Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zaparoli, Fabiana Cristina Meira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/255872
Resumo: O Pantanal Mato-Grossense possui uma paisagem composta por um mosaico de feições geomorfológicas modeladas pela dinâmica fluvial. Este trabalho teve como finalidade analisar a evolução geomorfológica da planície do rio Cuiabá, situada no Norte do Pantanal Mato-Grossense. Para compreender a evolução geomorfológica da planície do rio Cuiabá, foi necessário: mapear os compartimentos de acordo com zonas homogêneas; estabelecer a geocronologia dos depósitos aluviais; verificar a influências de mudanças paleoclimáticas na paisagem; verificar a resposta do desenvolvimento de solos em relação às mudanças climáticas; verificar os padrões de canal desenvolvidos na área; verificar a influência da tectônica existente na área; e ponderar os fatores capazes de condicionar o desenvolvimento das feições geomorfológicas. Para isso foram interpretadas imagens de sensoriamento remoto, realizados levantamentos de campo com descrição morfológica de solos e sedimentos, análises da hidrodinâmica fluvial, datações por LOE e 14C, análise de isótopos estáveis (δ13C), análises granulométricas e químicas. Foram identificados sete compartimentos geomorfológicos: 1) Cinturão de Meandros Cuiabá Antigo; 2) Cinturão de Meandros Cuiabá Moderno; 3) Planície I; 4) Planície II; 5) Planície III; 6) Planície IV; 7) Planície Indiferenciada. Os depósitos da planície do rio Cuiabá são todos holocênicos. Inicialmente o rio Cuiabá possuía padrão de canal meandrante em toda a extensão da planície confinada, percorrendo o que é hoje um canal secundário no segmento médio (rio Piraim). Entretanto avulsões e migrações para na direção N-S, iniciadas em torno de 8.700 anos AP, impregnaram as planícies de paleocanais, muitos deles interconectados. Entre 5.500 e 4.300 anos AP, durante um longo período de estabilidade na paisagem, desenvolveram-se solos em grandes extensões, nos quais, posteriormente, formou-se uma camada litoplíntica por grandes extensões, indicando rebaixamento do lençol freático. Valores de isótopos de carbono (δ13C) indicaram vegetação arbórea entre 5.500 e 4.300 anos AP e, gramíneas entre 4.300 e 2.250 AP. Entretanto, os registros de avulsões e abandono do paleocanal do rio Cuiabá tiveram início por volta de 8.710 anos AP. Assim recorreu-se a evidências de tectônica para a área, na qual registros de sismos apontam para instabilidade nessa região, falhas já mapeadas coincidem com a localização da planície confinada. A camada litoplíntica localizada no segmento anabranching apresenta-se fraturada. Essas constatações levam à hipótese de um movimento tectônico com possível reativação de blocos. A dinâmica fluvial no trecho anabranching apresenta: diminuição na sinuosidade em relação ao segmento à montante; menor declividade longitudinal; o stream power específico aumenta conforme o rio se subdivide em múltiplos canais e dificuldade de ajuste da razão w/d dos canais no trecho onde se desenvolve a camada litoplíntica.
id UNSP_71f14e2474653a94bc3dd54116736419
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/255872
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-GrossenseGeomorphological evolution of the Cuiabá River plain, Pantanal Mato-GrossensePantanal Mato-GrossenseGeomorfologiaMudanças climáticasPaleossolosHolocenoMato Grosso PantanalGeomorphologyEnvironmental climate changePaleosoilsHoloceneO Pantanal Mato-Grossense possui uma paisagem composta por um mosaico de feições geomorfológicas modeladas pela dinâmica fluvial. Este trabalho teve como finalidade analisar a evolução geomorfológica da planície do rio Cuiabá, situada no Norte do Pantanal Mato-Grossense. Para compreender a evolução geomorfológica da planície do rio Cuiabá, foi necessário: mapear os compartimentos de acordo com zonas homogêneas; estabelecer a geocronologia dos depósitos aluviais; verificar a influências de mudanças paleoclimáticas na paisagem; verificar a resposta do desenvolvimento de solos em relação às mudanças climáticas; verificar os padrões de canal desenvolvidos na área; verificar a influência da tectônica existente na área; e ponderar os fatores capazes de condicionar o desenvolvimento das feições geomorfológicas. Para isso foram interpretadas imagens de sensoriamento remoto, realizados levantamentos de campo com descrição morfológica de solos e sedimentos, análises da hidrodinâmica fluvial, datações por LOE e 14C, análise de isótopos estáveis (δ13C), análises granulométricas e químicas. Foram identificados sete compartimentos geomorfológicos: 1) Cinturão de Meandros Cuiabá Antigo; 2) Cinturão de Meandros Cuiabá Moderno; 3) Planície I; 4) Planície II; 5) Planície