Vírus da língua azul em cervídeos neotropicais e bovídeos domésticos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/147992 |
Resumo: | Língua azul (LA) é uma doença viral infecciosa que afeta ruminantes domésticos e selvagens e é transmitida por mosquitos vetores do gênero Culicoides (Diptera: Ceratopogonidae). É de notificação obrigatória segundo lista da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Os sinais clínicos e lesões em casos agudos de infecção pelo vírus da língua azul (VLA) são sutis ou inexistentes; e quando presentes são muito semelhantes com outras enfermidades hemorrágicas, havendo a necessidade de técnicas laboratoriais complementares para o diagnóstico definitivo dessa enfermidade. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico da doença da língua azul nos cervídeos pertencentes ao Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE e nos ruminantes domésticos mantidos nas proximidades, utilizando técnicas sorológicas (ELISA competitivo em fase sólida e imunodifusão dupla em gel de ágar - IDGA) e moleculares (RT-qPCR), além da investigação da população de insetos hematófagos existentes no local. Para pesquisa do VLA e seus anticorpos foi utilizado sangue total e soro dos cervídeos brasileiros provenientes do criatório e dos outros ruminantes domésticos mantidos nas proximidades do criatório. Dos cervídeos que vieram a óbito também foram colhidos fragmentos de órgãos para diagnóstico molecular. Pela técnica de IDGA apresentaram anticorpos anti-vírus da LA: 47,43% (37/78) dos cervídeos, 90,9% (120/132) dos bovinos, 55,49% (96/173) dos ovinos e 19,56% (9/46) dos caprinos. Pelo ELISA competitivo em fase sólida foram reagentes: 38,46% (30/78) dos cervídeos, 93,18% (123/132) dos bovinos, 60,69% (105/173) dos ovinos e 23,91% (11/46) dos caprinos. Pela técnica de RT-qPCR realizada a partir do concentrado de hemácias dos animais foram positivos: 10,14% (7/69) dos cervídeos, 0,75% (1/132) dos bovinos, 10,65% (18/169) dos ovinos e 9,09% (4/44) dos caprinos. Dos 46 cervídeos que vieram a óbito foi realizado também RT-qPCR de órgãos e 8,69% dos animais (4/46) foram positivos para VLA. Entre 2015 e 2016 foram capturados em armadilhas luminosas insetos hematófagos da família Ceratopogonidae, Psychodidae e Simuliidae, sendo negativos para vírus da LA por RT-qPCR. Quanto aos sorotipos circulantes na região, acometendo os animais, sua identificação ainda está sendo conduzida. Conclui-se que o VLA ocorre na região do município de Jaboticabal, uma vez que os animais estudados apresentaram alta soroprevalência e também foi possível detectar o VLA, tanto em ruminantes domésticos e selvagens saudáveis, quanto em cervídeos que vieram a óbito. Foi possível identificar a presença de mosquitos da família Ceratopogonidae, família a qual pertence o Culicoides, que é conhecidamente o vetor da LA. |
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Vírus da língua azul em cervídeos neotropicais e bovídeos domésticosBluetongue virus in neotropical cervids and in domestic bovidesDiagnósticoDipteraDoença hemorrágicaLíngua azulRuminantes brasileirosBluetongueBrazilian ruminantsDiagnosticHemorrhagic diseaseLíngua azul (LA) é uma doença viral infecciosa que afeta ruminantes domésticos e selvagens e é transmitida por mosquitos vetores do gênero Culicoides (Diptera: Ceratopogonidae). É de notificação obrigatória segundo lista da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Os sinais clínicos e lesões em casos agudos de infecção pelo vírus da língua azul (VLA) são sutis ou inexistentes; e quando presentes são muito semelhantes com outras enfermidades hemorrágicas, havendo a necessidade de técnicas laboratoriais complementares para o diagnóstico definitivo dessa enfermidade. