Predição de retinopatia da prematuridade: ROPScore modificado por parâmetros do hemograma

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucio, Kellen Cristiane do Vale
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/251769
Resumo: Lúcio KCV. Predição de retinopatia da prematuridade: ROPScore modificado por parâmetros do hemograma [tese]. Botucatu, SP. Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista; 2023. Introdução: A Retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença multifatorial vasoproliferativa e causa importante de cegueira na infância. Escores de predição têm sido utilizados para otimizar a triagem da ROP. O ROPScore, validado no Brasil, é prático e simples, porém, evidências recentes mostram que ele perde sensibilidade em diferentes populações de neonatos pré-termo (NPT). Alguns potenciais biomarcadores inflamatórios, estudados como fatores de risco independentes na ROP, como as razões: neutrófilo-linfócito (RNL), linfócito-monócito (RLM), plaquetalinfócito (RPL), e o índice de inflamação imune sistêmica (SII), ainda não têm papel consolidado na literatura e não fazem parte da fórmula original do ROPScore. Objetivos: Avaliar o papel de biomarcadores inflamatórios do hemograma como potenciais preditores hematológicos de ROP, e verificar se estes modificam a acurácia do algoritmo ROPScore. Métodos: Estudo coorte desenvolvido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HC-FMB), entre outubro de 2012 a março de 2023, que incluiu neonatos pré-termo com peso ao nascimento (PN) ≤1500 g e / ou idade gestacional (IG) ≤ 32 semanas, submetidos à triagem de ROP. O primeiro exame oftalmológico ocorreu entre a 4ª e a 6ª semanas de vida e os NPT foram divididos em 3 grupos: Sem ROP, Com ROP leve e, Com ROP grave. As razões séricas RNL, RLM, RPL, e o índice SII, nas primeiras 72 horas e após 30 dias de vida, foram calculados retrospectivamente. A acurácia do ROPScore aferido na 2ª e na 6ª semana de vida foi avaliada, considerando a fórmula original, e após a inserção dos marcadores inflamatórios e SII. Resultados: Foram incluídos 200 NPT (49% masculinos e 51% femininos). A ROP foi diagnosticada em 48 NPT (24%), sendo que 18 desenvolveram a ROP leve e 30 (15% dos 200) evoluíram para ROP grave e foram tratados. Na comparação entre o grupo Sem ROP e os grupos com ROP (leve e grave), foram estatisticamente significativos os valores médios do SII de 72 horas (> na ROP, p<0,0001) e da RLM de 30 dias (< na ROP, p=0,0009). Na comparação ROP leve versus ROP grave, tiveram significância estatística a RLM (> na ROP grave, p=0,0003) e a RPL (< na ROP grave, p=0,005) de 72 horas, e o SII de 72 horas e 30 dias(< na ROP grave, p<0,0001). Porém, os valores de Odds ratio não mostraram significância estatística de nenhum marcador inflamatório no desenvolvimento da ROP. O ajuste de modelos de regressão linear múltipla para o ROPScore de 2 e 6 semanas, com as variáveis explanatórias usuais acrescidas dos biomarcadores RLM e RPL e SII não mostraram melhora na curva ROC para detectar a ocorrência de ROP. Conclusão: Os biomarcadores inflamatórios do hemograma e o SII não se comportaram como fatores de risco independentes para o desenvolvimento de ROP, e quando inseridos na fórmula do ROPScore não melhoraram a acurácia do algoritmo.