III; 6) Planície IV; 7) Planície Indiferenciada. Os depósitos da planície do rio Cuiabá são todos holocênicos. Inicialmente o rio Cuiabá possuía padrão de canal meandrante em toda a extensão da planície confinada, percorrendo o que é hoje um canal secundário no segmento médio (rio Piraim). Entretanto avulsões e migrações para na direção N-S, iniciadas em torno de 8.700 anos AP, impregnaram as planícies de paleocanais, muitos deles interconectados. Entre 5.500 e 4.300 anos AP, durante um longo período de estabilidade na paisagem, desenvolveram-se solos em grandes extensões, nos quais, posteriormente, formou-se uma camada litoplíntica por grandes extensões, indicando rebaixamento do lençol freático. Valores de isótopos de carbono (δ13C) indicaram vegetação arbórea entre 5.500 e 4.300 anos AP e, gramíneas entre 4.300 e 2.250 AP. Entretanto, os registros de avulsões e abandono do paleocanal do rio Cuiabá tiveram início por volta de 8.710 anos AP. Assim recorreu-se a evidências de tectônica para a área, na qual registros de sismos apontam para instabilidade nessa região, falhas já mapeadas coincidem com a localização da planície confinada. A camada litoplíntica localizada no segmento anabranching apresenta-se fraturada. Essas constatações levam à hipótese de um movimento tectônico com possível reativação de blocos. A dinâmica fluvial no trecho anabranching apresenta: diminuição na sinuosidade em relação ao segmento à montante; menor declividade longitudinal; o stream power específico aumenta conforme o rio se subdivide em múltiplos canais e dificuldade de ajuste da razão w/d dos canais no trecho onde se desenvolve a camada litoplíntica.The Pantanal has a landscape composed of a mosiaco of geomorphological features modeled by fluvial dynamics. Thus, this work had the aim to analyze the geomorphological evolution of the Cuiabá River alluvial plain, located in northern Mato Grosso Pantanal. To understand the geomorphological evolution of the Cuiabá River alluvial plain, it was necessary: to map the compartments according to homogeneous regions; establish the geochronology of alluvial deposits; check the influence of paleoclimatic changes in the landscape; check the soil for the development of response in relation to climate change; checking the channel patterns developed in the area; verify the influence of tectonic existing in the region; and consider the factors that may influence the development of geomorphological features. Were interpreted remote sensing images, field surveys carried out with morphological description of soils and sediments, analysis of river hydrodynamics, dating for LOE and 14C (AMS), analysis of stable isotopes (δ13C), particle size and chemical analysis. Seven geomorphological compartments have been identified: 1) Ancient Meanders Belt; 2) Modern Meanders Belt; 3) Plain I; 4) Plain II; 5) Plain III; 6) Plain IV; 7) Undifferentiated Plain. River Cuiabá alluvial plain deposits are all Holocene. Initially the Cuiaba river had meandering channel pattern to the fullest extent of the contained plain, covering what is now a secondary channel in the middle segment (Piraim river). However avulsions and migrations in the North-South direction, which began around 8,700 years BP, produced an abundance of paleochannels of in floodplain, many of them bring. Between 5500 and 4300 years BP, over a long period of stability in the landscape, soils have developed over large areas, in which subsequently formed a litoplinthite layer for large regions, indicating lowering of the water table. Carbon isotope values (δ13C) indicated woody vegetation between 5500 and 4300 years BP and grasses between 4,300 and 2,250 BP. However, records of avulsions and abandonment of paleochannel River Cuiabá began around 8710 years BP. So we used the evidence of tectonics to the area where earthquakes records point to instability in the region, already mapped faults coincide with the location of the contained alluvial plain. The litoplinthite layer located in anabranching segment, is fractured. These findings lead to the hypothesis of a tectonic movement with possible reactivation blocks. The fluvial dynamics in anabranching section presents: decreased sinuosity in relation to the segment upstream; lower longitudinal slope; the specific stream power increases as the river is divided into multiple channels and reason difficulty setting w / d of channels in the stretch where develops litoplinthite layer.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Stevaux, José CândidoTorrado, Pablo VidalZaparoli, Fabiana Cristina Meira2024-06-06T16:49:44Z2024-06-06T16:49:44Z2015-04-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/11449/255872porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-07T06:46:37Zoai:repositorio.unesp.br:11449/255872Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-06-07T06:46:37Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
