Injúria renal aguda em unidade de terapia intensiva: estudo prospectivo sobre a incidência, fatores de risco e mortalidade
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Data de Publicação: | 2011 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2011000300010 http://hdl.handle.net/11449/11279 |
Resumo: | OBJETIVO: Comparar características clínicas e evolução de pacientes com e sem injúria renal aguda adquirida em unidade de terapia intensiva geral de um hospital universitário terciário e identificar fatores de risco associados ao desenvolvimento de injúria renal aguda e à mortalidade. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional com 564 pacientes acompanhados diariamente durante a internação em unidade de terapia intensiva geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu por 2 anos consecutivos (de maio de 2008 a maio de 2010), divididos em 2 grupos: com injúria renal aguda adquirida (G1) e sem injúria renal aguda adquirida (G2). RESULTADOS: A incidência de injúria renal aguda foi 25,5%. Os grupos diferiram quanto à etiologia da admissão em unidade de terapia intensiva (sepse: G1:41,6% x G2:24,1%, p<0,0001 e pós operatório neurológico 13,8% x 38,1%, p<0,0001), idade (56,8±15,9 x 49,8± 17,8 anos, p< 0,0001), APACHE II (21,9±6,9 x 14,1±4,6, p<0,0001), ventilação mecânica (89,2 x 69,1%, p<0,0001) e uso de drogas vasoativas (78,3 x 56,1%, p<0,0001). Com relação aos fatores de risco e às comorbidades, os grupos foram diferentes quanto à presença de diabetes mellitus, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal crônica e uso de anti-inflamatórios não hormonais (28,2 x 19,7%, p=0,03; 23,6 x 11,6%, p=0,0002, 21,5 x 11,5%, p< 0,0001 e 23,5 x 7,1%, p<0,0001, respectivamente). O tempo de internação e a mortalidade foram superiores nos pacientes que adquiriram injúria renal aguda (6,6 ± 2,7 x 12,9± 5,6 dias p<0,0001 e 62,5 x 16,4%, p<0,0001). À análise multivariada foram identificados como fatores de risco para injúria renal aguda, idade>55 anos, APACHE II>16, creatinina (cr) basal>1,2 e uso de anti-inflamatórios não hormonais (OR=1,36 IC:1,22-1,85, OR=1,2 IC:1,11-1,33, OR=5,2 IC:2,3-11,6 e OR=2,15 IC:1,1-4,2, respectivamente) e a injúria renal aguda esteve independentemente associada ao maior tempo de internação e à mortalidade (OR=1,18 IC:1,05-1,26 e OR=1,24 IC:1,09-1,99 respectivamente). À análise da curva de sobrevida, após 30 dias de internação, a mortalidade foi de 83,3% no G1 e 45,2% no G2 (p<0,0001). CONCLUSÃO: A incidência de injúria renal aguda é elevada em unidade de terapia intensiva, os fatores de riscos independentes para adquirir injúria renal aguda são idade >55 anos, APACHE II>16, Cr basal >1,2 e uso de anti-inflamatórios não hormonais e a injúria renal aguda é fator de risco independente para o maior tempo de permanência em unidade de terapia intensiva e mortalidade. |
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Injúria renal aguda em unidade de terapia intensiva: estudo prospectivo sobre a incidência, fatores de risco e mortalidadeAcute kidney injury in intensive care unit patients: a prospective study on incidence, risk factors andLesão renal agudaIncidênciaFatores de riscoMortalidadeUnidade de terapia intensivaAcute kidney injuryIncidenceRisk factorsMortalityIntensive care unitOBJETIVO: Comparar características clínicas e evolução de pacientes com e sem injúria renal aguda adquirida em unidade de terapia intensiva geral de um hospital universitário terciário e identificar fatores de risco associados ao desenvolvimento de injúria renal aguda e à mortalidade. