Historiografia literária e formação do cânone: Ana Miranda, Augusto dos Anjos e Olavo Bilac

• Autor(a) principal: Pinto, Luiz Renato de Souza [UNESP]
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/103702
• topic: Miranda, Ana, 1951- Crítica e interpretação; Anjos, Augusto dos, 1884-1914 - Crítica e interpretação; Bilac, Olavo, 1865-1918 - Crítica e interpretação; Literatura brasileira - Historiografia; Brazilian historiography literary

Ana Miranda é ficcionista desde 1989 quando publicou o romance Boca do Inferno, tido por muitos críticos como biografia romanceada do poeta baiano Gregório de Matos Guerra, conquistando o prêmio Jabuti de 1990 com essa obra. A escritora levou o mesmo prêmio em 2003, com a narrativa Dias e Dias, ambientado à época do romantismo brasileiro e que traz a figura de Antonio Gonçalves Dias como personagem central. Em A Última Quimera, Augusto dos Anjos e Olavo Bilac são personagens, com destaque para o cenário carioca do início do século XX – a belle époque nacional, contraponto estético parnasiano-simbolista em que surge a poesia escatológica de Augusto dos Anjos. Neste romance a escritora sai em busca de colocar o poeta paraibano ao lado de Bilac, reescrevendo uma página importante de nossa historiografia literária. Ao contrário da maioria dos trabalhos acadêmicos que compõem a fortuna crítica da autora, em Historiografia literária e fundação do cânone: Ana Miranda, Augusto dos Anjos e Olavo Bilac, acredito que sob a ótica do romance-ensaio Ana Miranda subverte a historiografia literária oficial trazendo as personagens dos poetas de maneira alegórica na reconstrução de um cenário em que se forma o cânone literário nacional. As relações entre a literatura e a história se desenvolvem alicerçadas por um enredo composto por cartas, poemas e curiosidades da cultura brasileira estabelecendo um jogo entre tradição e ruptura na construção narrativa em que Augusto dos Anjos e Olavo Bilac se equiparam como importantes poetas da literatura brasileira. Ao revisitar a historiografia à época da publicação da terceira edição do Eu e outras poesias, em 1928, Miranda nos apresenta as implicações ideológicas da formação do cânone pela voz de um narrador autodiegético. Estamos diante de um romance-ensaio...