O caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Brachyura, Ocypodidae), como espécie bioindicadora do estado de conservação de manguezais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Caroline Araújo de [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/146713
Resumo: Atividades antrópicas geram uma quantidade significativa de poluentes que são lançados no ambiente, muitas vezes ocasionando distúrbios ecológicos e possíveis alterações biológicas em vários níveis: molecular, celular, tecidual, individual, populacional e de comunidade. Entre os xenobiontes presentes nos ecossistemas aquáticos, inúmeros compostos químicos e orgânicos possuem potencial oxidativo, danificando membranas e aumentando os efeitos subletais. Desta forma, as quantificações dos danos celulares e defesas antioxidantes podem ser usadas como biomarcadores de contaminação. Foram coletados espécimes machos de U. cordatus em intermuda, em seis áreas de manguezal do litoral do Estado de São Paulo, com diferentes panoramas de contaminação, a fim de investigar possíveis diferenças sazonais, considerando duas épocas do ano verão (chuvosa) e inverno (estiagem). Inicialmente foi investigada a citogenotoxicidade dos espécimes, com registro das maiores médias de frequência de células micronucleadas (MN‰) nos manguezais de Cubatão e São Vicente, coincidindo ao menor tempo de retenção do vermelho neutro (NRRT, em minutos), indicando sua alta interação com processos degenerativos, causados pelo contato com substâncias tóxicas. O inverso ocorreu nos manguezais de Cananéia e Juréia, considerados prístinos na avaliação dos dois biomarcadores. Os valores para NRRT demonstraram alterações sazonais, indicando uma maior sensibilidade desse marcador citotóxico em relação ao genotóxico. Os animais foram submetidos à biometria para detecção de possíveis alterações na relação do peso (em gramas, com balança de precisão) pela largura da carapaça (em milímetros, usando um paquímetro de precisão). O fator de condição para todas as áreas, independente do período amostral (chuvoso – verão; e seco – inverno), não apresentou diferenças significativas (p<0,05), enquanto no inverno ocorreram as maiores médias. Realizaram-se, também, as técninas de metalotioneínas – MT e lipoperoxidação – LPO, em três tecidos: BA, brânquia anterior (respiratória); BP, brânquia posterior (osmorregulatória); e HP, hepatopâncreas (detoxificação). A concentração de metalotioneína foi mais elevada no verão, sempre obedecendo a ordem decrescente nos tecidos (HP > BP > BA), tendo se destacado na Juréia, em que se esperavam valores inferiores. Já para a lipoperoxidação as médias foram mais pronunciadas no inverno, com o hepatopâncreas detendo as maiores médias, com destaque a Juréia e Cananéia do restante das áreas. Estes dois biomarcadores fisiológicos foram sensíveis às alterações sazonais. Sob uma análise multivariada, concluímos que seria adequado o uso deste conjunto de biomarcadores durante a estiagem (inverno), em que outras influências biológicas são diminuídas, como é o caso da reprodução de Ucides cordatus, registrada sazonalmente mas para o verão. Além disso, foi constatado que todos os biomarcadores mostrarm sensibilidade à poluição de cada uma das áreas amostrais, com destaque a NRRT e MT como os mais sensíveis à sazonalidade. O fator de condição foi descartado como biomarcador de efeito, pois seus resultados foram pouco explicativos para a contaminação local. Adicionalmente, foi realizado um experimento térmico, compreendendo teste agudo (horas) e crônico (dias), com manutenção de espécimes de U. cordatus sob elevada média térmica (30±1ºC), visando avaliar as respostas fisiológicas frente a esta fonte de estresse. As células dos animais estudados apresentaram decréscimo do tempo de estabilidade da membrana lisossômica, pelo teste do vermelho neutro (NRRT), porém sem registro de diferenças expressivas quanto aos níveis de lipoperoxidação no hepatopâncreas e brânquias. Os dados sobre os danos subletais apresentados confirmam o caranguejo-uçá (U. cordatus) como espécie bioindicadora do estado de contaminação de áreas de manguezal do Atlântico Ocidental, podendo ser utilizadas em pacote tecnológico de monitoramento ambiental que está sendo refinado pelo Grupo de Pesquisa em Biologia de Crustáceos (CRUSTA), da UNESP IB/CLP. Os resultados obtidos evidenciam a necessidade de uma maior atenção do poder público sobre a contaminação de importantes ecossistemas costeiros, como os manguezais, que pela ação sinérgica de xenobióticos na biota pode ter prejudicado seus serviços ecossistêmicos.
