Cerâmica estrutural: efeitos da incorporação de cinzas provenientes da queima de madeira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matsumoto, Danielly Thiemy
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/238792
Resumo: A utilização de resíduos industriais em materiais destinados à construção civil vem sendo um relevante foco de estudos nos últimos anos e o setor de cerâmica estrutural têm utilizado diversos resíduos que podem atuar como fundentes e/ou desplastificantes, substituindo os materiais naturais. Neste trabalho, foi realizado um estudo sobre o aproveitamento de cinzas pesadas, provenientes da queima da madeira, em uma matriz cerâmica coletada em uma indústria ceramista da região de Panorama/SP. Duas cinzas foram utilizadas: a primeira, denominada de cinza A, proveniente da madeira de eucalipto e pinus da própria indústria ceramista, e a segunda, cinza B, de eucalipto coletada em uma indústria de papel e celulose, localizada em Três Lagoas/MS. As cinzas com composição, predominantemente, de óxido de silício e cálcio, foram adicionadas à massa cerâmica, composta de quartzo, caulinita e mica. A adição foi realizada nas proporções de 0, 5, 10, 15 e 20%, em massa. A sinterização ocorreu nas temperaturas de 900 a 1200ºC. Posteriormente, os corpos de prova foram caracterizados quanto às suas propriedades físicas e mecânicas. Os resultados mostraram que a resistência à flexão foi superior ao limite mínimo recomendado para fabricação de tijolos maciços (2 MPa) para ambas as composições, sinterizadas acima de 1150ºC. As demais propriedades físicas, como absorção de água, massa específica aparente e retração linear de queima, apresentaram valores dentro dos limites recomendados para a fabricação de blocos, as quais são decorrentes da formação de fase líquida e da mulita em temperaturas a partir de 1000ºC. A fase líquida, auxiliada pelos óxidos fundentes presentes nas cinzas, pode ser observada em algumas imagens de microscopia óptica. Conclui-se, portanto, que ambas as cinzas podem ser incorporadas à matriz cerâmica utilizada neste estudo, até o teor máximo estudado para fabricação de tijolos maciços, desde que a peça cerâmica seja sinterizada em temperaturas acima de 1150ºC.
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