Política externa brasileira e a integração da infraestrutura na América do Sul: uma análise a partir dos mecanismos IIRSA/COSIPLAN
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/181007 |
Resumo: | Os esforços para a integração da infraestrutura regional sul-americana têm seu marco inicial com a formulação da política de coordenação dos países amazônicos sob a iniciativa brasilei-ra, resultando em 1976 na criação do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). Ainda que tais esforços tenham sido iniciados nos anos 1970, a integração da infraestrutura na América do Sul teve seu espaço institucionalizado apenas a partir dos anos 2000. Foi em meados dos anos 2000 que o cenário regional sul-americano apresentou maior coesão política, impulsio-nando a aproximação entre os países da região. Com a demanda político-econômica por maior conexão territorial entre os países, através da coordenação brasileira criou-se a Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA). No entanto, apesar da existên-cia de investimentos externos e de um discurso pró-integração e cooperação na América do Sul, defendido principalmente pelo governo brasileiro, a atuação direta do país dentro dos mecanismos regionais tem diminuído nos anos recentes. Tal afastamento também é entendido como resultante das mudanças domésticas não só do país, mas dos países da região desde 2013, no qual a instabilidade nas relações regionais ainda é presente. Ainda que a partir de 2011 a integração da infraestrutura sul-americana tenha passado a ser discutida sobre a égide da UNASUL, as dificuldades em concretizar projetos e ultrapassar as barreiras detectadas, como a escassez de investimentos privados, a forte dependência de aportes públicos, a con-centração de projetos em torno da área dos transportes, a ausência de institucionalidade inter-na, o déficit de participação democrática no mecanismo, e a forte preponderância de projetos nacionais na carteira da IIRSA, permanecem. Por fim, o projeto de integração da infraestrutu-ra instigado pelo Brasil, distancia-se cada vez mais do objetivo inicial, onde o governo brasi-leiro apoia a integração regional como um todo, porém, não contribui diretamente com a mesma dentro das organizações regionais conformadas, nem assume os custos do processo como esperado por seus vizinhos. Dessa maneira, ao comparar o período que vai da IIRSA ao COSIPLAN permanece uma percepção de que a integração de infraestrutura ainda carece de resultados concretos. Frente a tantos esforços e poucos resultados positivos para a integração da infraestrutura regional, perdura o questionamento do porquê, após tantos esforços ainda se verifica a manutenção de barreiras presentes desde 2000 para avançar na integração da infra-estrutura regional. |
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Política externa brasileira e a integração da infraestrutura na América do Sul: uma análise a partir dos mecanismos IIRSA/COSIPLANBrazilian foreign policy and the South American infrastructure integration: an analysis of the IIRSA/COSIPLAN mechanismPolítica exterior brasileña y la integración de la infraestructura en Sudamérica: un análisis a partir de los mecanismos IIRSA/COSIPLANAmérica do SulIIRSAPolítica externa brasileiraIntegração regionalSouth AmericaBrazilian foreign policyRegional integrationIntegración de la infraestructuraCOSIPLANPolítica exterior brasileñaOs esforços para a integração da infraestrutura regional sul-americana têm seu marco inicial com a formulação da política de coordenação dos países amazônicos sob a iniciativa brasilei-ra, resultando em 1976 na criação do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). Ainda que tais esforços tenham sido iniciados nos anos 1970, a integração da infraestrutura na América do Sul teve seu espaço institucionalizado apenas a partir dos anos 2000. Foi em meados dos anos 2000 que o cenário regional sul-americano apresentou maior coesão política, impulsio-nando a aproximação entre os países da região. Com a demanda político-econômica por maior conexão territorial entre os países, através da coordenação brasileira criou-se a Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA). No entanto, apesar da existên-cia de investimentos externos e de um discurso pró-integração e cooperação na América do Sul, defendido principalmente pelo governo brasileiro, a atuação direta do país dentro dos mecanismos regionais tem diminuído nos anos recentes. Tal afastamento também é entendido como resultante das mudanças domésticas não só do país, mas dos países da região desde 2013, no qual a instabilidade nas relações regionais ainda é presente. Ainda que a partir de 2011 a integração da infraestrutura sul-americana tenha passado a ser discutida sobre a égide da UNASUL, as dificuldades em concretizar projetos e ultrapassar as barreiras detectadas, como a escassez de investimentos privados, a forte dependência de aportes públicos, a con-centração de projetos em torno da área dos transportes, a ausência de institucionalidade inter-na, o déficit de participação democrática no mecanismo, e a forte preponderância de projetos nacionais na carteira da IIRSA, permanecem. Por fim, o projeto de integração da infraestrutu-ra instigado pelo Brasil, distancia-se cada vez mais do objetivo inicial, onde o governo brasi-leiro apoia a integração regional como um todo, porém, não contribui diretamente com a mesma dentro das organizações regionais conformadas, nem assume os custos do processo como esperado por seus vizinhos. Dessa maneira, ao comparar o período que vai da IIRSA ao COSIPLAN permanece uma percepção de que a integração de infraestrutura ainda carece de resultados concretos. Frente a tantos esforços e poucos resultados positivos para a integração da infraestrutura regional, perdura o questionamento do porquê, após tantos esforços ainda se verifica a manutenção de barreiras presentes desde 2000 para avançar na