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Foram coletados espécimes machos de U. cordatus em intermuda, em seis áreas de manguezal do litoral do Estado de São Paulo, com diferentes panoramas de contaminação, a fim de investigar possíveis diferenças sazonais, considerando duas épocas do ano verão (chuvosa) e inverno (estiagem). Inicialmente foi investigada a citogenotoxicidade dos espécimes, com registro das maiores médias de frequência de células micronucleadas (MN‰) nos manguezais de Cubatão e São Vicente, coincidindo ao menor tempo de retenção do vermelho neutro (NRRT, em minutos), indicando sua alta interação com processos degenerativos, causados pelo contato com substâncias tóxicas. O inverso ocorreu nos manguezais de Cananéia e Juréia, considerados prístinos na avaliação dos dois biomarcadores. Os valores para NRRT demonstraram alterações sazonais, indicando uma maior sensibilidade desse marcador citotóxico em relação ao genotóxico. Os animais foram submetidos à biometria para detecção de possíveis alterações na relação do peso (em gramas, com balança de precisão) pela largura da carapaça (em milímetros, usando um paquímetro de precisão). O fator de condição para todas as áreas, independente do período amostral (chuvoso – verão; e seco – inverno), não apresentou diferenças significativas (p<0,05), enquanto no inverno ocorreram as maiores médias. Realizaram-se, também, as técninas de metalotioneínas – MT e lipoperoxidação – LPO, em três tecidos: BA, brânquia anterior (respiratória); BP, brânquia posterior (osmorregulatória); e HP, hepatopâncreas (detoxificação). A concentração de metalotioneína foi mais elevada no verão, sempre obedecendo a ordem decrescente nos tecidos (HP > BP > BA), tendo se destacado na Juréia, em que se esperavam valores inferiores. Já para a lipoperoxidação as médias foram mais pronunciadas no inverno, com o hepatopâncreas detendo as maiores médias, com destaque a Juréia e Cananéia do restante das áreas. Estes dois biomarcadores fisiológicos foram sensíveis às alterações sazonais. Sob uma análise multivariada, concluímos que seria adequado o uso deste conjunto de biomarcadores durante a estiagem (inverno), em que outras influências biológicas são diminuídas, como é o caso da reprodução de Ucides cordatus, registrada sazonalmente mas para o verão. Além disso, foi constatado que todos os biomarcadores mostrarm sensibilidade à poluição de cada uma das áreas amostrais, com destaque a NRRT e MT como os mais sensíveis à sazonalidade. O fator de condição foi descartado como biomarcador de efeito, pois seus resultados foram pouco explicativos para a contaminação local. Adicionalmente, foi realizado um experimento térmico, compreendendo teste agudo (horas) e crônico (dias), com manutenção de espécimes de U. cordatus sob elevada média térmica (30±1ºC), visando avaliar as respostas fisiológicas frente a esta fonte de estresse. As células dos animais estudados apresentaram decréscimo do tempo de estabilidade da membrana lisossômica, pelo teste do vermelho neutro (NRRT), porém sem registro de diferenças expressivas quanto aos níveis de lipoperoxidação no hepatopâncreas e brânquias. Os dados sobre os danos subletais apresentados confirmam o caranguejo-uçá (U. cordatus) como espécie bioindicadora do estado de contaminação de áreas de manguezal do Atlântico Ocidental, podendo ser utilizadas em pacote tecnológico de monitoramento ambiental que está sendo refinado pelo Grupo de Pesquisa em Biologia de Crustáceos (CRUSTA), da UNESP IB/CLP. Os resultados obtidos evidenciam a necessidade de uma maior atenção do poder público sobre a contaminação de importantes ecossistemas costeiros, como os manguezais, que pela ação sinérgica de xenobióticos na biota pode ter prejudicado seus serviços ecossistêmicos.Anthropic activities generate a significant amount of pollutants that are released into the environment, often causing ecological disturbances and possible biological changes at molecular, cellular, tissue, individual, population and community levels. Among xenobiotics in aquatic ecosystems, many chemical and organic compounds have oxidative potential, damaging membranes and increasing sublethal effects. Therefore, cell