Qual o significado clínico-patológico da imunoexpressão de CD20 no linfoma de Hodgkin clássico?
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/202238 |
Resumo: | O linfoma de Hodgkin (LH) possui uma composição celular única representada por uma minoria de células neoplásicas - células de Hodgkin e Reed-Sternberg (células HRS) - em um fundo inflamatório. Além da histologia, o diagnóstico também é definido pela imunoistoquímica (IHQ), com a maioria dos casos de LH clássico (LHc) expressando CD30, CD15 e PAX-5. A imunoexpressão do antígeno CD20 é variável e alguns estudos sugerem que ela pode representar uma intersecção entre a fisiopatologia do LH e o prognóstico clínico dos pacientes. Além disso, as investigações sobre o seu microambiente têm tido especial destaque nas investigações científicas da hematopatologia, vislumbrando aplicações terapêuticas. Objetivo: Investigar a imunoexpressão de CD20 e de marcadores do microambiente tumoral no LHc, visando analisar as interfaces entre esses parâmetros e os aspectos clínico-morfológicos de interesse da onco-hematopatologia. Métodos: Estudo retrospectivo com 184 pacientes com diagnóstico anatomopatológico de LHc. Dados clínicos foram revisados a partir dos prontuários médicos. Estudo morfológico e imunofenotípico com CD20, CD30, CD15, PAX-5, CD3, CD4, CD8, CD21, CD68, CD34, CD56, CD138, PD-1 e pesquisa de EBV por IHQ (LMP-1) e hibridização in situ cromogênica (CISH) foram realizados. Os dados foram tabulados e valor de p foi considerado significante quando menor que 0,05. Resultados: O fenótipo CD20-positivo foi encontrado em 45 (25,9%) do total de 174 pacientes com material disponível. Pacientes CD20-positivos nas células neoplásicas tendem a se curar antes, particularmente aqueles com menos de 10,5 células/CGA (p=0,037). À morfologia, a chance de um caso ser CD20-positivo é maior quando se tem granuloma (p=0,034, IC 95% 1,166-50,301). Em relação ao microambiente, o tempo até a cura foi menor nos pacientes CD20-positivos, sobretudo naqueles com mais de 25% de extensão de positividade (p=0,0183). O tempo até a cura (p=0,0309) e a taxa de óbitos (p=0,016) foram menores nos pacientes PD-1 negativos. Dentre os pacientes com presença de plasmócitos no microambiente, aqueles com menor número tendem a se curar antes (p=0,0374). Maior densidade vascular está associada a menor frequência de sintomas B (p=0,036) e à presença de recidiva da doença (p=0,004). Conclusões: Há uma associação direta da positividade para CD20 nas células neoplásicas e no micromabiente do LHc a uma melhor evolução clínica. Há também melhor prognóstico naqueles pacientes com ausência de imunoexpressão de PD-1, menor número de plasmócitos e menor densidade vascular. O microambiente é, certamente, cenário para estudos cada vez mais robustos sendo que os achados desse trabalho destacam os linfócitos B não neoplásicos, os plasmócitos, os linfócitos expressores de PD-1 e a densidade vascular, estão relacionados a marcadores de agressividade. |
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Qual o significado clínico-patológico da imunoexpressão de CD20 no linfoma de Hodgkin clássico?What is the clinical-pathological significance of CD20 immunoexpression in classical Hodgkin lymphoma?Doença de HodgkinImunoistoquímicaAntígeno CD20Microambiente tumoralHibridização in situDesfecho clínicoHodgkin diseaseImmunohistochemmistryAntigens CD20Tumor microenvironmentIn situ hybridizationPatient outcome assessmentO linfoma de Hodgkin (LH) possui uma composição celular única representada por uma minoria de células neoplásicas - células de Hodgkin e Reed-Sternberg (células HRS) - em um fundo inflamatório. Além da histologia, o diagnóstico também é definido pela imunoistoquímica (IHQ), com a maioria dos casos de LH clássico (LHc) expressando CD30, CD15 e PAX-5. A imunoexpressão do antígeno CD20 é variável e alguns estudos sugerem que ela pode representar uma intersecção entre a fisiopatologia do LH e o prognóstico clínico dos pacientes. Além disso, as investigações sobre o seu microambiente têm tido especial destaque nas investigações científicas da hematopatologia, vislumbrando