as well as 123 lambs, including 28 DO, 42 SI, and 53 TX, for subsequent DNA extraction and qPCR using hydrolysis probes for haplotype identification of βglobin. The different haplotypes were related to egg counts per gram of feces (EPG), packed cell volume (PCV), FAMACHA score, and body condition score in ewes and lambs, as well as weight gain in lambs. The genotypic frequencies of β-globin haplotypes for ewes and lambs were, respectively: 21.7% and 21.4% Hb-AA, 50% and 50% Hb-AB, and 28.3% and 28.6% Hb-BB in SI; 0% and 0% Hb-AA, 18.6% and 9.4% Hb-AB, and 81.4% and 90.6% Hb-BB in TX; and 0% and 0% Hb-AA, 13.1% and 0% Hb-AB, and 86.9% and 100% Hb-BB in DO. In ewes, the mean PCV differed (p<0.05) among the three haplotypes, with higher PCV in Hb-AA animals, followed by Hb-AB and Hb-BB. When considering each breed separately, Hb-AA SI ewes had higher PCV (p<0.05), highlighting that even within the same breed, animals with the Hb-AA haplotype showed superior performance. Hb-AA lambs exhibited higher mean PCV (p<0.05) compared to Hb-AB and Hb-BB, which did not differ from each other. The same result was found in SI lambs when analyzing each breed separately. No significant associations were observed between β-globin haplotypes and other phenotypic parameters. However, since anemia is the main clinical sign of haemonchosis, the results found reinforce that sheep with the Hb-AA β-globin haplotype are more resilient to haemonchosis, potentially contributing as a pioneering tool for genetic improvement in the future.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2022/00776-8Universidade Estadual Paulista (Unesp)Chagas, Ana Carolina SouzaEmbrapa Pecuária SudesteOkino, Cinta HiromiKapritchkoff, Rafaela Tami Ikeda2024-06-10T13:12:16Z2024-06-10T13:12:16Z2024-04-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisKAPRITCHKOFF, R. T. I. - Determinação da relação entre haplótipos da β-globina ovina e resiliência à infecção por haemonchus contortus nas raças santa inês, texel e white dorper - 2024, 61f - Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2024.https://hdl.handle.net/11449/255899porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-10T13:14:09Zoai:repositorio.unesp.br:11449/255899Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:24:54.738691Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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