integração da infra-estrutura regional.The efforts towards the South-American Infrastructure Regional Integration originated from the formulation of a political coordination between the Amazon countries under Brazilian initiative, resulting in the creation of the Amazon Cooperation Treaty (TCA) in 1976. Although such efforts had started in 1970, the infrastructural integration in South America was institutionalized only by the year 2000. In the mid-2000s the regional scenario presented a better political cohesion, propelling an approximation within the countries in the region. With a political and economic demand for a better infrastructural interconnection amongst the South-American territory, and through the Brazilian coordination, the South-American Regional Infrastructure Integration Initiative (IIRSA) was created. However, although existing different financial sources of investments and a pro-integration and cooperation discourse in South-America, defended mainly by the Brazilian government, its direct actions within the regional mechanisms have been declining over the recent years. This withdrawing is also understood as resulting from the domestic changes in Brazil and in its neighbors since 2013, in which the instability in the regional relations still present. Even if from 2011 the south-American regional integration has started to be discussed inside the UNASUR, it was kept the hard time getting done projects and trespassing the difficulties as the private investments shortage; the strong dependency in the public financial support; the project concentration in the transport area; the absence of an autonomous institution; the deficit of a democratic participation within the mechanism; and the grand predominance of national projects in the IIRSA projects portfolio. Finally, the infrastructural integration project instigated by Brazil it’s withdrawing step by step from its initial objective, where the Brazilian government supports the regional integration as a project, but doesn’t not contribute directly with its logical inside the existing regional organizations, nor assumes the costs of the process as expected by its neighboring countries. Therefore, while comparing the IIRSA period to the COSIPLAN period, it’s noted that it’s kept a perception that the infrastructural integration still lack of concrete results. Considering that even though there were made great efforts, the positive results were small, the questioning of why, after many efforts it’s still verified the maintenance of the barriers existent since 2000 to advance in the regional infrastructure integration is still being asked.Los esfuerzos para la integración de la infraestructura regional sudamericana tienen su marco inicial con la formulación de la política de coordinación de los países amazónicos bajo inicia-tiva brasileña, resultando en la creación del Tratado de Cooperación Amazónica (TCA) en 1976. Mismo que estos esfuerzos tengan su inicio en los años 1970, la integración de la infra-estructura en América del Sur tuvo su discusión institucionalizada a penas a partir de los años 2000. Fue en mediados de los años 2000 que el escenario regional sudamericano presentó mayor cohesión política, impulsando la aproximación entre los países de la región. Con la demanda político-económica por una mejor conexión territorial entre los países, fue a través de la coordinación brasileña que se creó la Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana (IIRSA). Sin embargo, a pesar de existir inversiones de órganos pri-vados y un discurso pro-integración y cooperación en América del Sur, defendido principal-mente por el gobierno brasileño, la actuación directa de ese país por medio de los mecanismos regionales viene disminuyendo en los últimos años. El alejamiento de Brasil también es com-prendido como resultado de los cambios domésticos del país y de la región desde 2013, por lo cual la inestabilidad en las relaciones regionales aún está presente. Aunque a partir de 2011 la integración de la infraestructura suramericana empezó a ser discutida bajo la estructura de UNASUR, las dificultades en concretizar proyectos y superar las barreras detectadas, como carencia de inversión privada, la fuerte dependencia de aportes financieros del Estado, la con-centración de proyectos bajo el área de los transportes, la ausencia de institucionalidad inter-na, el déficit en la participación democrática en el mecanismo y la fuerte preponderancia de proyectos nacionales en la Cartera IIRSA continúan a existir. Finalmente, el proyecto de inte-gración de la infraestructura incitado por Brasil aléjase cada vez más del objetivo inicial, en el cual el gobierno brasileño apoya la integración regional como un proceso, pero no contribuye directamente con la misma a través de las organizaciones regionales conformadas, tampoco asume los costos del proceso como esperado por sus vecinos. De esa manera, al comparar el periodo que va desde IIRSA al COSIPLAN permanece la percepción de que la integración de la infraestructura aún carece de resultados concretos. Frente a tantos esfuerzos y pocos resul-tados positivos para la integración de la infraestructura regional, se cuestiona el porqué de después de tantos esfuerzos se mantener las barreras presentes desde 2000 para integrar la in-fraestructura en América del Sur.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Mariano, Marcelo Passini [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Neves, Bárbara Carvalho [UNESP]2019-03-13T18:38:41Z2019-03-13T18:38:41Z2019-02-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18100700091370233004110044P03505849964932313porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T18:46:23Zoai:repositorio.unesp.br:11449/181007Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T18:46:23Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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