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico da doença da língua azul nos cervídeos pertencentes ao Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE e nos ruminantes domésticos mantidos nas proximidades, utilizando técnicas sorológicas (ELISA competitivo em fase sólida e imunodifusão dupla em gel de ágar - IDGA) e moleculares (RT-qPCR), além da investigação da população de insetos hematófagos existentes no local. Para pesquisa do VLA e seus anticorpos foi utilizado sangue total e soro dos cervídeos brasileiros provenientes do criatório e dos outros ruminantes domésticos mantidos nas proximidades do criatório. Dos cervídeos que vieram a óbito também foram colhidos fragmentos de órgãos para diagnóstico molecular. Pela técnica de IDGA apresentaram anticorpos anti-vírus da LA: 47,43% (37/78) dos cervídeos, 90,9% (120/132) dos bovinos, 55,49% (96/173) dos ovinos e 19,56% (9/46) dos caprinos. Pelo ELISA competitivo em fase sólida foram reagentes: 38,46% (30/78) dos cervídeos, 93,18% (123/132) dos bovinos, 60,69% (105/173) dos ovinos e 23,91% (11/46) dos caprinos. Pela técnica de RT-qPCR realizada a partir do concentrado de hemácias dos animais foram positivos: 10,14% (7/69) dos cervídeos, 0,75% (1/132) dos bovinos, 10,65% (18/169) dos ovinos e 9,09% (4/44) dos caprinos. Dos 46 cervídeos que vieram a óbito foi realizado também RT-qPCR de órgãos e 8,69% dos animais (4/46) foram positivos para VLA. Entre 2015 e 2016 foram capturados em armadilhas luminosas insetos hematófagos da família Ceratopogonidae, Psychodidae e Simuliidae, sendo negativos para vírus da LA por RT-qPCR. Quanto aos sorotipos circulantes na região, acometendo os animais, sua identificação ainda está sendo conduzida. Conclui-se que o VLA ocorre na região do município de Jaboticabal, uma vez que os animais estudados apresentaram alta soroprevalência e também foi possível detectar o VLA, tanto em ruminantes domésticos e selvagens saudáveis, quanto em cervídeos que vieram a óbito. Foi possível identificar a presença de mosquitos da família Ceratopogonidae, família a qual pertence o Culicoides, que é conhecidamente o vetor da LA.Bluetongue (BT) is an infectious viral disease that affects domestic and wild ruminants, transmitted by vectors, mosquitoes of the genus Culicoides (Diptera: Ceratopogonidae). The notification is mandatory according to the list of the OIE (World Organisation of Animal Health) and the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply of Brazilian Government. Clinical signs and lesions in acute cases of infection are often subtle or nonexistent; and when present are very similar with others hemorrhagic diseases, it is necessary to use complementary techniques for the definitive diagnosis of the disease. This study aimed to perform an epidemiological study of BT disease in captive cervids using serological (solid phase competitive ELISA and double agar gel imunodifusion - AGID) and molecular techniques (RT-qPCR), in addition to the investigation of the population of hematophagous insects in the area. To investigate the Bluetongue virus (BTV) and their antibodies, whole blood and serum from Brazilian captive cervids and domestic ruminants located nearby were used. From cervids that died, fragments of organs were collected for molecular diagnosis. Using the AGID technique performed, the animals presented anti-BTV antibodies: 47.43% (37/78) of cervids, 90.9% (120/132) of cattle, 55.49% (96/173) of sheep and 19.56% (9/46) of goats. By the solid phase competitive ELISA were reagents: 38.46% (30/78) of cervids, 93.18% (123/132) of cattle, 60.69% (105/173) of sheep and 23.91% (11/46) of goats. Using RT-qPCR from the whole blood the positive results were: 10.14% (7/69) of cervids, 0.75% (1/132) of cattle, 10.65% (18/169) of sheep and 9.09% (4/44) of goats. From the 46 deer that died, RT-qPCR was also performed and 8.69% (4/46) animals were positive for BTV. Between 2015 and 2016, bloodsucking insects of the family Ceratopogonidae, Psychodidae and Simuliidae were trapped in luminous traps, being negative for BTV by RT-qPCR. The identification of circulating serotypes in the region that affects these animals is still being conducted. It is concluded that the VLA occurs in the region of Jaboticabal county, since the animals studied showed high seroprevalence and it was also possible to detect the VLA in healthy domestic and wild ruminants and in cervids that died. It was possible to identify the presence of mosquitoes of the Ceratopogonidae family, which belongs to Culicoides, which is known as the vector of BT.