Tradição e modernidade em O Senhor dos Anéis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Thiago [UNESP]
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/88835
Resumo: O Senhor dos Anéis, livro de J.R.R. Tolkien, tem como componente central de sua narrativa a tensão existente entre tradição e modernidade no início do século XX. A obra termina com o desaparecimento na Terra-Média de todos os seres de fantasia (por destruição ou por abandono) uma característica que podemos atribuir ao aumento do poder da racionalidade instrumental e da organização social da modernidade vinculada a ela. Ao mesmo tempo, durante o desenvolvimento da narrativa surgem características tradicionais com uma força devastadora: a preeminência da sacralidade, por exemplo, impõe uma hierarquia entre todos os seres existentes no mundo. Nosso intento, portanto, é através de uma interpretação imanente da narrativa, recuperar a sua historicidade e seu diagnóstico do tempo. Ao debruçar-nos sobre a estrutura narrativa perceberemos que O Senhor dos Anéis não possui uma forma épica “pura”, incorporando elementos de épicas tradicionais (epopéia e conto de fadas) e de épicas modernas (romance) constituindo-se numa forma híbrida, expressa numa alegoria. Como base da formatação desta alegoria, a narrativa utilizará o pensamento figural dos padres da Idade Média, ressaltando sua tentativa de retomada da tradição; o pensamento figural será incorporado como técnica de escrita desta narrativa, contudo, primariamente sua incorporação será como instrumento historiográfico – já que a narrativa se apresenta como uma historiografia. Os elementos tradicionais (religiosos, principalmente), portanto, serão associados ao Bem, já os elementos modernos serão associados à representação do Mal. Entretanto, esta apreensão não é estática; podemos dizer que, a modernização (técnica) será sempre associada ao Mal, mas algumas características relacionadas à modernidade não terão...
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