Biologia populacional do caranguejo aranha Libinia spinosa Guérin, 1832 (Crustacea, Decapoda, Majoidea) no litoral norte paulista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Mateus Pereira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/204649
Resumo: A taxa de crescimento de determinadas partes do corpo de crustáceos braquiúros, ao longo do desenvolvimento ontogenético, pode ser diferente daquela do cefalotórax (carapaça), particularmente, durante a transição da fase juvenil para a adulta. Além disso, a região de Ubatuba tem sofrido ao longo dos últimos anos um intenso impacto antrópico devido a sobrepesca na região. Por esta razão, os objetivos deste estudo foram os seguintes: estimar a maturidade sexual morfometria e gonadal através do crescimento relativo e desenvolvimento gonadal, além de investigar mudanças no tamanho dos indivíduos em dois períodos distintos (antes e pós criação da Aréa de Proteção Ambiental). Os indivíduos foram coletados na região de Ubatuba, litoral norte do Estado de São Paulo. Para os indivíduos machos, a largura da carapaça (LC) variou de 5,6 mm a 86,6 mm; enquanto, nas fêmeas não ovígeras de 10,0 mm a 60,0 mm e nas fêmeas ovígeras de 33,7 mm a 62,4 mm. Não houve diferença no tamanho das fêmeas em machos entre os dois períodos. A relação da largura do abdômen (LA) vs. a largura da carapaça (LC) permitiu diferenciar as fêmeas, em dois grupos, juvenis e adultas, ambos demonstrando um crescimento alométrico positivo em ambos os casos. Nos machos foram diferenciados três grupos, juvenis, adolescentes e adultos, através da relação do comprimento do própodo do maior quelípodo (CPM) vs. LC. Para estes grupos dos machos, o crescimento relativo foi alométrico positivo. Estimamos a maturidade sexual morfométrica a partir de 27,2 mm de LC (menor fêmeas adulta), enquanto que a o tamanho no qual 50% das fêmeas atingem a maturidade gonadal LC₅₀ = 36,9 mm. Nos machos, a transição de juvenis para adolescentes, de acordo com a morfometria, ocorreu em 27, 6 mm de LC, similar ao tamanho estimado pela maturidade gonadal LC₅₀ = 33,7 mm. Contudo, a maturidade morfométrica observada para os machos foi de LC₅₀ = 50,1mm. Devido a não diferença de tamanho entre os dois períodos, é possível inferir que a população de L. spinosa seja resistente frente as alterações ambientais e impactos da sobrepesca na região. A presença dos machos adolescentes indica diferentes estratégias reprodutivas na população estudada, e devido a maioria deste possuírem gônadas maduras, os adolescentes podem copular oportunamente as fêmeas e dessa forma, evitar a competição com machos adultos.
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