aplicações terapêuticas. Objetivo: Investigar a imunoexpressão de CD20 e de marcadores do microambiente tumoral no LHc, visando analisar as interfaces entre esses parâmetros e os aspectos clínico-morfológicos de interesse da onco-hematopatologia. Métodos: Estudo retrospectivo com 184 pacientes com diagnóstico anatomopatológico de LHc. Dados clínicos foram revisados a partir dos prontuários médicos. Estudo morfológico e imunofenotípico com CD20, CD30, CD15, PAX-5, CD3, CD4, CD8, CD21, CD68, CD34, CD56, CD138, PD-1 e pesquisa de EBV por IHQ (LMP-1) e hibridização in situ cromogênica (CISH) foram realizados. Os dados foram tabulados e valor de p foi considerado significante quando menor que 0,05. Resultados: O fenótipo CD20-positivo foi encontrado em 45 (25,9%) do total de 174 pacientes com material disponível. Pacientes CD20-positivos nas células neoplásicas tendem a se curar antes, particularmente aqueles com menos de 10,5 células/CGA (p=0,037). À morfologia, a chance de um caso ser CD20-positivo é maior quando se tem granuloma (p=0,034, IC 95% 1,166-50,301). Em relação ao microambiente, o tempo até a cura foi menor nos pacientes CD20-positivos, sobretudo naqueles com mais de 25% de extensão de positividade (p=0,0183). O tempo até a cura (p=0,0309) e a taxa de óbitos (p=0,016) foram menores nos pacientes PD-1 negativos. Dentre os pacientes com presença de plasmócitos no microambiente, aqueles com menor número tendem a se curar antes (p=0,0374). Maior densidade vascular está associada a menor frequência de sintomas B (p=0,036) e à presença de recidiva da doença (p=0,004). Conclusões: Há uma associação direta da positividade para CD20 nas células neoplásicas e no micromabiente do LHc a uma melhor evolução clínica. Há também melhor prognóstico naqueles pacientes com ausência de imunoexpressão de PD-1, menor número de plasmócitos e menor densidade vascular. O microambiente é, certamente, cenário para estudos cada vez mais robustos sendo que os achados desse trabalho destacam os linfócitos B não neoplásicos, os plasmócitos, os linfócitos expressores de PD-1 e a densidade vascular, estão relacionados a marcadores de agressividade.Hodgkin lymphoma (HL) has a unique cellular composition, containing a minority of neoplastic cells – Hodgkin and Reed-Sternberg (HRS) cells – in an inflammatory background. Beyond histology, the diagnosis is also defined by the immunophenotype, with most cases of classical HL (cHL) expressing CD30, CD15 and PAX-5. The CD20 immunoexpression is variable and it may represent an intersection between the pathophysiology of LH and the clinical prognosis of patients. In addition, investigations into its microenvironment have been given special importance in the hematopathology scientific investigations, for the purpose of therapeutic applications. Objective: To investigate the CD20 immunoexpression and the tumor microenvironment markers in LHc, in order to analyze the interfaces between these parameters and the clinical-morphological aspects of interest in onco-hematopathology. Methods: Retrospective study with 184 patients with pathological diagnosis of cHL. Clinical data were reviewed from medical records. Morphological and immunophenotypic study with CD20, CD30, CD15, PAX-5, CD3, CD4, CD8, CD21, CD68, CD34, CD56, CD138 and PD-1 were performed. EBV infection was tested by IHC (LMP-1) and in situ chromogenic hybridization (CISH). The data were tabulated and the p value less than 0.05 was considered significant. Results: The CD20-positive phenotype was found in 45 (25,9%) of the total of 174 patients with available material. Patients with CD20 positivity on neoplastic cells tend to heal earlier, particularly those with less than 10.5 cells/CGA (p=0.037).On morphology, there was a greater chance of having CD20 positivity when there was granuloma (p=0.034, 95% CI 1.166-50.301). Regarding the microenvironment, the time to cure was shorter in CD20-positive patients, especially in those with more than 25% of positivity (p=0.0183). The time to cure (p=0.0309) and the death rate (p=0.016) were shorter in PD-1 negative patients. Among patients with the presence of plasma cells in the