Geomorphological evolution of the Cuiabá River plain, Pantanal Mato-Grossense
title Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
spellingShingle Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
Zaparoli, Fabiana Cristina Meira
Pantanal Mato-Grossense
Geomorfologia
Mudanças climáticas
Paleossolos
Holoceno
Mato Grosso Pantanal
Geomorphology
Environmental climate change
Paleosoils
Holocene
title_short Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
title_full Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
title_fullStr Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
title_full_unstemmed Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
title_sort Evolução geomorfológica da planície do Rio Cuiabá, Pantanal Mato-Grossense
author Zaparoli, Fabiana Cristina Meira
author_facet Zaparoli, Fabiana Cristina Meira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Stevaux, José Cândido
Torrado, Pablo Vidal
dc.contributor.author.fl_str_mv Zaparoli, Fabiana Cristina Meira
dc.subject.por.fl_str_mv Pantanal Mato-Grossense
Geomorfologia
Mudanças climáticas
Paleossolos
Holoceno
Mato Grosso Pantanal
Geomorphology
Environmental climate change
Paleosoils
Holocene
topic Pantanal Mato-Grossense
Geomorfologia
Mudanças climáticas
Paleossolos
Holoceno
Mato Grosso Pantanal
Geomorphology
Environmental climate change
Paleosoils
Holocene
description O Pantanal Mato-Grossense possui uma paisagem composta por um mosaico de feições geomorfológicas modeladas pela dinâmica fluvial. Este trabalho teve como finalidade analisar a evolução geomorfológica da planície do rio Cuiabá, situada no Norte do Pantanal Mato-Grossense. Para compreender a evolução geomorfológica da planície do rio Cuiabá, foi necessário: mapear os compartimentos de acordo com zonas homogêneas; estabelecer a geocronologia dos depósitos aluviais; verificar a influências de mudanças paleoclimáticas na paisagem; verificar a resposta do desenvolvimento de solos em relação às mudanças climáticas; verificar os padrões de canal desenvolvidos na área; verificar a influência da tectônica existente na área; e ponderar os fatores capazes de condicionar o desenvolvimento das feições geomorfológicas. Para isso foram interpretadas imagens de sensoriamento remoto, realizados levantamentos de campo com descrição morfológica de solos e sedimentos, análises da hidrodinâmica fluvial, datações por LOE e 14C, análise de isótopos estáveis (δ13C), análises granulométricas e químicas. Foram identificados sete compartimentos geomorfológicos: 1) Cinturão de Meandros Cuiabá Antigo; 2) Cinturão de Meandros Cuiabá Moderno; 3) Planície I; 4) Planície II; 5) Planície III; 6) Planície IV; 7) Planície Indiferenciada. Os depósitos da planície do rio Cuiabá são todos holocênicos. Inicialmente o rio Cuiabá possuía padrão de canal meandrante em toda a extensão da planície confinada, percorrendo o que é hoje um canal secundário no segmento médio (rio Piraim). Entretanto avulsões e migrações para na direção N-S, iniciadas em torno de 8.700 anos AP, impregnaram as planícies de paleocanais, muitos deles interconectados. Entre 5.500 e 4.300 anos AP, durante um longo período de estabilidade na paisagem, desenvolveram-se solos em grandes extensões, nos quais, posteriormente, formou-se uma camada litoplíntica por grandes extensões, indicando rebaixamento do lençol freático. Valores de isótopos de carbono (δ13C) indicaram vegetação arbórea entre 5.500 e 4.300 anos AP e, gramíneas entre 4.300 e 2.250 AP. Entretanto, os registros de avulsões e abandono do paleocanal do rio Cuiabá tiveram início por volta de 8.710 anos AP. Assim recorreu-se a evidências de tectônica para a área, na qual registros de sismos apontam para instabilidade nessa região, falhas já mapeadas coincidem com a localização da planície confinada. A camada litoplíntica localizada no segmento anabranching apresenta-se fraturada. Essas constatações levam à hipótese de um movimento tectônico com possível reativação de blocos. A dinâmica fluvial no trecho anabranching apresenta: diminuição na sinuosidade em relação ao segmento à montante; menor declividade longitudinal; o stream power específico aumenta conforme o rio se subdivide em múltiplos canais e dificuldade de ajuste da razão w/d dos canais no trecho onde se desenvolve a camada litoplíntica.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-04-10
2024-06-06T16:49:44Z
2024-06-06T16:49:44Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/11449/255872
url https://hdl.handle.net/11449/255872
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803650256873717760