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Alguns potenciais biomarcadores inflamatórios, estudados como fatores de risco independentes na ROP, como as razões: neutrófilo-linfócito (RNL), linfócito-monócito (RLM), plaquetalinfócito (RPL), e o índice de inflamação imune sistêmica (SII), ainda não têm papel consolidado na literatura e não fazem parte da fórmula original do ROPScore. Objetivos: Avaliar o papel de biomarcadores inflamatórios do hemograma como potenciais preditores hematológicos de ROP, e verificar se estes modificam a acurácia do algoritmo ROPScore. Métodos: Estudo coorte desenvolvido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HC-FMB), entre outubro de 2012 a março de 2023, que incluiu neonatos pré-termo com peso ao nascimento (PN) ≤1500 g e / ou idade gestacional (IG) ≤ 32 semanas, submetidos à triagem de ROP. O primeiro exame oftalmológico ocorreu entre a 4ª e a 6ª semanas de vida e os NPT foram divididos em 3 grupos: Sem ROP, Com ROP leve e, Com ROP grave. As razões séricas RNL, RLM, RPL, e o índice SII, nas primeiras 72 horas e após 30 dias de vida, foram calculados retrospectivamente. A acurácia do ROPScore aferido na 2ª e na 6ª semana de vida foi avaliada, considerando a fórmula original, e após a inserção dos marcadores inflamatórios e SII. Resultados: Foram incluídos 200 NPT (49% masculinos e 51% femininos). A ROP foi diagnosticada em 48 NPT (24%), sendo que 18 desenvolveram a ROP leve e 30 (15% dos 200) evoluíram para ROP grave e foram tratados. Na comparação entre o grupo Sem ROP e os grupos com ROP (leve e grave), foram estatisticamente significativos os valores médios do SII de 72 horas (> na ROP, p<0,0001) e da RLM de 30 dias (< na ROP, p=0,0009). Na comparação ROP leve versus ROP grave, tiveram significância estatística a RLM (> na ROP grave, p=0,0003) e a RPL (< na ROP grave, p=0,005) de 72 horas, e o SII de 72 horas e 30 dias(< na ROP grave, p<0,0001). Porém, os valores de Odds ratio não mostraram significância estatística de nenhum marcador inflamatório no desenvolvimento da ROP. O ajuste de modelos de regressão linear múltipla para o ROPScore de 2 e 6 semanas, com as variáveis explanatórias usuais acrescidas dos biomarcadores RLM e RPL e SII não mostraram melhora na curva ROC para detectar a ocorrência de ROP. Conclusão: Os biomarcadores inflamatórios do hemograma e o SII não se comportaram como fatores de risco independentes para o desenvolvimento de ROP, e quando inseridos na fórmula do ROPScore não melhoraram a acurácia do algoritmo.Lucio KCV. Prediction of retinopathy of prematurity: ROPScore modified by blood count parameters [thesis]. Botucatu, SP: Botucatu Medical School, São Paulo State University; 2023. Background: Retinopathy of prematurity (ROP) is a multifactorial vasoproliferative disease and a significant cause of permanent visual impairment in childhood. Prediction scores have been used to optimize ROP screening. The ROPScore, a scoring system validated in Brazil, is practical and straightforward. However, recent evidence shows that it loses sensitivity in different populations of preterm neonates (PTN). Some potential inflammatory biomarkers studied as independent risk factors in ROP, such as thrombocytopenia, and the reasons: neutrophil-lymphocyte (NLR), lymphocyte-monocyte (LMR), platelet-lymphocyte (PLR), and systemic immune inflammation index (SII), still do not have a consolidated role in the literature and are not part of the ROPScore. Objectives: This study aimed to evaluate the role of inflammatory biomarkers in the blood count as potential hematological predictors of ROP and to verify whether these factors modify the accuracy of the ROPScore algorithm as a predictor of ROP. Methods: A cohort study was developed at the University Hospital of Botucatu Medical School (HC-FMB) between October 2012 and March 2023 with preterm neonates with BW ≤1500 g and (or) GA ≤ 32 weeks), who had been submitted to ROP screening. The first ophthalmological examination was done between the 4th and 6th weeks of life, and the neonates were divided into three groups: without ROP, with mild ROP, or with severe ROP. The serum ratios LNR, LMR, PLR, and SII index in the first 72 hours of life and 30 days of life had been calculated retrospectively. The accuracy of ROPScore measured at the 2nd and 6th week of life was evaluated, considering the original formula, and after the insertion of inflammatory markers and SII. Results: Two hundred neonates were included (49% males and 51% females). Forty-eight (24%) developed ROP, with 18 having mild ROP and 30 (15% of 200) having severe ROP and had been treated. In the comparison between the group without ROP and the groups with ROP (mild and severe), the mean values of the 72-hours SII (> in ROP, p<0.0001) and 30-days RLM (< in ROP, p=0.0009) were statistically significant when comparing without ROP versus any ROP. In the comparison between mild and severe ROP, LMR (> in severe ROP, p = 0.0003), and PLR (< in severe ROP, p = 0.005) of the 72 hours, and the SII of the 72 hours and 30 days (< in severe ROP, p<0.0001) were statistically significant. However, the odds ratio values did not show the statistical significance of any inflammatory marker in developing ROP. The adjustment of multiple linear regression models for ROPScore of 2 and 6 weeks with the usual explanatory variables plus biomarkers LMR, PLR, and SII did not show improvement in the ROC curve to detect the occurrence of ROP. Conclusion: Inflammatory biomarkers and SII did not behave as independent risk factors for the development of ROP, and when inserted in the ROPScore formula, they did not improve the algorithm's accuracy.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Jorge, Eliane Chaves [UNESP]Lucio, Kellen Cristiane do Vale2023-12-07T19:43:03Z2023-12-07T19:43:03Z2023-11-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfLucio, Kellen Cristiane do Vale. Predição de retinopatia da prematuridade: ROPScore modificado por parâmetros do hemograma. Orientador(a): Eliane Chaves Jorge. 2023. Tese de Doutorado (Doutorado em Cirurgia e Medicina Translacional) - Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, 2023https://hdl.handle.net/11449/25176908360469498076590000-0002-3543-2095porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-08T06:15:14Zoai:repositorio.unesp.br:11449/251769Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T19:16:32.053232Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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