microenvironment, those with fewer numbers tend to heal earlier (p=0.0374). Higher vascular density is associated with lower frequency of B symptoms (p=0.036) and presence of disease recurrence (p=0.004). Conclusions: There is a direct association of CD20 positivity in neoplastic cells and in microenvironment with a better clinical outcome. There is also a better prognosis in those patients with absence of PD-1 immunoexpression, fewer plasma cells and less vascular density. The microenvironment is certainly the setting for increasingly robust studies and the findings of this work highlight non-neoplastic B lymphocytes, plasma cells, PD-1 lymphocytes and vascular density, related to aggressive behavior.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Oliveira, Cristiano Claudino [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lacet, Dominique Fonseca Rodrigues2021-01-05T12:22:28Z2021-01-05T12:22:28Z2020-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20223833004064056P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T19:10:45Zoai:repositorio.unesp.br:11449/202238Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T19:10:45Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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O linfoma de Hodgkin (LH) possui uma composição celular única representada por uma minoria de células neoplásicas - células de Hodgkin e Reed-Sternberg (células HRS) - em um fundo inflamatório. Além da histologia, o diagnóstico também é definido pela imunoistoquímica (IHQ), com a maioria dos casos de LH clássico (LHc) expressando CD30, CD15 e PAX-5. A imunoexpressão do antígeno CD20 é variável e alguns estudos sugerem que ela pode representar uma intersecção entre a fisiopatologia do LH e o prognóstico clínico dos pacientes. Além disso, as investigações sobre o seu microambiente têm tido especial destaque nas investigações científicas da hematopatologia, vislumbrando aplicações terapêuticas. Objetivo: Investigar a imunoexpressão de CD20 e de marcadores do microambiente tumoral no LHc, visando analisar as interfaces entre esses parâmetros e os aspectos clínico-morfológicos de interesse da onco-hematopatologia. Métodos: Estudo retrospectivo com 184 pacientes com diagnóstico anatomopatológico de LHc. Dados clínicos foram revisados a partir dos prontuários médicos. Estudo morfológico e imunofenotípico com CD20, CD30, CD15, PAX-5, CD3, CD4, CD8, CD21, CD68, CD34, CD56, CD138, PD-1 e pesquisa de EBV por IHQ (LMP-1) e hibridização in situ cromogênica (CISH) foram realizados. Os dados foram tabulados e valor de p foi considerado significante quando menor que 0,05. Resultados: O fenótipo CD20-positivo foi encontrado em 45 (25,9%) do total de 174 pacientes com material disponível. Pacientes CD20-positivos nas células neoplásicas tendem a se curar antes, particularmente aqueles com menos de 10,5 células/CGA (p=0,037). À morfologia, a chance de um caso ser CD20-positivo é maior quando se tem granuloma (p=0,034, IC 95% 1,166-50,301). Em relação ao microambiente, o tempo até a cura foi menor nos pacientes CD20-positivos, sobretudo naqueles com mais de 25% de extensão de positividade (p=0,0183). O tempo até a cura (p=0,0309) e a taxa de óbitos (p=0,016) foram menores nos pacientes PD-1 negativos. Dentre os pacientes com presença de plasmócitos no microambiente, aqueles com menor número tendem a se curar antes (p=0,0374). Maior densidade vascular está associada a menor frequência de sintomas B (p=0,036) e à presença de recidiva da doença (p=0,004). Conclusões: Há uma associação direta da positividade para CD20 nas células neoplásicas e no micromabiente do LHc a uma melhor evolução clínica. Há também melhor prognóstico naqueles pacientes com ausência de imunoexpressão de PD-1, menor número de plasmócitos e menor densidade vascular. O microambiente é, certamente, cenário para estudos cada vez mais robustos sendo que os achados desse trabalho destacam os linfócitos B não neoplásicos, os plasmócitos, os linfócitos expressores de PD-1 e a densidade vascular, estão relacionados a marcadores de agressividade. |
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