Efeito do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão na qualidade das águas superficiais na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Braido, Fernanda Loebel
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/252045
Resumo: No dia 25 de janeiro de 2019, a barragem B1 da mina Córrego do Feijão colapsou, formou uma enxurrada com cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeito, que contaminou o Rio Paraopeba, seus afluentes e causou a morte de 270 pessoas. Neste contexto, o objetivo deste estudo é avaliar os impactos ambientais negativos decorrentes da contaminação do Rio Paraopeba - MG. Para tal, foram analisados dados de monitoramento do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) sobre o monitoramento da qualidade das águas superficiais das bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais, que estão disponíveis online e de forma gratuita no portal InfoHidro. Foram coletados os dados de 09 (nove) estações de monitoramento, distribuídas ao longo de toda a bacia, incluindo duas estações a montante do local do rompimento, para controle dos dados. O intervalo de tempo selecionado foi de 2017 até 2022, e foram utilizadas duas amostragens por ano (períodos chuvosos e de secas). Os resultados apontaram concentrações de alumínio, arsênio, chumbo, ferro, fósforo, manganês, selênio e zinco acima dos valores de referência (VR) estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para corpos hídricos Classe 2, ao longo de toda a Bacia Hidrográfica. As contaminações por arsênio, chumbo e selênio foram originadas pelo desastre de Brumadinho, pois não foram identificadas concentrações relevantes destes elementos pré-rompimento. Os altos teores de alumínio, ferro, fósforo e manganês já eram observados antes de 2019, ou seja, a bacia já estava contaminada por estes elementos devido ao uso e ocupação da região, porém o desastre acentuou esta situação, e a partir de 2020 foram observadas concentrações até 60 vezes acima dos VR’s destes elementos. Todos os parâmetros abordados apresentaram tendência de queda na região do alto curso da bacia durante o intervalo de tempo analisado. Isto indica que as contaminações migraram para as regiões a jusante do curso do rio, o que espalhou e distribuiu estes elementos geograficamente. Esta migração pode atrapalhar nas medidas corretivas implementadas nas águas do Rio Paraopeba, pois será necessária uma área de atuação muito maior para atenuação destes contaminantes.
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Para tal, foram analisados dados de monitoramento do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) sobre o monitoramento da qualidade das águas superficiais das bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais, que estão disponíveis online e de forma gratuita no portal InfoHidro. Foram coletados os dados de 09 (nove) estações de monitoramento, distribuídas ao longo de toda a bacia, incluindo duas estações a montante do local do rompimento, para controle dos dados. O intervalo de tempo selecionado foi de 2017 até 2022, e foram utilizadas duas amostragens por ano (períodos chuvosos e de secas). Os resultados apontaram concentrações de alumínio, arsênio, chumbo, ferro, fósforo, manganês, selênio e zinco acima dos valores de referência (VR) estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 para corpos hídricos Classe 2, ao longo de toda a Bacia Hidrográfica. As contaminações por arsênio, chumbo e selênio foram originadas pelo desastre de Brumadinho, pois não foram identificadas concentrações relevantes destes elementos pré-rompimento. Os altos teores de alumínio, ferro, fósforo e manganês já eram observados antes de 2019, ou seja, a bacia já estava contaminada por estes elementos devido ao uso e ocupação da região, porém o desastre acentuou esta situação, e a partir de 2020 foram observadas concentrações até 60 vezes acima dos VR’s destes elementos. Todos os parâmetros abordados apresentaram tendência de queda na região do alto curso da bacia durante o intervalo de tempo analisado. Isto indica que as contaminações migraram para as regiões a jusante do curso do rio, o que espalhou e distribuiu estes elementos geograficamente. Esta migração pode atrapalhar nas medidas corretivas implementadas nas águas do Rio Paraopeba, pois será necessária uma área de atuação muito maior para atenuação destes contaminantes.On 25 January 2019, the B1 dam at the Córrego do Feijão mine collapsed, resulting in a torrent of around 12 million cubic metres of tailings, which contaminated the Paraopeba River, and caused the deaths of 270 individuals. This study aims to investigate the impacts of the disaster on the UPGRH SF3 - Paraopeba River Basin and analyse the progression of inorganic element contamination within the Paraopeba River. The data were obtained from the monitoring of surface water quality in the hydrographic basins of Minas Gerais, developed by the Minas Gerais Institute of Water Management (IGAM) and available online and free of charge in the InfoHidro portal. Nine (09) monitoring stations, were selected and dispersed throughout the basin, including two stations located in the amount of B1 dam, for data control. The study was based on a time interval from 2017 to 2022, with two samples per year (during wet and dry seasons). The results of the monitoring revealed concentrations of aluminium, arsenic, lead, iron, phosphorus, manganese and selenium above the reference values (RVs) set by CONAMA Resolution 357/2005 for water bodies classified as Class 2, across the SF3 basin. Contamination of arsenic, lead and selenium has emerged as a consequence of the Brumadinho disaster. These elements demonstrated no noticeable concentrations before the disaster. High levels of aluminium, iron, phosphorus, and manganese had already been detected prior to 2019, indicating contamination of the basin due to the human use and occupation of the region, however the tragedy increased the situation, with concentrations up to 60 times higher than the RVs of these elements being detected from 2020 onwards. All the parameters discussed showed a decreasing trend in the upper reaches of the basin during the time interval analysed. The data sugests that the contamination has migrated to the lower course of the river, which has spread and distributed these elements geographically. This migration could make the corrective measures dificult to implemented in the waters of the Paraopeba River, as a much larger area of action will be needed to mitigate these contaminants.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Garcia, Marcelo Loureiro [UNESP]Braido, Fernanda Loebel2023-12-15T19:10:02Z2023-12-15T19:10:02Z2023-11-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/11449/252045porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-23T07:13:11Zoai:repositorio.unesp.br:11449/252045Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:48:27.731463Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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