Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/100119 |
Resumo: | Sob perspectiva diacrônica, este trabalho tem como propósito resgatar a trajetória de mudança de usos de depois na história do português, com base em seus aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos. Fundamentada em descrição sincrônica de usos de depois no português atual (MARTELOTTA, 1996), nossa hipótese é a de que o continuum espaço > (tempo) > texto, que permite organizar os usos sincrônicos, é resultante de um percurso histórico de mudança categorial, desde o latim, com a seguinte configuração: advérbio espacial > advérbio temporal > locução prepositiva/conjuntiva ou conjunção temporal > operador argumentativo de valor aditivo. Esse percurso instancia-se por meio de um processo de gramaticalização, que, na sua acepção mais clássica, envolve rebaixamento de estatuto categorial de um elemento linguístico (HOPPER & TRAUGOTT, 1993), possível de ser apreendido em contextos linguísticos específicos. Assim, a expectativa é a de que usos de depois apreendidos nas diferentes sincronias permitem recompor sua trajetória de gramaticalização. Constitui ainda objetivo deste trabalho, correlacionar os usos de depois às funções ideacional, interpessoal e textual da linguagem (HALLIDAY, 1976, 1978). Metodologicamente, a investigação empírica toma por base dados diacrônicos provenientes de textos que integram a “Amostra diacrônica do Português” (LONGHIN-THOMAZI, 2004), disponível em <http://www.cdp.ibilce.unesp.br/>. Trata-se de um banco de textos informatizados, de gêneros textuais variados, representativos de oito séculos, a contar do século XIII. Os resultados alcançados revelam, ao longo da história do português, sete usos diferentes de depois: i) como Locativo, para localizar entidade em espaço posterior; ii) como Temporal Absoluto, para localizar precisamente o tempo posterior de um evento; iii) como Temporal Aproximativo, para localizar... |
id |
UNSP_6d7d4658c8c6c59a747b77c8d50e9795 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unesp.br:11449/100119 |
network_acronym_str |
UNSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNESP |
repository_id_str |
2946 |
spelling |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalizaçãoGrammaticalizationDiachronyArgumentative operatorAfterGramática comparada e geralLíngua portuguesa - GramáticaLíngua portuguesa - AdvérbioGramaticalizaçãoSob perspectiva diacrônica, este trabalho tem como propósito resgatar a trajetória de mudança de usos de depois na história do português, com base em seus aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos. Fundamentada em descrição sincrônica de usos de depois no português atual (MARTELOTTA, 1996), nossa hipótese é a de que o continuum espaço > (tempo) > texto, que permite organizar os usos sincrônicos, é resultante de um percurso histórico de mudança categorial, desde o latim, com a seguinte configuração: advérbio espacial > advérbio temporal > locução prepositiva/conjuntiva ou conjunção temporal > operador argumentativo de valor aditivo. Esse percurso instancia-se por meio de um processo de gramaticalização, que, na sua acepção mais clássica, envolve rebaixamento de estatuto categorial de um elemento linguístico (HOPPER & TRAUGOTT, 1993), possível de ser apreendido em contextos linguísticos específicos. Assim, a expectativa é a de que usos de depois apreendidos nas diferentes sincronias permitem recompor sua trajetória de gramaticalização. Constitui ainda objetivo deste trabalho, correlacionar os usos de depois às funções ideacional, interpessoal e textual da linguagem (HALLIDAY, 1976, 1978). Metodologicamente, a investigação empírica toma por base dados diacrônicos provenientes de textos que integram a “Amostra diacrônica do Português” (LONGHIN-THOMAZI, 2004), disponível em <http://www.cdp.ibilce.unesp.br/>. Trata-se de um banco de textos informatizados, de gêneros textuais variados, representativos de oito séculos, a contar do século XIII. Os resultados alcançados revelam, ao longo da história do português, sete usos diferentes de depois: i) como Locativo, para localizar entidade em espaço posterior; ii) como Temporal Absoluto, para localizar precisamente o tempo posterior de um evento; iii) como Temporal Aproximativo, para localizar...Under a diachronic perspective, this paperwork aims at emphasizing the change path in the use of the word after in the history of the Portuguese language, based on its syntactic, semantic and pragmatic aspects. Supported by a synchronous description of the uses of the word after in current Portuguese (MARTELOTTA, 1996), our hypothesis is that continnum space > (time) > text, which allows for the organization of the synchronous uses, and comes from a historical path of categorial change, beginning with Latin and represented by the following configuration: adverb of space > adverb of time > prepositional/conjunctive phrase or conjunction of time > additive value argumentative operator. This historical path happens by means of a grammaticalization process, which, in its most classic meaning, involves categorial status degradation of a linguistic element (HOPPER & TRAUGOTT, 1993), observable in specific linguistic contexts. Thus, there is an expectation that the uses of after apprehended from different synchronies allow for the recreation of its grammaticalization path. This paperwork also aims at correlating the uses of after to the ideational, interpersonal and textual language functions (HALLIDAY, 1976, 1978). Methodologically, the empirical investigation is supported by diachronic data originated from texts that comprise the “Diachronic