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional com 564 pacientes acompanhados diariamente durante a internação em unidade de terapia intensiva geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu por 2 anos consecutivos (de maio de 2008 a maio de 2010), divididos em 2 grupos: com injúria renal aguda adquirida (G1) e sem injúria renal aguda adquirida (G2). RESULTADOS: A incidência de injúria renal aguda foi 25,5%. Os grupos diferiram quanto à etiologia da admissão em unidade de terapia intensiva (sepse: G1:41,6% x G2:24,1%, p<0,0001 e pós operatório neurológico 13,8% x 38,1%, p<0,0001), idade (56,8±15,9 x 49,8± 17,8 anos, p< 0,0001), APACHE II (21,9±6,9 x 14,1±4,6, p<0,0001), ventilação mecânica (89,2 x 69,1%, p<0,0001) e uso de drogas vasoativas (78,3 x 56,1%, p<0,0001). Com relação aos fatores de risco e às comorbidades, os grupos foram diferentes quanto à presença de diabetes mellitus, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal crônica e uso de anti-inflamatórios não hormonais (28,2 x 19,7%, p=0,03; 23,6 x 11,6%, p=0,0002, 21,5 x 11,5%, p< 0,0001 e 23,5 x 7,1%, p<0,0001, respectivamente). O tempo de internação e a mortalidade foram superiores nos pacientes que adquiriram injúria renal aguda (6,6 ± 2,7 x 12,9± 5,6 dias p<0,0001 e 62,5 x 16,4%, p<0,0001). À análise multivariada foram identificados como fatores de risco para injúria renal aguda, idade>55 anos, APACHE II>16, creatinina (cr) basal>1,2 e uso de anti-inflamatórios não hormonais (OR=1,36 IC:1,22-1,85, OR=1,2 IC:1,11-1,33, OR=5,2 IC:2,3-11,6 e OR=2,15 IC:1,1-4,2, respectivamente) e a injúria renal aguda esteve independentemente associada ao maior tempo de internação e à mortalidade (OR=1,18 IC:1,05-1,26 e OR=1,24 IC:1,09-1,99 respectivamente). À análise da curva de sobrevida, após 30 dias de internação, a mortalidade foi de 83,3% no G1 e 45,2% no G2 (p<0,0001). CONCLUSÃO: A incidência de injúria renal aguda é elevada em unidade de terapia intensiva, os fatores de riscos independentes para adquirir injúria renal aguda são idade >55 anos, APACHE II>16, Cr basal >1,2 e uso de anti-inflamatórios não hormonais e a injúria renal aguda é fator de risco independente para o maior tempo de permanência em unidade de terapia intensiva e mortalidade.OBJECTIVE:To compare the clinical features and outcomes of patients with and without acute kidney injury in an intensive care unit of a tertiary university hospital and to identify acute kidney injury and mortality risk factors. METHODS: This was a prospective observational study of a cohort including 564 patients followed during their stay in the intensive care unit of Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (Botucatu, São Paulo, Brazil) between May 2008 and May 2010. Patients were allocated to two different groups: with (G1) and without (G2) acute kidney injury. RESULTS: The incidence of acute kidney injury was 25.5%. The groups were different with respect to the reason for admission to the intensive care unit (sepsis, G1: 41.6% versus G2: 24.1%; P < 0.0001; neurosurgery, postoperative G1: 13.8% versus G2: 38.1%; P < 0.0001); age (G1: 56.8 ± 15.9 vs. G2: 49.8 ± 17.8 years; P < 0.0001); Acute Physiological Chronic Health Evaluation (APACHE) II score (G1: 21.9 ± 6.9 versus G2: 14.1 ± 4.6; P < 0.0001); use of mechanical ventilation (G1: 89.2% vs. G2: 69.1%; P < 0.0001) and use of vasoactive drugs (G1: 78.3% vs. G2: 56.1%; P < 0.0001). Higher rates of diabetes mellitus, congestive heart failure, chronic renal disease and use of non-steroidal anti-inflammatory drugs were more frequent in acute kidney injury patients (28.2% vs. 19.7%, P = 0.03; 23.6 vs. 11.6%, P = 0.0002; 21.5% vs. 11.5%, P < 0.0001 and 23.5% vs. 71.%, P < 0.0001, for G1 versus G2, respectively). Length of hospital stay and mortality were also higher for acute kidney injury patients (G1: 6.6 ± 2.7 days versus G2: 12.9 ±5.6 days, P < 0.0001 and G1: 62.5% versus G2: 16.4%, P < 0.0001). Multivariate analysis identified the following as risk factors for acute kidney injury: age above 55 years, APACHE II score above 16, baseline creatinine above 1.2 and use of non-steroidal anti-inflammatory drugs (odds ratio (OR) = 1.36, 95% confidence interval (95%CI): 1.22 - 1.85; OR = 1.2, 95%CI: 1.11 - 1.33; OR = 5.2, 95%CI: 2.3 - 11.6 and OR = 2.15, 95%CI: 1.1 - 4.2, respectively). Acute kidney injury was independently associated with longer hospital stay and increased mortality (OR = 1.18, 95%CI: 1.05 - 1.26 and OR = 1.24, 95%CI: 1.09 - 1.99, respectively). Analysis of the survival curve 30 days after admission showed 83.3% mortality for acute kidney injury patients and 45.2% for non-acute kidney injury patients (P < 0.0001). CONCLUSION: The incidence of acute kidney injury was high in this intensive care unit; the independent risk factors associated with acute kidney injury were age > 55 years, APACHE II > 16, baseline serum creatinine > 1.2 and use of non-steroidal anti-inflammatory drugs. Acute kidney injury is an independent risk factor for longer intensive care unit stay and mortality.Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Clínica MédicaUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Clínica MédicaAssociação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIBUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Ponce, Daniela [UNESP]Zorzenon, Caroline de Pietro Franco [UNESP]Santos, Nara Yamane dos [UNESP]Teixeira, Ubirajara Aparecido [UNESP]Balbi, André Luis [UNESP]2014-05-20T13:32:59Z2014-05-20T13:32:59Z2011-09-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article321-326application/pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2011000300010Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB, v. 23, n. 3, p. 321-326, 2011.0103-507Xhttp://hdl.handle.net/11449/1127910.1590/S0103-507X2011000300010S0103-507X2011000300010S0103-507X2011000300010.pdf5697804493071661SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista Brasileira de Terapia Intensivainfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-08-14T17:22:25Zoai:repositorio.unesp.br:11449/11279Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-14T17:22:25Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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OBJETIVO: Comparar características clínicas e evolução de pacientes com e sem injúria renal aguda adquirida em unidade de terapia intensiva geral de um hospital universitário terciário e identificar fatores de risco associados ao desenvolvimento de injúria renal aguda e à mortalidade. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional com 564 pacientes acompanhados diariamente durante a internação em unidade de terapia intensiva geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu por 2 anos consecutivos (de maio de 2008 a maio de 2010), divididos em 2 grupos: com injúria renal aguda adquirida (G1) e sem injúria renal aguda adquirida (G2). RESULTADOS: A incidência de injúria renal aguda foi 25,5%. Os grupos diferiram quanto à etiologia da admissão em unidade de terapia intensiva (sepse: G1:41,6% x G2:24,1%, p<0,0001 e pós operatório neurológico 13,8% x 38,1%, p<0,0001), idade (56,8±15,9 x 49,8± 17,8 anos, p< 0,0001), APACHE II (21,9±6,9 x 14,1±4,6, p<0,0001), ventilação mecânica (89,2 x 69,1%, p<0,0001) e uso de drogas vasoativas (78,3 x 56,1%, p<0,0001). Com relação aos fatores de risco e às comorbidades, os grupos foram diferentes quanto à presença de diabetes mellitus, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal crônica e uso de anti-inflamatórios não hormonais (28,2 x 19,7%, p=0,03; 23,6 x 11,6%, p=0,0002, 21,5 x 11,5%, p< 0,0001 e 23,5 x 7,1%, p<0,0001, respectivamente). O tempo de internação e a mortalidade foram superiores nos pacientes que adquiriram injúria renal aguda (6,6 ± 2,7 x 12,9± 5,6 dias p<0,0001 e 62,5 x 16,4%, p<0,0001). À análise multivariada foram identificados como fatores de risco para injúria renal aguda, idade>55 anos, APACHE II>16, creatinina (cr) basal>1,2 e uso de anti-inflamatórios não hormonais (OR=1,36 IC:1,22-1,85, OR=1,2 IC:1,11-1,33, OR=5,2 IC:2,3-11,6 e OR=2,15 IC:1,1-4,2, respectivamente) e a injúria renal aguda esteve independentemente associada ao maior tempo de internação e à mortalidade (OR=1,18 IC:1,05-1,26 e OR=1,24 IC:1,09-1,99 respectivamente). À análise da curva de sobrevida, após 30 dias de internação, a mortalidade foi de 83,3% no G1 e 45,2% no G2 (p<0,0001). CONCLUSÃO: A incidência de injúria renal aguda é elevada em unidade de terapia intensiva, os fatores de riscos independentes para adquirir injúria renal aguda são idade >55 anos, APACHE II>16, Cr basal >1,2 e uso de anti-inflamatórios não hormonais e a injúria renal aguda é fator de risco independente para o maior tempo de permanência em unidade de terapia intensiva e mortalidade. |
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