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2015/22851-8CNPq: 140626/2013-1Universidade Estadual Paulista (Unesp)Wether, Karin [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Kawanami, Aline Eyko [UNESP]2017-01-12T18:53:10Z2017-01-12T18:53:10Z2016-12-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14799200087827233004102072P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T18:42:24Zoai:repositorio.unesp.br:11449/147992Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:50:33.033608Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Língua azul (LA) é uma doença viral infecciosa que afeta ruminantes domésticos e selvagens e é transmitida por mosquitos vetores do gênero Culicoides (Diptera: Ceratopogonidae). É de notificação obrigatória segundo lista da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Os sinais clínicos e lesões em casos agudos de infecção pelo vírus da língua azul (VLA) são sutis ou inexistentes; e quando presentes são muito semelhantes com outras enfermidades hemorrágicas, havendo a necessidade de técnicas laboratoriais complementares para o diagnóstico definitivo dessa enfermidade. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico da doença da língua azul nos cervídeos pertencentes ao Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE e nos ruminantes domésticos mantidos nas proximidades, utilizando técnicas sorológicas (ELISA competitivo em fase sólida e imunodifusão dupla em gel de ágar - IDGA) e moleculares (RT-qPCR), além da investigação da população de insetos hematófagos existentes no local. Para pesquisa do VLA e seus anticorpos foi utilizado sangue total e soro dos cervídeos brasileiros provenientes do criatório e dos outros ruminantes domésticos mantidos nas proximidades do criatório. Dos cervídeos que vieram a óbito também foram colhidos fragmentos de órgãos para diagnóstico molecular. Pela técnica de IDGA apresentaram anticorpos anti-vírus da LA: 47,43% (37/78) dos cervídeos, 90,9% (120/132) dos bovinos, 55,49% (96/173) dos ovinos e 19,56% (9/46) dos caprinos. Pelo ELISA competitivo em fase sólida foram reagentes: 38,46% (30/78) dos cervídeos, 93,18% (123/132) dos bovinos, 60,69% (105/173) dos ovinos e 23,91% (11/46) dos caprinos. Pela técnica de RT-qPCR realizada a partir do concentrado de hemácias dos animais foram positivos: 10,14% (7/69) dos cervídeos, 0,75% (1/132) dos bovinos, 10,65% (18/169) dos ovinos e 9,09% (4/44) dos caprinos. Dos 46 cervídeos que vieram a óbito foi realizado também RT-qPCR de órgãos e 8,69% dos animais (4/46) foram positivos para VLA. Entre 2015 e 2016 foram capturados em armadilhas luminosas insetos hematófagos da família Ceratopogonidae, Psychodidae e Simuliidae, sendo negativos para vírus da LA por RT-qPCR. Quanto aos sorotipos circulantes na região, acometendo os animais, sua identificação ainda está sendo conduzida. Conclui-se que o VLA ocorre na região do município de Jaboticabal, uma vez que os animais estudados apresentaram alta soroprevalência e também foi possível detectar o VLA, tanto em ruminantes domésticos e selvagens saudáveis, quanto em cervídeos que vieram a óbito. Foi possível identificar a presença de mosquitos da família Ceratopogonidae, família a qual pertence o Culicoides, que é conhecidamente o vetor da LA. |
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