Sample of the Portuguese Language” (LONGHIN-THOMAZI, 2004), available at <http://www.cdp.ibilce.unesp.br/>. The sample is a database of computerized texts from various genres and which are representative of eight centuries, starting from the thirteenth century. The results show seven different uses of the word after throughout the history of the Portuguese language: i) as a Locative element, in order to locate entities in subsequent space; ii) as an Absolute Temporal element, in order to precisely locate the subsequent time of a given event; iii)... (Complete abstract click electronic access below)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Gonçalves, Sebastião Carlos Leite [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Nogueira, Moema Guiduce [UNESP]2014-06-11T19:30:28Z2014-06-11T19:30:28Z2011-07-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis163 f. : il.application/pdfNOGUEIRA, Moema Guiduce. Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização. 2011. 163 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2011.http://hdl.handle.net/11449/100119000671190nogueira_mg_dr_sjrp.pdf33004153069P5Alephreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-11-26T06:11:38Zoai:repositorio.unesp.br:11449/100119Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:46:06.783700Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
title |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
spellingShingle |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização Nogueira, Moema Guiduce [UNESP] Grammaticalization Diachrony Argumentative operator After Gramática comparada e geral Língua portuguesa - Gramática Língua portuguesa - Advérbio Gramaticalização |
title_short |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
title_full |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
title_fullStr |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
title_full_unstemmed |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
title_sort |
Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização |
author |
Nogueira, Moema Guiduce [UNESP] |
author_facet |
Nogueira, Moema Guiduce [UNESP] |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Gonçalves, Sebastião Carlos Leite [UNESP] Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nogueira, Moema Guiduce [UNESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Grammaticalization Diachrony Argumentative operator After Gramática comparada e geral Língua portuguesa - Gramática Língua portuguesa - Advérbio Gramaticalização |
topic |
Grammaticalization Diachrony Argumentative operator After Gramática comparada e geral Língua portuguesa - Gramática Língua portuguesa - Advérbio Gramaticalização |
description |
Sob perspectiva diacrônica, este trabalho tem como propósito resgatar a trajetória de mudança de usos de depois na história do português, com base em seus aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos. Fundamentada em descrição sincrônica de usos de depois no português atual (MARTELOTTA, 1996), nossa hipótese é a de que o continuum espaço > (tempo) > texto, que permite organizar os usos sincrônicos, é resultante de um percurso histórico de mudança categorial, desde o latim, com a seguinte configuração: advérbio espacial > advérbio temporal > locução prepositiva/conjuntiva ou conjunção temporal > operador argumentativo de valor aditivo. Esse percurso instancia-se por meio de um processo de gramaticalização, que, na sua acepção mais clássica, envolve rebaixamento de estatuto categorial de um elemento linguístico (HOPPER & TRAUGOTT, 1993), possível de ser apreendido em contextos linguísticos específicos. Assim, a expectativa é a de que usos de depois apreendidos nas diferentes sincronias permitem recompor sua trajetória de gramaticalização. Constitui ainda objetivo deste trabalho, correlacionar os usos de depois às funções ideacional, interpessoal e textual da linguagem (HALLIDAY, 1976, 1978). Metodologicamente, a investigação empírica toma por base dados diacrônicos provenientes de textos que integram a “Amostra diacrônica do Português” (LONGHIN-THOMAZI, 2004), disponível em <http://www.cdp.ibilce.unesp.br/>. Trata-se de um banco de textos informatizados, de gêneros textuais variados, representativos de oito séculos, a contar do século XIII. Os resultados alcançados revelam, ao longo da história do português, sete usos diferentes de depois: i) como Locativo, para localizar entidade em espaço posterior; ii) como Temporal Absoluto, para localizar precisamente o tempo posterior de um evento; iii) como Temporal Aproximativo, para localizar... |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-07-28 2014-06-11T19:30:28Z 2014-06-11T19:30:28Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
NOGUEIRA, Moema Guiduce. Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização. 2011. 163 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2011. http://hdl.handle.net/11449/100119 000671190 nogueira_mg_dr_sjrp.pdf 33004153069P5 |
identifier_str_mv |
NOGUEIRA, Moema Guiduce. Pensando no depois: um estudo sob a perspectiva da gramaticalização. 2011. 163 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2011. 000671190 nogueira_mg_dr_sjrp.pdf 33004153069P5 |
url |
http://hdl.handle.net/11449/100119 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
163 f. : il. application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Aleph reponame:Repositório Institucional da UNESP instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNESP |
collection |
Repositório Institucional da UNESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808128976483254272 |