E se mudássemos o passado? Resgate histórico e a cultura das Terras Altas na Escócia do Século XVIII, nas obras Outlander (1991) e Dragonfly in Amber (1992), de Diana Gabaldon
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/243090 |
Resumo: | Esta pesquisa analisa os romances Outlander (1991) e Dragonfly in Amber (1992), da autora estadunidense Diana Gabaldon. O enredo retrata as tentativas de Claire Beauchamp, uma enfermeira do século XX, cuja viagem no tempo ocorre acidentalmente através de um círculo de pedras, e James Fraser, um escocês do século XVIII, de impedirem o último levante Jacobita (1745), na Escócia. Por meio de Claire, eles têm consciência de que o conflito entre a Inglaterra e a Escócia culminará na Batalha de Culloden, onde os ingleses massacram o povo escocês das Terras Altas. A batalha foi um momento decisivo para a sociedade escocesa do século XVIII tendo, como consequência, sua cultura suprimida durante 100 anos. Além das milhares de vidas perdidas no campo de batalha, o sistema de clãs, que perdurou por muitos séculos, foi abolido, e o uso da tartã, famoso tecido xadrez, foi proibido. Os romances resgatam esse importante e crucial momento na história da Escócia. Desde a Revolução Gloriosa, o povo das Terras Altas sonhava com a independência do julgo inglês e com um rei escocês e católico novamente no trono; sonho dizimado em Culloden. Para análise das obras, utilizaremos o conceito de “metaficção historiográfica” cunhado por Hutcheon (1991). Pela “metaficção historiográfica” discute-se que a história, assim como a literatura, são discursos, desse modo, construtos linguísticos, carregando em si ideologias, crenças, visões de mundo dos historiadores. Retomar o movimento jacobita e suas consequências de forma crítica pela visão da protagonista Claire impede que a história se encerre como uma única verdade, possibilitando a apresentação de novas perspectivas. Os romances trazem o lado dos que perderam a guerra e foram subjugados, apresentando-nos seus anseios, desejos e sua rica cultura suprimida. Portanto, a história pode ser reconstruída a partir de novos olhares e questionamentos lançados sobre o passado. |
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E se mudássemos o passado? Resgate histórico e a cultura das Terras Altas na Escócia do Século XVIII, nas obras Outlander (1991) e Dragonfly in Amber (1992), de Diana GabaldonWhat if we could change the past? Rescuing history and highlander culture in 18th century Scotland in the novels Outlander (1991) and Dragonfly in amber (1992), by Diana gabaldonMetaficção historiográficaCultura escocesa das HighlandsDiana GabaldonOutlanderDragonfly in AmberHistoriographic metafictionHighlander scottish cultureEsta pesquisa analisa os romances Outlander (1991) e Dragonfly in Amber (1992), da autora estadunidense Diana Gabaldon. O enredo retrata as tentativas de Claire Beauchamp, uma enfermeira do século XX, cuja viagem no tempo ocorre acidentalmente através de um círculo de pedras, e James Fraser, um escocês do século XVIII, de impedirem o último levante Jacobita (1745), na Escócia. Por meio de Claire, eles têm consciência de que o conflito entre a Inglaterra e a Escócia culminará na Batalha de Culloden, onde os ingleses massacram o povo escocês das Terras Altas. A batalha foi um momento decisivo para a sociedade escocesa do século XVIII tendo, como consequência, sua cultura suprimida durante 100 anos. Além das milhares de vidas perdidas no campo de batalha, o sistema de clãs, que perdurou por muitos séculos, foi abolido, e o uso da tartã, famoso tecido xadrez, foi proibido. Os romances resgatam esse importante e crucial momento na história da Escócia. Desde a Revolução Gloriosa, o povo das Terras Altas sonhava com a independência do julgo inglês e com um rei escocês e católico novamente no trono; sonho dizimado em Culloden. Para análise das obras, utilizaremos o conceito de “metaficção historiográfica” cunhado por Hutcheon (1991). Pela “metaficção historiográfica” discute-se que a história, assim como a literatura, são discursos, desse modo, construtos linguísticos, carregando em si ideologias, crenças, visões de mundo dos historiadores. Retomar o movimento jacobita e suas consequências de forma crítica pela visão da protagonista Claire impede que a história se encerre como uma única verdade, possibilitando a apresentação de novas perspectivas. Os romances trazem o lado dos que perderam a guerra e foram subjugados, apresentando-nos seus anseios, desejos e sua rica cultura suprimida. Portanto, a história pode ser reconstruída a partir de novos olhares e questionamentos lançados sobre o passado.This study analyzes the novels Outlander (1991) and Dragonfly in Amber (1992), by the American author Diana Gabaldon. The plots depict the attempts of Claire Beauchamp, a 20th-century nurse, whose time travel accidentally occurs through a stone circle, and James Fraser, a 18th-century Scotsman, to stop the last Jacobite uprising (1745) in Scotland. Through Claire, they become aware that the conflict between England and Scotland will culminate in the Battle of Culloden, where the English army massacres the Scottish people of the Highlands. The battle was a turning point for 18th century Scottish society and, as a result, their culture was suppressed for 100 years. In addition to the thousands of lives lost on the battlefield, the clan system, which lasted for many centuries, was abolished, and the use of tartan, the famous fabric, was prohibited. The novels approach this important and crucial moment in the history of Scotland. Ever since the Glorious Revolution, the people of the Highlands had dreamed of independence from the English government and of a Scottish king on the throne. However, this dream was wiped out at Culloden. To analyze the texts, the concept of “historiographic metafiction”, coined by Hutcheon (1991), was used. Through “historiographic metafiction”, it is argued that history, as well as literature, are discourses, thus, linguistic constructs, carrying within themselves ideologies, beliefs, the worldviews of historians. Bringing the Jacobite movement and its consequences in a critical way through the vision of the protagonist Claire prevents the story from ending up as the only possible historical truth, allowing the presentation of multiple perspectives. The novels bring the side of those who lost the war and were subjugated, providing us with their feelings, desires and their rich suppressed culture. Therefore, history can be reconstructed from new angles and questions about the past.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Capes: 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Fernandes, Giséle Manganelli [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pereira, Renato Sergio Ferreira2023-04-24T14:30:43Z2023-04-24T14:30:43Z2023-04-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/24309033004153015P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-29T06:30:55Zoai:repositorio.unesp.br:11449/243090Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-06T00:14:23.177277Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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