damage and antioxidant defenses measurements can be used as contamination biomarkers. U. cordatus intermolt male specimens were collected in six mangrove areas on the coast of the state of São Paulo, all in different contamination scenarios, in order to investigate possible seasonal differences, considering two weather seasons: summer (rainy) and winter (dry). Initially we investigated specimens’ cytogenotoxicity, registering the highest average of micronucleated cells frequency (MN ‰)in the mangrove of Cubatão and São Vicente, matching the lowest neutral red retention time (NRRT, in minutes), indicating its high interaction with degenerative processes caused by the contact with xenobiotics. The opposite occurred in the mangroves of Cananéia and Juréia, considered pristine by the two biomarkers. NRRT values showed seasonal changes indicating a greater sensitivity of the cytotoxic marker in relation to the genotoxic one. Animals were submitted to biometrics to detect possible changes in weight (in grams, using a precision scale) through carapace width (in millimeters, using a precision caliper). The condition factor for all areas, regardless of the sampled period (rainy - summer, and dry - winter), did not show significant differences (p<0.05), while in winter occurred the highest averages. There were also physiological tests (metallothionein - MT and lipid peroxidation - LPO) in three tissues: AG, anterior gill (respiratory); PG, posterior gill (osmoregulatory); and HP, hepatopancreas (detoxification). The concentration of metallothionein was higher in the summer, always following the descending order of the tissues (HP> PG> AG), especially in Juréia, in which lower values were expected. As for the lipid peroxidation, means were more pronounced in winter, with the hepatopancreas having the highest averages, especially in Juréia and Cananéia. These two physiological biomarkers were sensitive to seasonal changes. On a multivariate analysis, we concluded that it would be appropriate to use this set of biomarkers during the dry season (winter), in which other biological influences are diminished, such as Ucides cordatus reproduction, recorded seasonally, but in summer. Furthermore, it was found that all biomarkers shown sensitivity to pollution in each of the sampled areas, especially NRRT and MT as the most sensitive to seasonality. The condition factor was dismissed as an effect biomarker because its results did not explain the local contamination. Additionally, a thermal experiment was conducted, including acute (hours) and chronic (days) tests, maintaining U. cordatus specimens under high thermal average (30 ± 1°C), aiming to evaluate the physiological responses to this stress source. Studied animals’ cells showed a decrease in stability time of the lysosomal membrane by neutral red test (NRRT), but no significant difference records in lipid peroxidation levels in hepatopancreas and gills. Sublethal damage data presented confirm uçá-crab (U. cordatus) as a bioindicator species for mangrove areas’ contamination status on the Western Atlantic, being able to be used in the environmental monitoring technological package being refined by the Research Group on Crustaceans Biology (CRUSTA), of the UNESP IB / CLP. The results show the need for greater attention from public authorities on the contamination of important coastal ecosystems, such as mangroves, that from the synergistic action of xenobiotics in their biota may have impaired their ecosystem services.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 141627/2014-0Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pinheiro, Marcelo Antonio Amaro [UNESP]Torres, Rodrigo AugustoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Souza, Caroline Araújo de [UNESP]2016-12-20T15:57:52Z2016-12-20T15:57:52Z2016-11-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14671300087768633004137003P36829111589524333porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-26T06:11:59Zoai:repositorio.unesp.br:11449/146713Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:46:10.461611Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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