Prevalência, caracterização molecular e potencial patogênico de isolados híbridos de Escherichia coli patogênica obtidos de infecções do trato urinário

• Autor(a) principal: Souza, Guilherme Frizzarin Ramalhães de [UNESP]
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/256626
• topic: Escherichia coli; Patotipos híbridos; Infecções do trato urinário; Virulência

Escherichia coli patogênica pode causar diversos tipos de infecção no hospedeiro humano. Os isolados de E. coli que causam infecções do trato urinário (ITUs) são denominados E. coli uropatogênica (UPEC), enquanto os isolados causadores de diarreia são denominados E. coli diarreiogênica (DEC). As DEC são classificados em seis patotipos, com base em seus fatores de virulência, sendo E. coli enteropatogênica (EPEC) e enteroagregativa (EAEC) as mais frequentemente detectadas no Brasil. Alguns isolados de E. coli podem albergar em seu genoma genes codificadores de fatores de virulência tanto de UPEC quanto da DEC, sendo, portanto, denominados híbridos UPEC/DEC. Neste trabalho, investigamos a frequência de marcadores DEC em 594 isolados de UPEC provenientes de ITUs ocorridas no município de Botucatu. Posteriormente, investigamos importantes características genotípicas e fenotípicas nesses isolados híbridos. Primeiramente, observou-se que 13 isolados (2,2%) foram classificados como híbridos (3 UPEC/EPEC e 10 UPEC/EAEC), sendo a maioria classificada nos filogrupos D (53,8%) e A (30,7%). Todos os isolados híbridos UPEC/EAEC, com exceção de um, albergavam o gene aggR, e os genes codificadores das fímbrias de aderência agregativa (AAF/I-V) mais frequentes foram agg3A (40%) e aggA (30%). Entre os genes codificadores de fatores de virulência de UPEC, observamos que fimH (92,35%), picU (84,6%), fyuA (76,9%), iutA (69,2%) e KpsMTII (61,5%) foram os mais frequentes entre esses híbridos, sendo os dois últimos detectados apenas em isolados de UPEC/EAEC. Apenas dois isolados híbridos foram resistentes ao antimicrobiano sulfametoxazol-trimetoprima e um foi produtor de betalactamases de espectro estendido (ESBL+). Em conclusão, mostramos que os híbridos UPEC/DEC são responsáveis pelas ITUs sintomáticas ocorridas no município de Botucatu e que a diversidade de genes codificadores de fatores de virulência detectados reforça a alta plasticidade genômica desses isolados híbridos